animais, mesmo sem alcançar o volume globular desejado, apresentou melhora clínica evidente, sendo que em muitos ela ocorreu até antes do término da transfusão (Figuras 3A e 3B). Durante a estocagem da bolsa de
sangue, podem ocorrer alterações de acordo com os níveis de ATP e glicose e perda da forma discoide das hemá- cias, diminuindo assim seu índice de sobrevivência 12
. Em seres humanos,
sabe-se que as hemácias com menores níveis de ATP em decorrência do armazenamento sofrem um enrijeci- mento da membrana celular, sendo ra- pidamente retiradas da circulação san- guínea pelo sistema mononuclear fagocitário do receptor 8
. Dessa forma,
em geral após 21 dias de estocagem, 70% dos eritrócitos caninos transfundi- dos sobrevivem 24 horas após a infusão de sangue 8,12
evidenciar que neste estudo, o sangue utilizado nas transfusões esteve arma- zenado por sete dias em média, não havendo diminuição importante de gli- cose e ATP nesse período 19
. Vale ressaltar que o alcance do VG
desejado varia individualmente dentre os pacientes, dependendo da doença apresentada. Em casos em que o re- ceptor não recebeu anteriormente ne- nhuma transfusão e se não ocorrer um processo hemolítico imunomediado, as células transfundidas poderão sobre- viver normalmente na circulação, caso resistam às primeiras 24 horas após transfusão e não haja produção de an- ticorpos 20
.
Conclusão Os resultados obtidos indicam que o
cálculo de volume empregado neste estudo pode subestimar o volume total de sangue a ser transfundido. Sendo assim, recomenda-se optar pela mensu- ração e utilização do VG da bolsa de sangue na fórmula do cálculo, em vez do VG do doador. Quanto à avaliação do VG uma e 24
horas após a transfusão sanguínea, con- cluiu-se que em cães com sinais de me- lhora clínica não é necessária a realiza- ção do VG após uma hora, exceto se houver suspeita de hemólise.
Agradecimentos Agradecemos a todos os participan- tes do Projeto Vida – Banco de Sangue
70 . Entretanto, é importante
de Cães – (UEL) pela valorosa colabo- ração na monitoração das transfusões sanguíneas.
Referências 01-RENTKO, V. T. ; COTTER S. M. Transfusion therapy in dogs and cats. In: BOJRAB, M. J. Disease mechanisms in small animal surgery, 2. ed. Lea e Febiger, 1993, p. 44-48.
02-LANEVSCHI, A. ; WARDROP. K. J. Principles of transfusion medicine in small animals. Canadian Veterinary Journal, v. 42, n. 6, p. 447- 454, 2001.
03-PEREIRA, P. M. ; RAMALHO, F. S. Transfusão sanguínea. Clínica Veterinária, Ano VI, n. 34, p. 34-40, 2001.
04-TAFFAREL, M. O. ; CUNHA, O. Transfusão sanguínea em cães e gatos. Parte I - Indicações, grupos sanguíneos, coleta e armazenagem. Nosso Clínico, n. 27, p. 20-26, 2002.
05-ROGERS, K. S. Anemia; In: ETTINGER, S. J. ; FELDMAN, E. C. Tratado de medicina interna veterinária: doenças do cão e do gato. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004, p. 205- 211.
06-KNOTTENBELT, C. ; MACKIN, A. Blood transfusions in the dog and cat. Part 2: Indications and safe administration. Companion Animal Practice, v. 20, p. 91-99, 1998.
07-WILLER, R. L. ; RIEDESEL, D. H. Transfusion therapy and blood banking in the dog and cat. Iowa State University Veterinary, v. 47 p. 102- 109, 1985.
08-MCFARLAND, J. G. Perioperative blood transfusions: indications and options. American College of Chest Physicians, n. 115S, p. 113- 121, 1999.
09-SIGRIST, N. E. Anemia and transfusion in critial illness. In: INTERNATIONAL VETERINARY EMERGENCY & CRITICAL CARE SYMPOSIUM, 2008, PHOENIX, 14. Proceedings... Phoenix: Omnipress, 2008, p. 781- 783.
10-HOHENHAUS, A. E. Canine blood transfusions. In:___. Transfusion medicine, problems in veterinary medicine. 4. ed., Baltimore: Lippincott Company, 1992, p. 612-624.
11-FELDMAN, B. F. ; SINK, C. A. Clinical considerations in transfusion pratice. In: ____. Practical transfusion medicine for the small animal practitioner. 1. ed. Wyoming: Teton New Media, 2006, p. 45-61.
12-BABO, V. J. Transfusão sanguínea em cães e gatos - revisão. Clínica Veterinária, Ano 3, n. 14, p. 28-32, 1998.
13-HALDANE, S. Transfusion therapy - your questions answered. In: INTERNATIONAL VETERINARY EMERGENCY & CRITICAL CARE SYMPOSIUM, 14, 2008, Phoenix. Proceedings... Phoenix: Omnipress, 2008, p. 785 -789.
14-CHIARAMONTE, D. Blood-component therapy: selection, administration and monitoring. Clinical Techniques in Small Animal Practice, v. 19, n. 2, p. 63-67, 2004.
15-PEREIRA, P. M. ; Transfusões em cães e gatos. In: LOPES S. T. ; BIONDO A. W. ; SANTOS A. P. Manual de patologia clínica vete- rinária. 3. ed. Santa Maria, UFSM, p. 18-26, 2007.
16-HARRELL K. ; PARROW J. ; KRISTENSEN A. Canine transfusion reactions, Part I. Causes and consequences. The Compendium of Continuing Education for the Practicing Veterinarian, Yardley, v. 19, p. 181-190, 1997.
17-ASSARASAKORN, S. ; NIWETPATHOMWAT, A. A retrospective study of blood transfusion in dogs from a veterinary hospital in Bangkok, Thailand. Comparative Clinical Pathology, v. 15, n. 3, p. 191-194, 2006.
18-STEWART, A. F. ; FELDMAN, B. F. Immune-mediated hemolytic anemia. Part I. An overview. The Compendium on Continuing Education for the Practicing Veterinarian, v. 15, n. 3, p. 372-381, 1993.
19-TRIULZI, D. J. ; Componentes sanguíneos In: ____. Terapêutica transfusional: manual para médicos. 7. ed. São Paulo: Associação Americana de Bancos de Sangue, 2003. p. 1-30.
20-KRISTESEN, A. T. ; FELDMAN, B. F. ; General principles of small animal blood component administration. In: FELDMAN, E. C. Textbook of veterinary internal medicine. 4. ed. Philadelphia: WB Saunders, 1995, p. 1277- 1290.
Clínica Veterinária, Ano XV, n. 86, maio/junho, 2010 A B
Figura 3 - Animal submetido a transfusão de sangue total. Em A, ele aparece com mucosas pálidas antes da transfusão sanguínea; em B, mostra a alteração da coloração de mucosas depois de duas horas de transfusão
Patrícia M. Pereira / Hospital Veterinário - UEL
Patrícia M. Pereira / Hospital Veterinário - UEL
Page 1 |
Page 2 |
Page 3 |
Page 4 |
Page 5 |
Page 6 |
Page 7 |
Page 8 |
Page 9 |
Page 10 |
Page 11 |
Page 12 |
Page 13 |
Page 14 |
Page 15 |
Page 16 |
Page 17 |
Page 18 |
Page 19 |
Page 20 |
Page 21 |
Page 22 |
Page 23 |
Page 24 |
Page 25 |
Page 26 |
Page 27 |
Page 28 |
Page 29 |
Page 30 |
Page 31 |
Page 32 |
Page 33 |
Page 34 |
Page 35 |
Page 36 |
Page 37 |
Page 38 |
Page 39 |
Page 40 |
Page 41 |
Page 42 |
Page 43 |
Page 44 |
Page 45 |
Page 46 |
Page 47 |
Page 48 |
Page 49 |
Page 50 |
Page 51 |
Page 52 |
Page 53 |
Page 54 |
Page 55 |
Page 56 |
Page 57 |
Page 58 |
Page 59 |
Page 60 |
Page 61 |
Page 62 |
Page 63 |
Page 64 |
Page 65 |
Page 66 |
Page 67 |
Page 68 |
Page 69 |
Page 70 |
Page 71 |
Page 72 |
Page 73 |
Page 74 |
Page 75 |
Page 76 |
Page 77 |
Page 78 |
Page 79 |
Page 80 |
Page 81 |
Page 82 |
Page 83 |
Page 84 |
Page 85 |
Page 86 |
Page 87 |
Page 88 |
Page 89 |
Page 90 |
Page 91 |
Page 92 |
Page 93 |
Page 94 |
Page 95 |
Page 96 |
Page 97 |
Page 98 |
Page 99 |
Page 100 |
Page 101 |
Page 102 |
Page 103 |
Page 104 |
Page 105 |
Page 106 |
Page 107 |
Page 108 |
Page 109 |
Page 110 |
Page 111 |
Page 112 |
Page 113 |
Page 114 |
Page 115 |
Page 116 |
Page 117 |
Page 118 |
Page 119 |
Page 120 |
Page 121 |
Page 122 |
Page 123 |
Page 124