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ma importância para o bem-estar do ani- mal 14


A correção dessa acidose é de extre- . Para isso, além do consumo de


uma dieta hipoproteica, recomenda-se também uma dieta contendo agentes alcalinizantes ou ainda a adição de tais agentes à dieta 14


. Arestrição dietética de sódio é indica-


da para auxiliar no controle da hiper- tensão que ocorre na maioria dos animais portadores de insuficiência renal 12


, nos


quais a hipocalemia também é muito fre- quente, devendo ser corrigida com a administração de gluconato de potássio13 Uma dieta restrita em fósforo tam-


.


bém pode diminuir os sinais de uremia e evitar a progressão da insuficiência renal crônica. Porém, à medida que a insuficiência renal progride, tornam-se necessárias medidas adicionais à dieta, como a administração de conjugadores de fosfato 13


. Na insuficiência renal crônica, obser-


va-se uma anemia cuja gravidade depen- de diretamente do grau de falência re- nal. A patogenia dessa anemia é multi- fatorial, porém sabe-se que a sua causa predominante é a deficiência da produ- ção renal de eritropoietina 15


. A transfu-


são de sangue completo ou de papa de hemácias deve ser realizada em pacien- tes com sinais clínicos intensos como dispneia e letargia extrema. Atualmente, a administração de eritropoietina re- combinante humana é o método mais confiável para se corrigir tal anemia13 Ahipertensão sistêmica é comum em


.


cães e gatos portadores de insuficiência renal crônica16


. Em pacientes com sinais


clínicos, desde que seja possível aferir a sua pressão sanguínea regularmente, re- comenda-se a instituição do tratamento com agentes hipotensores 15


. Adiálise peritoneal, embora apresen-


te um resultado inferior ao da hemodiá- lise, deve ser considerada nos casos de uremia grave e persistente, acidose, hi- percalemia, sobrecarga de volume e para acelerar a eliminação de compostos tóxicos do organismo17


.


O transplante renal em cães e gatos é considerado, assim como no ser huma- no, uma excelente opção no tratamento da insuficiência renal crônica, pois prolonga a vida do paciente e permite que este retorne às suas atividades nor- mais 18


garantiu uma sobrevida de um a três anos ao paciente 19


. Há relatos de que o transplante .


56 Eritrograma (série vermelha) Hemácias


Hemoglobina Hematócrito


Proteína plasmática VCM


CHCM HCM


Eritroblastos Plaquetas


Leucograma (série branca)


Leucócitos totais Segmentados Linfócitos Monócitos


Este trabalho tem como objetivo


relatar a ocorrência de DRP em um feli- no da raça bobtail, ressaltar a importân- cia de os criadores utilizarem o diagnós- tico precoce de DRP para selecionar os reprodutores não predispostos à doença e alertar sobre a necessidade de se incluir essa doença no diagnóstico dife- rencial de felinos com insuficiência renal, inclusive nos pacientes não per- tencentes à raça persa.


Relato de caso No Hospital Veterinário da Universi-


dade de Uberaba (HVU), MG, foi aten- dido uma gato não castrado, da raça bobtail, de catorze anos de idade, 4,8kg de peso, com história de obnubilação e anorexia progressiva havia quatro dias, aumento de volume abdominal, consti- pação intestinal, poliúria e polidipsia. O gato recebia alimentação caseira e ração, apresentava vacinação e vermifu- gação atrasadas e vivia dentro de casa com outro felino saudável. No exame físico, o animal apresen-


tou desidratação moderada, hipotermia (o termômetro não conseguiu nem mesmo registrar a temperatura retal do paciente), pulso regular, mucosas hipo- coradas, estupor, estado nutricional re- gular, estertor sibilante na auscultação torácica e bexiga urinária extremamente repleta à palpação abdominal, durante a qual o animal urinou com facilidade (Figura 1). Foram coletadas amostras de sangue


e de urina para a realização de exames complementares: hemograma, urinálise e bioquímica sérica, incluindo ureia, creatinina e glicemia. As alterações observadas no hemo-


Figura 1 - Felino da raça bobtail, de catorze anos de idade, pesando 4,8kg. Animal deprimi- do e com aumento de volume abdominal


grama (Figura 2) foram anemia normo- cítica normocrômica severa, tromboci- topenia e linfopenia. Na urinálise (Figu- ra 3), notou-se baixa densidade urinária, proteinúria, glicosúria, cilindrúria e pH ácido. Por fim, na bioquímica sanguínea (Figura 4), verificou-se a presença de uma grave azotemia e um valor glicêmi- co normal. Analisados os resultados dos exames,


foi solicitada uma ultrassonografia ex- ploratória abdominal, que revelou prin- cipalmente a presença de múltiplos cis- tos no parênquima renal direito e es- querdo, na região cortical e medular (Figuras 5 e 6), sendo o maior cisto, que continha 24,3mL de líquido, encontrado no rim esquerdo (Figura 7). Tais ima- gens foram compatíveis com o diagnós- tico de rins policísticos. Diante do comprometimento do esta-


do clínico do paciente, da sua idade já avançada e do seu prognóstico bastante desfavorável, a proprietária optou pela eutanásia do animal no final do mesmo dia do seu atendimento, que havia sido realizado no início da manhã. Na necropsia, realizada no Laborató-


rio de Anatomia Patológica do HVU, o rim esquerdo do animal apresentava-se


HEMOGRAMA


3,56 milhões/mm3 5,9g% 18,3%


149.000/mm3


7,8g/dL 51,4 fL 32,24% 16,57 pg 1%


93% - 11.718/mm3 5% - 630/mm3 2% - 252/mm3


12.600/mm3


Clínica Veterinária, Ano XV, n. 86, maio/junho, 2010 Figura 2 - Valores do hemograma do felino com rim policístico


Valores de referência 5 - 10 8 - 15


24 - 45 6 - 8


39 - 55 30 - 36


12,5 - 17,5 ausente


300.000 - 800.000


Valores de referência 5.500 - 19.500 2.500 - 12.500 1.500 - 7.000 0 - 800


Patrícia Kelly de Moraes Brettas


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