This page contains a Flash digital edition of a book.
Linfoma cutâneo em cães: epidemiologia, morfologia, resposta terapêutica e sobrevida


Cutaneous lymphoma in dogs: epidemiology, morphology, response to therapy and survival


Linfoma cutáneo en perros: epidemiología, morfología, respuesta terapéutica y sobrevida


Resumo: Aforma cutânea é uma das manifestações do linfoma canino. Neste estudo investigamos os aspectos epidemiológicos, morfológicos e terapêuticos do linfoma cutâneo em 49 cães. Destes cães, 35 eram fêmeas e 14 machos, com idade variando de dois a catorze anos. Trinta e sete animais apresentavam raça definida. O tumor mostrou-se mais frequente em animais de pequeno porte (47%). Em 21 cães foi realizada a classificação morfológica; estabeleceu-se o diagnóstico de linfoma não epiteliotrópico em doze animais e da forma epiteliotrópica em nove. As lesões ocorreram predominantemente no abdômen, no dorso (caudal) e no tronco. Na maioria dos cães tratados com múltiplos fármacos, a remissão clínica foi completa ou parcial. Ao utilizar protocolos monoterápicos, a doença permaneceu estável ou progrediu, com exceção de pacientes tratados com lomustina. A sobrevida foi maior em pacientes tratados com protocolos com múltiplos antineoplásicos. Unitermos: câncer, pele, linfoide, classificação, tratamento


Abstract: The cutaneous lymphoma is one of the clinical presentations of canine lymphomas. In this study, epidemiological, morphological and therapeutic aspects of cutaneous lymphoma were analyzed in 49 dogs. From these, 35 were females and 14 males, and the age ranged from 2 to 14 years. Thirty-seven were pure breed dogs. The tumor was found most frequently in small breed animals (47% of the cases). Morphological classification of the tumor in 21 dogs lead to the diagnosis of epitheliotropic lymphoma in twelve animals and non-epitheliotropic lymphoma in nine cases. Lesions were mainly located to the abdomen, dorsum (back) and trunk. Remission was complete or partial in most dogs that were treated with multiple drugs. In single-drug therapy the disease remained stable or progressed, except in patients treated with lomustine. The survival was longer in animals treated with multiple drugs. Keywords: cancer, skin, lymphoid, classification, treatment


Resumen: La forma cutánea es una de las manifestaciones del linfoma canino. En este estudio investigamos los aspectos epidemiológicos, morfológicos y terapéuticos del linfoma cutáneo en 49 perros. De éstos, 35 eran hembras y 14 machos, con edades entre 2 y 14 años. 37 animales presentaban raza definida. El tumor se mostró más frecuente en animales de pequeño porte (47%). En 21 perros fue hecha la clasificación morfológica. Doce animales recibieran el diagnóstico de linfoma no epiteliotrópico y nueve del tipo epiteliotrópico. Las lesiones predominaron en el abdomen, en la región dorsal (posterior) y en el tronco. En la mayoría de los perros tratados con múltiples fármacos, la remisión clínica fue total o parcial. Cuando fueron utilizados protocolos monoterápicos, la enfermedad permaneció estable o progresó, a excepción de pacientes tratados con lomustina. La sobrevida fue más grande en pacientes tratados con protocolos de múltiples antineoplásicos. Palabras clave: cáncer, piel, linfoide, clasificación, tratamiento


Clínica Veterinária, n. 86, p. 32-38, 2010


Introdução Linfoma é o termo utilizado para de-


signar um grupo heterogêneo de tumo- res malignos que se originam no sistema hemolinfático. É o principal neoplasma desse sistema e o terceiro em ocorrência dentre todos os tumores malignos dos cães 1-3


.


agente etiológico conhecido na patoge- nia da doença entre os cães4,5


Esses tumores não possuem um . Apesar de


especulações como alteração genética causada por pesticidas ou ambientes com alta tensão elétrica e da presença de partículas de retrovírus no tecido tumo- ral, nada foi comprovado quanto à real participação desses agentes na etiologia


32


dos linfomas caninos, sendo a doença considerada de aparecimento espontâ- neo 6


. Sabe-se que bull mastiffs, otther-


hounds e uma família de rottweilers apresentaram maior predisposição ao linfoma em decorrência de falhas gené- ticas 6


. Outras raças, como boxer,


scottish terrier, golden retriever e pastor alemão, têm maior ocorrência, mas sem causa específica 1,7-9


. Em seres humanos, há relatos da as-


sociação entre linfoma e a exposição ocu- pacional a alguns produtos químicos, como o ácido 2,4 diclorofenoxiacético (2,4D), ou infecções por retrovírus 4


.


No entanto, assim como em cães, o apa- recimento do linfoma é considerado


Kleber Moreno MV, prof. adj.


Depto. Clínicas Veterinárias - UEL mvkmoreno@gmail.com


Claudia Cristina Boselli MV, mestre


Lab. Patologia Animal - UEL boselligrotti@yahoo.com.br


Elisângela Olegário da Silva acadêmica medicina veterinária,


bolsista iniciação científica/CNPq - UEL eli-vet@bol.com.br


Ana Paula F. R. Loureiro Bracarense MV, profa. assoc.


Depto. Medicina Veterinária Preventiva - UEL anauel2@yahoo.com.br


espontâneo. O envolvimento de vírus como o HTLV-1 (vírus linfotrópico humano T, tipo 1) e possivelmente o HTLV-2 (vírus linfotrópico humano T, tipo 2) foi sugerido na etiologia do lin- foma de células T em seres humanos4 O linfoma possui diversas apresenta-


.


ções clínicas que estão diretamente rela- cionadas ao local de aparecimento da doença, ao seu grau de malignidade, ao fenótipo e ao índice de proliferação ce- lular, entre outros. Em decorrência dessa diversidade clínica, a doença foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de acordo com o local de origem, como linfoma multicêntrico, alimentar, mediastínico, cutâneo ou ex- tranodal 10,11


. A forma cutânea possui baixa ocor-


rência clínica em comparação com a multicêntrica, correspondendo a 3 a 12% de todas as apresentações clínicas. O cão com linfoma cutâneo pode apre- sentar nódulo isolado ou múltiplo, com ou sem ulceração, geralmente alopéci- co, eritematoso e com as bordas eleva- das. Ocasionalmente, as lesões podem adquirir aparência bizarra, arciforme e serpiginosa, ou aspecto eritematoso di- fuso com descamação12-16


.


neos são subdividos em não epiteliotró- pico e epiteliotrópico 17


Morfologicamente, os linfomas cutâ- . A forma não


epiteliotrópica caracteriza-se por uma infiltração difusa da derme e do subcu- tâneo por linfócitos anaplásicos. Essas células geralmente são grandes, simi- lares aos histiócitos, com núcleos ovoi- des ou denteados e com citoplasma abun- dante. Arranjam-se como agregados


Clínica Veterinária, Ano XV, n. 86, maio/junho, 2010


Page 1  |  Page 2  |  Page 3  |  Page 4  |  Page 5  |  Page 6  |  Page 7  |  Page 8  |  Page 9  |  Page 10  |  Page 11  |  Page 12  |  Page 13  |  Page 14  |  Page 15  |  Page 16  |  Page 17  |  Page 18  |  Page 19  |  Page 20  |  Page 21  |  Page 22  |  Page 23  |  Page 24  |  Page 25  |  Page 26  |  Page 27  |  Page 28  |  Page 29  |  Page 30  |  Page 31  |  Page 32  |  Page 33  |  Page 34  |  Page 35  |  Page 36  |  Page 37  |  Page 38  |  Page 39  |  Page 40  |  Page 41  |  Page 42  |  Page 43  |  Page 44  |  Page 45  |  Page 46  |  Page 47  |  Page 48  |  Page 49  |  Page 50  |  Page 51  |  Page 52  |  Page 53  |  Page 54  |  Page 55  |  Page 56  |  Page 57  |  Page 58  |  Page 59  |  Page 60  |  Page 61  |  Page 62  |  Page 63  |  Page 64  |  Page 65  |  Page 66  |  Page 67  |  Page 68  |  Page 69  |  Page 70  |  Page 71  |  Page 72  |  Page 73  |  Page 74  |  Page 75  |  Page 76  |  Page 77  |  Page 78  |  Page 79  |  Page 80  |  Page 81  |  Page 82  |  Page 83  |  Page 84  |  Page 85  |  Page 86  |  Page 87  |  Page 88  |  Page 89  |  Page 90  |  Page 91  |  Page 92  |  Page 93  |  Page 94  |  Page 95  |  Page 96  |  Page 97  |  Page 98  |  Page 99  |  Page 100  |  Page 101  |  Page 102  |  Page 103  |  Page 104  |  Page 105  |  Page 106  |  Page 107  |  Page 108  |  Page 109  |  Page 110  |  Page 111  |  Page 112  |  Page 113  |  Page 114  |  Page 115  |  Page 116  |  Page 117  |  Page 118  |  Page 119  |  Page 120  |  Page 121  |  Page 122  |  Page 123  |  Page 124