sempre associada a pacientes diabéticos com glicosúria e infecção do trato uriná- rio, mas também pode ocorrer associada à realização de terapia prolongada com corticóide, levando a linfopenia persis- tente. Outro fator que também deve ser considerado é a cateterização, pois as bactérias passam da uretra para a bexi- ga, podendo lesionar a mucosa vesical. A infecção do trato urinário crônica ou recorrente, além de promover a lesão da mucosa, também acarreta hipóxia, pre- dispondo à multiplicação de microrga- nismos anaeróbios, como o Clostridium spp. Todos esses fatores constituem risco comprovados para o desenvolvi- mento de cistite enfisematosa 9,11-13
. Como diferencial para a presença de
gás na vesícula urinária, há a condição iatrogênica, o uso de instrumentos no trato urogenital pode causar fístulas li- gando a bexiga ao cólon ou à vagina11 ainda por sondagem ou cistocentese 14
, ou .
Patogenia A patogenia da cistite enfisematosa ainda não é completamente compreen-
dida, porém algumas teorias tentam ex- plicar essa rara infecção 7
. O diabetes mellitus é fator predispo-
nente para a cistite enfisematosa, pois associa fatores como alta concentração de glicose no tecido, função leucocitária diminuída e menor perfusão tecidual. A união desses fatores, associada a mi- crorganismos formadores de gás, é fa- vorável ao desenvolvimento de infecção enfisematosa do trato urinário. Suspei- ta-se que a alta concentração de glicose no tecido atue como substrato favorável para a produção de dióxido de carbono e hidrogênio pelo processo de fermenta- ção bacteriana 7,11
. Em pacientes não diabéticos, é a al-
bumina urinária que pode agir como substrato para a multiplicação dos pató- genos produtores de gás. Há também uma teoria que sugere a diminuição da resposta do hospedeiro envolvendo comprometimento vascular e diminui- ção do catabolismo nos tecidos, predis- pondo assim os pacientes à infecção en- fisematosa 7
. O mecanismo pelo qual o gás está
presente na parede da vesícula urinária pode envolver o desprendimento trans- luminal do gás ou uma real infecção com presença do patógeno na parede vesical15
. O gás produzido pelos micror-
ganismos pode se acumular na submu- cosa ou no lúmen da bexiga, penetrando através da mucosa e da camada muscu- lar e inflando a serosa como um balão16
.
O gás livre no lúmen vesical pode ser causado pela ruptura das vesículas pre- sentes na parede vesical 3
. O esvaziamento vesical é um meca-
nismo de defesa natural eficiente contra as infecções. A micção completa é res- ponsável pela remoção de mais de 95% das bactérias não aderidas que conse- guem chegar à bexiga. As propriedades antibacterianas, como a combinação de pH baixo e concentração elevada de ureia e ácidos orgânicos da urina, tam- bém constituem importante mecanismo de defesa. No entanto, a urina diluída formada por animais com problemas de poliúria e polidipsia, em decorrência do diabetes mellitus, tem menos proprieda- des antibacterianas, pois a urina mais
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