agente, a utilização dessas referências como justificativas para alegar a possí- vel indução de cepas resistentes no Brasil, não passam de especulações sem comprovação científica. Além disso, um dos medicamentos para o tratamento da leishmaniose visceral canina, o alopuri- nol, possui mecanismo de ação baseado no bloqueio da síntese de xantina, subs- tância vital para o desenvolvimento do agente patogênico, minimizando riscos de geração de resistência. Cabe destacar que existem evidên-
cias científicas que grande redução da infectividade dos animais tratados é obtida quando aplica-se nos cães os pro- tocolos descritos na literatura interna- cional. Isso ainda é complementado com as medidas de combate ao vetor. Inclusive, existe uma publicação da pró- pria OMS que sustenta o tratamento ca- nino como fator de negativação de transmissão ao vetor3
.
Concordamos com a necessidade de parcerias e não de imposições. Todas as questões que envolvem a LV são com-
plexas e muitas são polêmicas. As me- didas são, em geral, questionáveis. Não há dúvida do caráter pessoal das deci- sões e da falta de real investimento no controle, como a utlização dos colares inseticidas ou produtos afins centrados nos cães; melhoria das condições de diagnóstico em cães; adoção de vacina- ção piloto em áreas de grande transmis- são, conforme trabalho publicado na re- vista Vaccine sobre a redução de casos em locais de maior cobertura vacinal ca- nina em Belo Horizonte e Araçatuba4
;
orientação preventiva ambiental nas vi- sitas dos agentes de saúde espalhados pe- lo Brasil e reconhecimento de que o tratamento canino tem suficientes evi- dências de sua eficácia. Além disso, mo- dalidades de tratamento que não apon- tam riscos hipotéticos já existem e os cães em tratamento podem ser monito- rados e acompanhados adequadamente. Isso é o que se espera de uma socie-
dade que valoriza a vida humana como prioridade e dos animais com critério ético.
Vitor Márcio Ribeiro Professor Adjunto III - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Médico veterinário da Clínica Veterinária Santo Agostinho, Brasil
Membro da comissão científica da Associação de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais do Estado de Minas Gerais (Anclivepa-MG)
Conselherio Suplente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais - MG (CRMV-MG).
Referências 1-DYE, C. The logic of visceral leishmaniasis control. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v. 55, p. 125-130, 1996.
2-COSTA, C.H.N.; VIEIRA, J.B.F. Changes in the control of visceral leishmaniasis in Brazil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical,v. 34, p. 223-228, 2001.
3-WORLD HEALTH ORGANIZATION. Control of Leishmaniasis. Report of a WHO Experts Committee - Technical Report Series 793, Geneva, p.55-60, 1990.
4-PALATNIK-DE-SOUSA , C. B. ; SILVA- ANTUNES, I. ; MORGADO, A. d. A. ; MENZ, I. ; PALATNIK, M. ; LAVOR, C. Decrease of the incidence of human and canine visceral leishmaniasis after dog vaccination with Leishmune®
in Brazilian endemic areas. Vaccine, v. 27, n. 27, p. 3505-3512, 2009.
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