Variáveis
Caso n. 3
hemácias (x106)/L4,1 leucócitos (x103)/L10,8 plaquetas (x103)/L100 proteína total (g/dL) albumina (g/dL) globulina (g/dL) ALT (U/L) AST (U/L)
9,2
fosfatase alcalina (U/L) bilirrubina total (mg/dL) b. indireta (mg/dL) b. direta (mg/dL)
ureia sanguínea (mg/dL) creatinina sérica (mg/dL) PCR (CAV-1)
SAM para leptospirose
779 779 826 4,83 2,16 2,67 52
1,8 positivo
10,4 1
Caso n. 4 7,3
13.100 58
10,4 2,2 8,2
594 126 44
3,4 1
2,4 60 2
positivo Sv. autumnalis(800)
* Valores de referência utilizados no Laboratório Clínico do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP
Figura 4 - Valores hematológicos e bioquímicos sanguíneos, PCR para detecção de material genético de adenovírus canino (CAV-1) e título de soroaglutinação microscópica (SAM) para pesquisa de anticorpos antileptospiras nos cães n. 3 e 4. São Paulo, 2005
atividade sérica de ALT de cerca de dez vezes o valor de referência e da FA (Figura 4), desmonstrando lesão direta do hepatócito. O teste molecular (PCR) mostrou-se positivo para CAV-1. Na so- roaglutinação microscópica (SAM) 1 para diagnóstico de leptospirose, o cão foi reagente ao sorovar autumnalis, em título igual a 800. Seis meses após, os valores da bioquímica sanguínea (ativi- dade sérica das enzimas hepáticas) ha- viam retornado aos padrões de referên- cia, sendo também negativo o resultado do teste molecular (PCR) para o CAV-1.
Reação em cadeia da polimerase - PCR A amplificação de material genético
do adenovírus canino do tipo 1 foi reali- zada em laboratório comercialb
do com técnica previamente descrita 5
, de acor- ,
que permite a amplificação tanto do CAV-1 quanto do CAV-2, cujos fragmen- tos amplificados possuem 508pb e 1030pb, respectivamente. A partir dos fragmentos amplificados, foi utilizado um segundo protocolo, específico para o adenovírus causador da hepatite infeccio- sa canina, desenvolvido no próprio labo- ratório, utilizando o par de primers: 5' - ATC AGA TCA GCA TCC CGT TTA TGT C - 3' e 5' - GCG CTC GAC GGA GGT TGTAG - 3', sendo a ciclagem de PCR de 94 ºC 5'; 45 ciclos de 94ºC 30", 63ºC 30", 72ºC 40"; extensão final de 72ºC 5' e resfriamento a 4ºC. O fragmento amplificado corresponde a 221pb.
b) Genoa Veterinária - Alameda Ministro Rocha Azevedo, 346, 4º andar, São Paulo, SP
Discussão Fragmentos de 221pb foram amplifi-
cados a partir do fragmento hepático (caso 1) e do sangue periférico (casos 2, 3 e 4), e de forma análoga no controle positivo (cepa adenovírus canino GMB 775), confirmando a infecção pelo ade- novírus canino do tipo 1 (Figura 3). A hepatite necrótica e fulminante é a consequência mais evidente da infecção de cães jovens, desprovidos de imunida- de específica, pelo CAV-1. Em geral, observa-se necrose centrolobular, com a presença de corpúsculos de inclusão nos hepatócitos, nas células endoteliais e no epitélio do duto biliar 3,15
. No caso n. 2, o
exame histopatológico do fígado reve- lou a presença de infiltrado predomi- nantemente mononuclear, sem no entan- to terem sido observadas inclusões do CAV-1 nos hepatócitos. Outros autores também não observaram inclusões em hepatócitos em um cão de cinco meses de idade que havia desenvolvido cirrose hepática e insuficiência hepática grave, embora inclusões intranucleares basofí- licas, reagentes a anticorpos antiadeno- vírus policlonais, tivessem sido obser- vadas em macrófagos esplênicos 16
. A
ausência de inclusões virais no cão n. 1 pode ser creditada à sobrevida maior desse cão em relação aos demais mem- bros da ninhada. O CAV-2 também pode estar envolvido em surtos de doença en- térica de etiologia viral 2
, o que aparen-
temente não ocorreu com a ninhada. O CAV-1 e o CAV-2 podem ser diferencia- dos por meio de técnicas moleculares 17 cujo protocolo foi aplicado nos casos
relatados, tendo revelado a presença de bandas de 221pb, idênticas às da cepa GMB 577 do CAV-1, utilizada como controle positivo da reação. No segundo caso, a manifestação
ocular classicamente conhecida como “olho azul” observada nos casos natu- rais de HIC 10,18,19
período pós-vacinal, com vacinas que contêm o CAV-1 vivo modificado7
ou em alguns cães no , alia-
da à faixa etária e ao histórico do ani- mal, já havia fortemente sugerido a pos- sibilidade diagnóstica de hepatite in- fecciosa canina. O tratamento prévio com esteroide anti-inflamatório, bem co- mo a infecção múltipla, mascaram as possíveis alterações hematológicas ou bioquímicas que muitas vezes são observadas nos casos de hepatite in- fecciosa canina 18
, principalmente na fa-
se de vire-mia. Infecções concomitantes por outros vírus caninos, principalmente entre os filhotes, são comumente obser- vadas em associação com o CAV-1 9,20
.
A hepatite crônica é encontrada fre- quentemente em cães de qualquer ra- ça 9
, e em geral progride invariavelmen- te para fibrose ou cirrose hepática 11
. O
termo “hepatite crônica” é utilizado em medicina humana como uma condição histológica claramente definida, em que se observa infiltrado inflamatório misto com necroses pontuais e variável grau de fibrose hepática, combinada com evidência clínica ou bioquímica de dis- função hepatocelular, sem melhora clí- nica por pelo menos seis meses15
. Entre-
tanto, em medicina veterinária, o termo é utilizado de forma inespecífica para descrever qualquer processo hepático de curso crônico, com persistente eleva- ção da atividade enzimática no soro, das enzimas hepáticas, especialmente alani- na aminotransferase 3,4,21
. No terceiro Clínica Veterinária, Ano XV, n. 86, maio/junho, 2010 43
Referência* 5 - 8
6 - 15
200 - 500 5,5 - 7,7 2,3 - 3,8 2,3 - 5,2 10 - 88 10 - 88 20 - 150 0,1 - 0,6 0,1 - 0,3 0 - 0,3 15 - 40 1 - 2
Figura 5 - Perfil eletroforético das proteínas séri- cas do cão n. 4. Ponte - globulinas evidente
Mitika Kuribayashi Hagiwara
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