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O volume transfundido na primeira


meia hora foi de 0,25mL/kg. Se o pa- ciente não apresentasse nenhuma rea- ção, a velocidade era aumentada para 4 a 5mL/kg/hora em animais normovolê- micos. Em cães desidratados a veloci- dade era de até 10 a 15mL/kg/hora. Em pacientes cardiopatas ou nefropatas, a velocidade era de 1 a 2mL/kg/hora. Durante a transfusão, foram monito-


rados os parâmetros vitais dos pacientes a cada quinze minutos durante a primei- ra hora e a cada meia hora no período restante, sendo que o tempo máximo de transfusão foi de quatro horas. Os parâ- metros avaliados foram frequência car- díaca e respiratória, temperatura, tempo de preenchimento capilar e coloração de mucosas. Na ocorrência de sinais de reações adversas, seguiu-se a interrupção da transfusão, avaliação do paciente, administração de fármacos quando ne- cessário e retorno à transfusão quando possível.


Resultados e discussão A incidência de reações transfusio-


nais agudas em cães encontrada na lite- ratura variou de 2,9% a 28,49% 1,6-11


.


Neste estudo, ocorreram reações em quinze (13,27%) cães, representadas por: reação urticariforme (9/15) (Figu- ras 3), dentre elas, duas apresentadas pelo mesmo animal; hemólise imuno- mediada intravascular aguda (2/15), so- brecarga circulatória (2/15), hipertermia (1/15) e vômito (1/15) (Figura 4). Vale salientar que apenas dois animais apre- sentaram reação hemolítica, o que se


Nome Sexo Idade


Thor M 1 ano Suzi Ink


F 1 ano


F 5 anos M 6 anos


Bidu M 4 anos Raika


Amanda F 7 anos Dunga M 6 meses


Ceci F 5 meses


Lobo M 6 anos Rodolfo M 6 anos Floquinho M 8 anos Tiquinha F Suzi


F


1 ano 1 ano


Figura 3 - Cão que apresentou reação urticari- forme durante uma transfusão de sangue total realizada no HV-UEL


contrapõe ao estudo de um autor que considera essa reação a mais comum em cães 16


.


Houve maior incidência de reações relacionadas à transfusão de sangue total em comparação à transfusão de concentrado de hemácias, representadas por 16,9% (12/71) e 11,5% (3/26), res- pectivamente. Resultado semelhante foi obtido na literatura em relação ao hemo- componente utilizado, sendo 45% (9/20) dos casos representados por ani- mais que receberam sangue total e 20,9% (27/129) por animais que recebe- ram concentrado de hemácias 10


. Entre-


tanto, a incidência descrita foi maior que a observada no presente estudo. Além disso, todas as reações urticari-


formes ocorreram em animais transfun- didos por sangue total, o que provavel- mente está associado à maior quantida- de de antígenos neste componente, devido à presença do plasma15,16


.


Componente sanguíneo sangue total sangue total sangue total sangue total sangue total sangue total sangue total


sangue total sangue total


sangue total


concentrado de hemácias sangue total sangue total


concentrado de hemácias Cisco M 9 meses concentrado de hemácias


O fracionamento do sangue e o uso


de componente específico têm grande importância, visto que minimizam a ex- posição do paciente a fatores desneces- sários, reduzindo assim o risco de rea- ção. O concentrado de hemácias é indi- cado para animais com anemia normo- volêmica, porque estes estão mais pro- pensos a sobrecarga circulatória 16


.


Desse modo, acredita-se que a presença dessa reação nos dois cães foi decorren- te do uso de sangue total, já que eram animais normovolêmicos e de pequeno porte – o que aumenta o risco dessa rea- ção, uma vez que, para se atingir o nú- mero de eritrócitos desejado, é necessá- rio maior volume em comparação ao concentrado de hemácias. Amaioria dos animais avaliados apresentou melhora após o tratamento, com desaparecimento dos sinais clíni- cos. Os animais com reação urticarifor- me, além da interrupção imediata da transfusão, foram tratados com prome- tazina em dose de 0,2 a 1mg/kg por via subcutânea e hidrocortisona 50mg/kg por via intravenosa (IV), retornando à transfusão em ritmo mais lento, quinze a trinta minutos após a melhora do qua- dro clínico. Os cães com sobrecarga cir- culatória apresentaram melhora após a administração de furosemida (4mg/kg, IV), porém a transfusão foi interrompi- da definitivamente. Já os cães com he- mólise, além da interrupção da transfu- são sanguínea, foram tratados inicial- mente com fluidoterapia intensiva, porém ambos vieram a óbito após dois e onze dias. Apesar de nenhum deles ter


Transfusão em Tempo de transfusão Classificação que ocorreu primeira primeira primeira primeira primeira primeira primeira


(minutos) 215 125 90 60


210 60


segunda segunda


primeira primeira segunda primeira terceira segunda


150 20 10


90


215 180 180 105 45


da reação


urticariforme urticariforme urticariforme urticariforme urticariforme urticariforme urticariforme


urticariforme urticariforme


hemolítica aguda hemolítica aguda


sobrecarga circulatória sobrecarga circulatória hipertermia vômito


Figura 4 - Descrição dos pacientes que apresentaram reações transfusionais, componente sanguíneo utilizado, transfusão em que ocorreu a reação, tempo de transfusão em que incidiu a reação e classificação das reações observadas nas transfusões sanguíneas realizadas no Hospital Veterinário - UEL no período entre maio de 2006 e julho de 2008


64 Clínica Veterinária, Ano XV, n. 86, maio/junho, 2010


Vanessa Andrea Pincelli


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