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Cistite enfisematosa em cães - revisão de literatura


Emphysematous cystitis in dogs - review Cistitis enfisematosa en


perros - revisión de literatura


Resumo: Acistite enfisematosa é uma infecção incomum da vesícula urinária com formação de gás no lúmen ou na parede vesical. É comumente encontrada em cães com controle ineficaz de diabetes mellitus e o aspecto clínico é muito variado. O diagnóstico é frequentemente obtido de forma acidental, através de exames ultrassonográficos ou radiográficos. A radiografia pode revelar uma linha radiolucente ao redor da parede vesical ou pontos radiolucentes em seu lúmen, indicando a presença de gás na parede da bexiga e no lúmen, respectivamente. O tratamento consiste geralmente em drenagem urinária, antibioticoterapia e eliminação do fator predisponente. De qualquer modo, o diagnóstico e o tratamento precoces pro- movem o prognóstico favorável. Unitermos: bexiga, diabetes mellitus, infecção do trato urinário


Abstract: Emphysematous cystitis is an uncommon infection of the bladder with formation of gas within the bladder (lumen) or within its wall. It is most commonly seen in dogs with poorly controlled diabetes mellitus, and clinical signs vary. The diagnosis is often made incidentally through ultrasonographic or radiographic exams. The radiography may reveal a radiolucent line around the bladder wall or radiolucent spots within the lumen, indicating the presence of gas within the bladder wall or within the lumen, respectively. The treatment generally consists on urinary drainage, prompt initiation of antibiotic therapy and elimination of predisposing factors. Nevertheless, early diagnosis and treatment promote a favorable prognosis. Keywords: bladder, diabetes mellitus, urinary tract infections


Resumen: La cistitis enfisematosa es una infección incomún de la vesícula urinaria con formación de gas en el lumen o en la pared vesical. Es más usualmente encontrada en perros con control ineficaz de la diabetes mellitus y el aspecto clínico es muy variado. El diagnóstico es frecuentemente obtenido accidentalmente por medio de ultrasonografías o radiografías. La radiografía puede revelar una línea radiolucente alrededor de la pared vesical o puntos radiolucentes en su lumen indicando la presencia de gas en la pared de la vejiga y en el lumen respectivamente. El tratamiento consiste generalmente en el drena- je urinario, antibioticoterapia y eliminación del factor predisponente. Sin embargo, diagnóstico y tratamiento precoces promueven el pronóstico favorable. Palabras clave: vejiga, diabetes mellitus, infección del trato urinario


Clínica Veterinária, n. 86, p. 48-52, 2010


Introdução A cistite enfisematosa é condição in-


comum que consiste na infecção da ve- sícula urinária acompanhada de fermen- tação bacteriana, resultando em forma- ção de bolhas de gás nos ligamentos, luz e parede vesical 1,2


. Na medicina veterinária, foi primei-


ramente descrita por Heuper em 1926, durante a necropsia de um cão diabético com hiperglicemia, glicosúria e lesões típicas da afecção 3


. Muitos casos são


observados em animais diabéticos, su- gerindo que as bactérias formadoras de gás usem a glicose como substrato. Porém, a cistite enfisematosa também é relatada em animais não diabéticos, com ou sem anormalidades vesicais concomitantes 4


completamente esclarecida 5


. Sua patogenia não está ; no entan-


to, a cistite enfisematosa parece ser re- sultado de infecção vesical primária 6


.


Etiologia Em seres humanos, vários microrganis- mos causadores de cistite enfisematosa


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foram isolados na urocultura, sendo a bactéria Escherichia coli a de maior prevalência. Outros microrganismos re- latados incluem Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Proteus mirabilis, Candida albicans, Candida tropicalis, Aspergillus fumigatus, Staphylococcus aureus, Streptococcus spp, Enterococcus faecalis, Enterobacter aerogenes, Clostridium perfringens e Clostridium welchii 7


. Em cães e gatos,


os microrganismos comumente isolados são Escherichia coli e Clostridium spp, sendo que algumas espécies de Clostridium (C. septicum, C. chauvoei, C. perfringens, C. sordellii, C. novyi e C. welchii) são capazes de causar lesões necrosantes e enfisematosas. Os micror- ganismos E. coli e Clostridium spp são saprófitas e fazem parte da microbiota natural do intestino 8


. A maioria das cistites bacterianas é


causada por bactérias da microbiota cu- tânea ou intestinal que ascendem atra- vés da uretra. Defeitos anatômicos e lesões nas barreiras das mucosas, como,


urolitíase, neoplasia e espessamento da parede vesical causada por inflamação crônica, favorecem a infecção enfise- matosa vesical por afetarem os mecanis- mos naturais de defesa 9


. A virulência da bactéria e o número


de microrganismos invasores são os principais fatores que determinam o es- tabelecimento da infecção do trato uri- nário inferior. A capacidade da bactéria de aderir à superfície do epitélio do trato urinário impede sua remoção e permite sua proliferação no intervalo entre as micções. Essa condição é facilitada pelas fímbrias encontradas em muitas enterobactérias, que se caracterizam também pela presença ou não de flagelo ou antígeno "H" – responsável pela mo- tilidade da bactéria –, cápsula ou antíge- no "K" – que confere resistência à fago- citose –, polissacarídeos ou antígeno "O" – que diminuem a contratilidade do músculo liso –, podendo interromper o peristaltismo uretral por facilitar a as- censão das bactérias para a bexiga 10 Acistite enfisematosa está quase


. Clínica Veterinária, Ano XV, n. 86, maio/junho, 2010


Maíra Cremaski Médica veterinária


mairacremaski@yahoo.com.br


Ademir Zacarias Junior MV prof. aux.


Depto. Patologia Geral - UENP zacariasvet@hotmail.com


Francielle Gibson da Silva Zacarias MV, profa. dra. adj.


Depto. Veterinária e Produção Animal - UENP franciellegs@yahoo.com.br


Carlos Frederico G. K. T. da Silva MV, mestre, prof. ass.


Depto. Veterinária e Produção Animal - UENP cfgkts@gmail.com


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