EMPREENDEDORES
deira de rodas, como também uma li-
nha de vestuário desenvolvido à medi-
da de cada utilizador e da sua limitação
específica, a Made2Measure); a Body-
Me — Dispositivos de reconstituição fí-
Roupa especial
sica para equilibrar os volumes corpo-
rais e a Sense4Me, que consiste na utili-
zação de têxteis electrónicos e interac-
tivos que permitem a monitorização
de sinais vitais e electro-estimulação
para pessoas
de membros com atrofia.
Na criação da empresa, a equipa inves-
tiu cerca de 250 mil euros. Um investi-
mento que ainda não recuperou até
especiais
porque só agora a primeira colecção en-
trará no mercado. E se pensa que Por-
tugal é a única aspiração desta jovem
equipa, desengane-se. “Após a valida-
ção desta primeira colecção, pretende-
mos entrar no mercado americano
com uma estrutura local, processo que
já se encontra em fase de estudo e
Chama-se WeAdapt Anos mais tarde e depois de muita in-
apoio”, explica Miguel Carvalho. A
vestigação, a WeAdapt arranca com a
equipa quer ainda fazer parcerias com
e resulta de vários anos
meta de “desenvolver e comercializar,
marcas internacionais e designers de
através da Internet produtos inclusivos,
cada país alvo e anuncia que “numa pri-
de investigação
tendo como principal objectivo a melho-
meira fase queremos ter colaboradores
ria da qualidade de vida de pessoas com
locais em nove países e alargar a oferta
necessidades especiais (PCNE)”, expli-
a outros produtos além do vestuário”.
universitária. Esta spin-off ca Miguel Carvalho. O mérito da ideia Para os mentores da WeAdapt, “só
foi tal que a jovem empresa arrecadou
com internacionalização será possível
da Universidade
no ano passado o Prémio Start.
viabilizar um projecto deste tipo, dirigi-
Nesta fase, o principal enfoque do pro-
do a um nicho de mercado muito espe-
do Minho nasceu para
jecto vai para a área da ergonomia do ves-
cífico”. Miguel Carvalho adianta que “o
tuário, segmento escolhido para a entra-
projecto WeAdapt é inovador pela sua
da no mercado ainda que o projecto vá
multidisciplinaridade”. Paralelamente,
melhorar a qualidade
além da adaptação de peças de vestuário.
“as peças da colecção são desenvolvi-
“Verificamos, até através da estreita
das com base em questões de ergono-
de vida das pessoas com colaboração que temos com a Associa-
mia e antropometria que cada situação
ção Portuguesa de Deficientes — Dele-
exige de modo a priorizar o conforto e
necessidades especiais,
gação de Braga, que este é um nicho de
a estética” adianta o empreendedor en-
mercado com fortes carências e que
fatizando que “todo o processo de mo-
adaptando, por exemplo,
constitui uma boa oportunidade de ne-
delação é específico à realidade do mer-
gócio em Portugal e no estrangeiro”,
cado-alvo, existindo acabamentos espe-
explica o empreendedor. Na primeira
ciais que permitem facilitar a tarefa de
a roupa que vestem fase de vida da WeAdapt a equipa está vestir/despir, contribuindo para uma
a desenvolver e a colocar no mercado
maior autonomia do utilizador, bem co-
TEXTO DE CÁTIA MATEUS
peças de vestuário e acessórios “mas a
mo acabamentos funcionais ao nível do
ambição é alargar a actividade da em-
tratamento dos tecidos”.
presa a áreas como o calçado, a higie-
Miguel Carvalho estima atingir resul-
ne pessoal, o entretenimento, entre ou-
tados positivos daqui a três anos, até
tros”, argumenta,
porque “ainda há muito investimento
Os produtos desenvolvidos pela em-
a fazer, nomeadamente em equipa-
A
daptação é a palavra que ins- presa estão segmentados em três mar-
mentos que nos permitirão desenvol-
pira uma jovem empresa nas- cas complementares: FashionMe (que
ver soluções cujo know-how ficará ape-
cida e criada nos bancos da contempla, não só, uma colecção de nas na WeAdapt”, conclui.
Universidade do Minho, em pronto-a-vestir inovadora e adaptada a
finais do ano passado. De Braga para o pessoas de mobilidade reduzida, no-
mundo, tendo a Internet como veículo meadamente as que se deslocam de ca- cmateus@expresso.impresa.pt
de difusão e comercialização, a WeA-
dapt promete facilitar a vida às pes-
soas com necessidades especiais colo-
cando no mercado roupa própria e ou-
tros instrumentos de reconstituição fí-
sica para portadores de deficiência. A BI EMPRESARIAL
empresa dá agora os primeiros pes-
soas mas as suas ambições já estão
Nome: WeAdapt - Inclusive Design and Engineering Solutions, Lda
bem definidas.
Fundadores: Miguel Ângelo Fernandes
Miguel Ângelo Carvalho, Fernando
Duarte, António Souto, Daiane Hein-
rich e Carla Lopes formam a equipa
anos).
multidisciplinar que conduz a WeA-
Sede: Braga
datp. Uma mistura que contempla for-
Área de Actividade: Desenvolvimento
mações tão diversas como a engenharia
têxtil, a engenharia de produção, a quí-
mica, a tecnologia de moda e estilo ou a
engenharia de polímeros, mas todas
elas essenciais a este projecto empresa-
rial que teve as suas raízes em 2005 a
partir de uma tese de mestrado. B
Carvalho (39 anos), Fernando Moura
Duarte (41 anos), António Pedro Souto (44 anos), Daiane Heinrich (29 anos)
e Carla Lopes (38
e comercialização de produtos inclusivos
que visam a melhoria da qualidade de vida das pessoas com necessidades
especiais
Início de actividade: Novembro de 2008, depois de vários anos de investigação
Investimento inicial: Cerca de 250 mil euros
Empregos criados: Sete
I
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