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Discussão e conclusão Diante da frequência das neoplasias


orais caninas – que correspondem a aproximadamente 6% de todos os tumo- res malignos caninos 1,2,3


– e da escassez


de relatos na literatura veterinária sobre as principais alterações observadas pelos métodos de imagem e o valor diagnóstico e prognóstico que eles apre- sentam, verificou-se a necessidade de estabelecer as possibilidades de aplica- ção e a contribuição dos exames radio- gráfico e tomográfico no estudo das neoplasias orais, como já foi estabeleci- do na prática médica25,26


. Observou-se maior número de ani-


mais com idade superior a nove anos, sendo a média de idade de 10,2 anos, em concordância com a literatura 4,5,34,35


.


Na literatura veterinária é possível encontrar alguns estudos sobre as altera- ções radiográficas observadas nas neo- plasias orais de cães 5,15-17


. Na tentativa


de diminuir as sobreposições e isolar as alterações no exame radiográfico, de acordo com estudo realizado anterior- mente10


, diferentes projeções radiográfi-


cas foram realizadas, como laterolate- rais oblíquas, intraorais e dorsoventral. Deve-se ressaltar que o exame radiográ- fico proporciona a avaliação panorâmi- ca da região examinada, permitindo a análise de outras regiões do crânio. Além disso, a utilização da projeção de boca aberta se mostrou importante pelo isolamento da área afetada, especial- mente para as neoformações localizadas nas porções caudais da mandíbula, per- mitindo uma avaliação detalhada do tra- beculado ósseo, devido à ausência de sobreposição, porém, para a sua realiza- ção, é necessário que o animal esteja sob contenção química. Como descrito em outro estudo 16


,


tanto os tumores malignos como os be- nignos apresentaram comprometimento ósseo com predomínio de lise. No exa- me radiográfico, quatro casos apresen- taram comprometimento ósseo, sendo que três foram caracterizados por osteó- lise exclusivamente, duas delas de as- pecto expansivo (Figura 5), porcenta- gem semelhante relatada em estudo prévio (63,2%) 15


, porém neste último


não foram descritas as projeções radio- gráficas realizadas. Ao comparar os achados dos exames radiográfico e tomográfico simples em relação ao comprometimento ósseo,


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pôde-se verificar que enquanto o exame radiográfico observou comprometimen- to ósseo em 66,7% dos casos, na tomo- grafia computadorizada a porcentagem aumentou para 83,3%, sendo que no caso em que o exame radiográfico não observou comprometimento ósseo (fal- so negativo), a tomografia computadori- zada não apenas o detectou, mas tam- bém identificou lesão em três ossos: maxila, mandíbula e processo temporal do zigomático (animal 1). Acredita-se que a diferença entre essas frequências possa estar relacionada à necessidade da perda de 40% ou mais da densidade mineral óssea para detecção nas radio- grafias 14


metimento ósseo subestimada por esse método12


, sendo a extensão do compro- .


Apesar do pequeno número de casos,


este estudo ilustra a superioridade do exame tomográfico em relação à sensi- bilidade em diferenciar densidades e de- talhamento anatômico dessa região. Assim, diferenças maiores ou menores na densidade permitem que áreas de os- teólise e/ou proliferação óssea sejam mais aparentes na tomografia computa- dorizada26


na determinação da extensão da neopla- sia e no prognóstico. Outro importante fator analisado foi


em relação à suspeita de invasão de es- truturas adjacentes, que o exame radio- gráfico não detectou em nenhum dos casos, mas foi observada em quatro ani- mais por meio de TC; em um caso foi considerada suspeita (animal 1), já que não foi possível determinar se a estrutura de atenuação de partes moles na órbita


era extensão da neoformação da cavida- de oral. A porcentagem de falso negati- vo verificada nesses casos pode estar re- lacionada principalmente pela caracte- rização à tomografia de invasão do ca- nal mandibular em quatro animais, de- talhamento anatômico que não é possí- vel observar no exame radiográfico. Ao contrário da literatura 31


, no pre- , característica que irá auxiliar


sente estudo foi possível observar realce em cinco das seis neoformações na TC contrastada. O realce foi caracterizado como heterogêneo periférico quando o maior realce ocorria na região periférica da lesão; heterogêneo de permeio quan- do o realce se apresentava em intensida- de diferente nas diversas regiões da neo- formação; ou homogêneo quando o real- ce era uniforme em toda a neoformação. O realce é uma informação importante, pois permite avaliar a vascularização e a viabilidade tecidual, e assim inferir acer- ca da possibilidade de sangramento durante o procedimento cirúrgico ou de ulceração nos casos em que a área de necrose seja identificada. Apesar de ser uma informação adicional da TC, neste estudo o realce não permitiu caracterizar o tipo histológico ou determinar um padrão de realce para cada neoplasia. Além disso, a tomografia computa-


dorizada permite avaliar os linfonodos mandibulares para detectar metástases regionais, porém na medicina veteriná- ria ainda não há estudos suficientes acerca do protocolo adequado para essa avaliação. Devido ao pequeno número de casos


e à diversidade de tipos histopatológi- cos, não foi possível inferir um padrão


Clínica Veterinária, Ano XV, n. 86, maio/junho, 2010


A


Figura 5 - A) Exame radiográfico em projeção lat- erolateral direita do animal n. 4 ilustra acentuada osteólise irregular e expansiva do corpo man- dibular esquerdo; B) Corte tomográfico trans- versal com 5mm de espessura em janela óssea do animal n. 4 mostra osteólise expansiva do corpo mandibular esquerdo com invasão do canal mandibular


B


Carolina Ghirelli


Carolina Ghirelli


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