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de Julho, no Hyde Park, em Londres.
Será “Off With Their Heads”, então, o
trabalho mais ambicioso dos cinco de
Leeds? “Acho que é melhor do que os ante-
riores, e como temos a ambição de fazer
sempre discos de qualidade mais eleva-
da... então, sim, é ambicioso. Enquanto o
fazíamos, pareceu-me o álbum certo para
este tempo, e neste instante é o meu favo-
rito [dos Kaiser Chiefs].” O contributo de
Mark Ronson na produção há-de ter sido
crucial para emprestar ao disco essa sinto-
nia com o ar do tempo. Entre música por
prazer
O princípio do
conta própria e uma longa lista de partici-
pações em discos alheios, Ronson ajudou
ao lançamento da carreira de Lily Allen e
cuidou de “Back to Black”, de Amy Wine-
house, o que fez dele uma espécie de pro-
dutor do regime. Em “Version”, o seu ál-
bum de há dois anos, Mark Ronson in-
cluiu uma versão de ‘Oh My God’, dos Kai-
ser Chiefs, cantada por Lily Allen. Agora,
Ronson trouxe Allen para duas faixas de
“Off With Their Heads”, incluindo o agita-
do single ‘Never Miss a Beat’. O MC de
grime Sway também passa por um tema,
mas, quando questionado sobre qual des-
tes convidados mais o surpreendeu, Wil-
son contrapõe que “quem mais me sur-
preendeu foi o Whitey, o nosso guitarris-
ta. Já conhecíamos o Mark Ronson, pelo
que tê-lo em estúdio foi mais como ter um
bom A&R ao nosso lado, capaz de fazer
emergir o melhor de nós. O Sway encon-
trou-se connosco para rappar em ‘Half
the Truth’ e foi fantástico; nunca tínha-
mos tido ninguém a rappar em estúdio e
adorámos. A Lily chegou, pôs toda a gente
a rir, e uma hora depois tinha tudo pronto
e foi-se embora. Mas o que realmente ain-
da me espanta, todos os dias, é notar quão
boa esta banda se tornou”.
E não há-de ser uma qualquer recessão
económica global a trocar as voltas a gen-
te tão bem-humorada e autoconfiante.
“Nunca gastei muito dinheiro”, conta
Ricky Wilson, “mas é óbvio que há menos
gente a comprar discos e a ir a concertos.
De qualquer forma, para mim, o objectivo
da música é fazer esquecer coisas dessas e
permitir que passemos um bom bocado. E
o facto de as pessoas arranjarem música
de graça tem tudo a ver com isto. Mas o
que importa é que elas queiram música
nas suas vidas. E nem vou contribuir para
a discussão sobre se as pessoas deviam pa-
gar pela música que descarregam porque,
sinceramente, não sei quem tem razão.”
(Os Kaiser Chiefs actuam hoje, sábado,
no Coliseu do Porto, e amanhã, domingo,
no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
Os concertos iniciam-se às 21h00,
com as primeiras partes a serem
asseguradas pelos Dananananaykroyd)
Expresso 31 Janeiro 2009 17