Este artigo apresenta uma breve revi-
são do uso de haste bloqueada e relata a redução de uma fratura de fêmur em gato pela técnica OBDT.
Relato do caso Trata-se de um gato macho, de nove
meses, com fratura múltipla, oblíqua, do terço medioproximal de fêmur direito (Figura 2). A fratura era recente, decor- rente de queda. Após exame clínico que constatou
não haver alterações outras decorrentes da queda, foi indicada osteossíntese pla- nejada com abordagem biológica do foco da fratura. O acesso à fratura se deu na região
média do fêmur direito, na face lateral. Após incisão da pele e pequena divulsão de subcutâneo, incisou-se a fáscia lata e rebateram-se os músculos vasto lateral e bíceps femoral, podendo-se visualizar o foco da fratura. O acesso se fez exclusi- vamente para que a haste pudesse ser di- recionada ao interior do canal medular do segmento distal da fratura, ou seja, pequeno e sem tocar os fragmentos. Não foi feita fresagem do canal medular por ser um animal jovem, de canal amplo. Elegeu-se uma haste bloqueada com
4,5mm de diâmetro e 8cm de compri- mento e bloqueios com parafusos corti- cais de 2mm, inserida por via normó- grada, a partir da fossa intertrocantérica. No sistema utilizado, o intervalo entre os orifícios de bloqueio é de 15mm em todas as hastes. Para o bloqueio, após a acoplagem da régua-guia foram feitas outras duas incisões pequenas de pele, uma proximal e outra distal, para per- furação do osso e inserção dos parafusos. O exame radiográfico pós-operatório
imediato mostrou adequado alinhamen- to ósseo e presença das esquírolas pró- ximas ao foco de fratura (Figura 3). Aos sessenta dias, o controle radiográfico
A
Figura 2 - Imagem radiográfica de fratura múltipla no terço medioproximal do fêmur direito de gato. A) projeção mediolateral. B) projeção antero- posterior
B
A
Figura 3 - Imagem radiográfica de fratura múlti- pla no terço medioproximal do fêmur direito do gato da figura 2, após a redução com haste blo- queada de 4,5mm e o bloqueio com parafusos corticais 2mm. A) Projeção mediolateral. B) pro- jeção anteroposterior. Note que, ao se ganhar comprimento do membro, as esquírolas se aproximaram do foco de fratura
mostrou formação de calo ósseo e con- solidação da fratura (Figura 4), quando se deu alta ao paciente.
Discussão e considerações finais Um ponto importante e fundamental
Figura 1 - Imagem dos equipamentos essen- ciais para a instalação de haste bloqueada sis- tema 4,5mma
a) ORTOVET - Ortopedia Veterinária Comercial Ltda. São Paulo, SP
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na instalação de sistemas de hastes blo- queadas é a possibilidade de se fazer uma furação perfeita no osso, que possa resul- tar em bloqueio da haste na cortical. Com a restrição de acesso, em medicina vete- rinária, de dispositivos de amplificação de imagem como fluoroscopia ou inten- sificadores de imagem, as réguas-guias e os adaptadores têm que ser extrema- mente precisos para permitirem o blo- queio8,10
. No caso relatado, o sistema uti- lizado de hastes permitiu o bloqueio em
B
todas as primeiras tentativas. O uso de hastes bloqueadas em feli-
nos também é prática que vem sendo uti- lizada e não é tão difundida. Isso se deve talvez ao diminuto canal medular dos felinos e à dificuldade de fazer hastes delgadas e resistentes 5,15
. As hastes
muito finas possuem ponto de fragilida- de na região onde há menos massa, que é a dos orifícios, e podem fraturar. Outro ponto a ser destacado é que os parafusos para bloquear hastes muito finas devem ser também finos – fator que diminui a sua resistência e os torna passíveis de se quebrar ou entortar 11,12,15
. Não houve no
decurso do caso referido qualquer sinal de falha da haste ou do parafuso de blo- queio.
Clínica Veterinária, Ano XV, n. 86, maio/junho, 2010
José Fernando Ibañez
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