anatômicas, sendo que a forma multi- cêntrica nesses estudos é sempre a de maior ocorrência. Contudo, como há no Brasil uma grande quantidade de cães mestiços ou sem definição racial, ao tra- balhar com estudos epidemiológicos, sempre se encontra um grande número de cães SRD dentre a população estuda- da. Nesta amostragem, aproximada- mente 25% dos cães acometidos não possuíam definição de raça. Raças de grande porte ou gigantes
são consideradas de maior risco para o desenvolvimento do linfoma 4,31
. Contu-
do, ao avaliarmos os cães com raça defi- nida, constatamos que 59,5% deles eram de pequeno ou médio porte. Quando in- cluímos os cães SRD, essa ocorrência subiu para 69,5%. Dessa forma, cães de pequeno porte apresentam maior fre- quência de linfoma cutâneo. No entanto, considerando que em nosso meio há uma grande quantidade de raças de pe- queno ou médio porte e que os cães SRD são geralmente pequenos, a maior frequência em cães de pequeno porte pode não refletir a realidade. O linfoma canino é observado fre- quentemente em animais adultos e idosos, com idade média de 6,3 a 7,7 anos 4,7
casos diagnosticados acometem cães na faixa etária de 5 a 11 anos32
. Aproximadamente 80% dos . Resultados
similares foram obtidos no Brasil con- siderando 80% dos casos de linfoma em cães na faixa etária de 4 a 13 anos, com média de 5,9 anos. Neste estudo obser- vamos que a idade média dos cães com linfoma cutâneo (7,6 anos) não difere daqueles com outras apresentações clí- nicas do linfoma. Adistribuição das lesões não segue
um padrão clínico. O fato de o animal apresentar apenas um ou poucos nódulos está relacionado com o tempo de apare- cimento da doença e não com a sua gra- vidade. Lesões na cabeça e no períneo normalmente envolvem áreas de muco- sas, principalmente a mucosa oral e a junção anorretal 24
. A presença de nódu-
los em maior quantidade no abdômen, no tronco e na região dorsal consiste apenas em maior área corpórea para o desenvolvimento do tumor, não caracte- rizando maior ou menor gravidade. Ao contrário da distribuição das lesões
pela área corpórea, a presença de sinal clínico inespecífico sistêmico indicamaior evolução da doença e invariavelmente
36
pior prognóstico em decorrência da menor resposta terapêutica 6
.
foma epiteliotrópico, sendo a mycosis fungoides a mais frequente 15,24
. Em nosso trabalho, 43%
Em seres humanos predomina o lin- . No cão,
a apresentação não epiteliotrópica apa- renta ser mais frequente, porém faltam estudos que possam sustentar essa afir- mação 6,20
(21/49) dos cães com linfoma cutâneo foram avaliados morfologicamente. Nos demais cães houve desinteresse do pro- prietário ou falta de condições financei- ras para autorizar a biopsia e o exame histopatológico, e, em alguns casos, falta de indicação do médico veteriná- rio. Dentre os cães em que os tumores foram submetidos à classificação mor- fológica, 57% foram diagnosticados como linfoma não epiteliotrópico. Essa ocorrência é semelhante à descrita na literatura 6,20,33
.
são descritos para o tratamento de pa- cientes com linfoma 6
Vários protocolos antineoplásicos . Invariavelmente,
os protocolos com múltiplos fármacos proporcionam melhor resposta terapêu- tica, eliminando células tumorais por di- versos mecanismos. Esses protocolos contribuem para uma sobrevida maior com qualidade de vida, permitindo uma remissão completa ou parcial da doença com intervalo maior. Outra importante vantagem ao escolher esses protocolos consiste na menor probabilidade de de- sencadear resistência das células tumo- rais a esses ou a outros fármacos. Apro- teína P, existente na membrana celular como um mecanismo de defesa que im- pede a entrada de toxinas deletérias, está superexpressa nas células tumorais, afetando a entrada adequada dos agen- tes antineoplásicos 34
. Quando é realiza-
do o tratamento com apenas um fárma- co, principalmente na monoterapia com prednisona, há maior indução de resis- tência inespecífica, dificultando inclu- sive o uso de outras medicações no tra- tamento. Por esses motivos, protocolos como o Velcap-L, COP e Coap apresen- tam melhores resultados do que a mono- terapia 34
. O linfoma cutâneo tende a responder
menos aos protocolos terapêuticos em comparação a outras apresentações ana- tômicas, devido a diferenças na concen- tração tissular dos quimioterápicos na pele em comparação a outros órgãos 6,35 Portanto, em alguns pacientes, mesmo
.
utilizando protocolos com múltiplos medicamentos, não é possível obter uma remissão satisfatória. Ao mesmo tempo, pacientes tratados apenas com lomustina podem apresentar remissão igual ou superior à dos protocolos com- binados 6
. Neste estudo observamos que, apesar
de o número de animais tratados com cada protocolo ser pequeno, em pacien- tes tratados com lomustina, a remissão clínica foi similar à dos pacientes trata- dos com Velcap-L. Ao mesmo tempo, é nítida a baixa qualidade da resposta te- rapêutica dos pacientes tratados apenas com prednisona, em decorrência do rá- pido desenvolvimento de resistência e recidiva da doença, com posterior falha na reindução da remissão e óbito subse- quente.
Pacientes com linfoma epiteliotrópi-
co responderam bem ao tratamento com lomustina ou Velcap-L, sendo o COP um protocolo com indicações limitadas para esses pacientes. O comportamento biológico da forma epiteliotrópica tende a ser mais agressivo em comparação com o linfoma não epiteliotrópico 15,24
.
Com isso, o uso de protocolos mais complexos ou da lomustina pode permi- tir melhor remissão, períodos sem qui- mioterapia agressiva e, em consequên- cia, maior sobrevida. Nos cães com linfoma não epitelio-
trópico, foi possível obter remissão completa ou parcial, inclusive com o COP. Assim, para pacientes com essa forma de linfoma cutâneo, há pelo menos outras duas boas opções de trata- mento com o COP e o Coap. Apesar de o protocolo monoterápico
com a lomustina parecer ser melhor que o Velcap-L ou o COP, por ser medicação única com administração a cada 21 dias e proporcionando uma remissão seme- lhante à de protocolos mais complexos, esse agente tem a grande desvantagem de ser hepatotóxico e extremamente mielossupressor, o que favorece qua- dros de sepse, hepatite e subsequente morte. Portanto, o uso da lomustina é limitado e indicado principalmente para pacientes refratários a outros medica- mentos34-36
. Em relação à sobrevida, verificamos
que a remissão do tumor está diretamen- te associada a esta variável, ou seja, cães tratados com protocolos comple- xos como o Velcap-L podem ter uma
Clínica Veterinária, Ano XV, n. 86, maio/junho, 2010
Page 1 |
Page 2 |
Page 3 |
Page 4 |
Page 5 |
Page 6 |
Page 7 |
Page 8 |
Page 9 |
Page 10 |
Page 11 |
Page 12 |
Page 13 |
Page 14 |
Page 15 |
Page 16 |
Page 17 |
Page 18 |
Page 19 |
Page 20 |
Page 21 |
Page 22 |
Page 23 |
Page 24 |
Page 25 |
Page 26 |
Page 27 |
Page 28 |
Page 29 |
Page 30 |
Page 31 |
Page 32 |
Page 33 |
Page 34 |
Page 35 |
Page 36 |
Page 37 |
Page 38 |
Page 39 |
Page 40 |
Page 41 |
Page 42 |
Page 43 |
Page 44 |
Page 45 |
Page 46 |
Page 47 |
Page 48 |
Page 49 |
Page 50 |
Page 51 |
Page 52 |
Page 53 |
Page 54 |
Page 55 |
Page 56 |
Page 57 |
Page 58 |
Page 59 |
Page 60 |
Page 61 |
Page 62 |
Page 63 |
Page 64 |
Page 65 |
Page 66 |
Page 67 |
Page 68 |
Page 69 |
Page 70 |
Page 71 |
Page 72 |
Page 73 |
Page 74 |
Page 75 |
Page 76 |
Page 77 |
Page 78 |
Page 79 |
Page 80 |
Page 81 |
Page 82 |
Page 83 |
Page 84 |
Page 85 |
Page 86 |
Page 87 |
Page 88 |
Page 89 |
Page 90 |
Page 91 |
Page 92 |
Page 93 |
Page 94 |
Page 95 |
Page 96 |
Page 97 |
Page 98 |
Page 99 |
Page 100 |
Page 101 |
Page 102 |
Page 103 |
Page 104 |
Page 105 |
Page 106 |
Page 107 |
Page 108 |
Page 109 |
Page 110 |
Page 111 |
Page 112 |
Page 113 |
Page 114 |
Page 115 |
Page 116 |
Page 117 |
Page 118 |
Page 119 |
Page 120 |
Page 121 |
Page 122 |
Page 123 |
Page 124