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como sinais clínicos apatia, anorexia, poliúria, polidipsia, desidratação, hi- potermia e mucosas hipocoradas, nova- mente refletindo a literatura, que relata que, quando o comprometimento é bi- lateral, os sinais clínicos da doença estão associados a insuficiência renal: depressão, anorexia, êmese, polidipsia, poliúria e perda de peso 22


. Além disso,


se os cistos se tornarem infectados, o animal poderá apresentar febre, hematú- ria, piúria e leucocitose 23


. No exame fí-


sico, é comum a presença de desidrata- ção, rins aumentados de volume e irre- gulares à palpação, mucosas pálidas e emaciação 10


. Porém, quando o compro-


metimento renal é unilateral, os gatos portadores da DRP podem ser assinto- máticos 22


. Com os dados da anamnese e do exa-


me físico, verificou-se que o paciente apresentava alterações no funcionamen- to do trato urinário. Porém, como tais alterações eram inespecíficas, foram so- licitados exames complementares (he- mograma, bioquímica sanguínea, uriná- lise e ultrassonografia) para elucidar o caso, obter um diagnóstico correto e instituir a terapia mais adequada para o animal. Na DRP, as alterações laboratoriais


mais comuns são a azotemia, hiperfos- fatemia, isostenúria, anemia não rege- nerativa e acidose metabólica, devido à falência renal10


. Assim como na literatu-


ra, o gato do relato em questão também apresentava azotemia e anemia não re- generativa.


A ocorrência de proteinúria, glico-


súria (apesar de um valor glicêmico nor- mal - figura 4), cilindrúria, isostenúria e grave azotemia permitiu o diagnóstico de glomerulopatia e insuficiência renal crônica, da qual, devido à produção prejudicada de eritropoietina 15


, também


resultou a anemia observada no pa- ciente.


Como descrito na literatura, o diag-


nóstico definitivo da DRP foi obtido pela visualização de múltiplos cistos no parênquima renal do paciente durante a realização da ultrassonografia explo- ratória abdominal, que é um método diagnóstico rápido, não invasivo, sen- sível e altamente específico para de- tectar a DRP nos gatos, permitindo visualizar até mesmo cistos muito pe- quenos, inferiores a 2mm. No córtex re- nal, os cistos são facilmente identifica- dos como estruturas esféricas, anecoicas e regulares 8 do rim 24


, e podem alterar o contorno ou causar dilatação do sistema


coletor em consequência de uma obstru- ção parcial 25


. Já os cistos localizados na


medula renal são dificilmente detecta- dos, devido à relativa hipoecogenici- dade desta quando comparada à do cór- tex renal. Cistos que apresentam compli- cações como hemorragias ou infecções geralmente apresentam conteúdos ecoi- cos e hipoecoicos e paredes delgadas, devendo ser diferenciados de linfomas, hematomas, tumores e abscessos renais8 Apesar de ser recomendada a insti-


.


tuição de uma terapia para insuficiên- cia renal crônica como o tratamento


para felinos com DRP4


, optou-se pela


eutanásia do paciente em questão, de- vido à idade já avançada, ao estágio muito grave de falência renal e ao prognóstico extremamente desfavorá- vel, em função do comprometimento bilateral do parênquima renal, do qual, de acordo com a literatura, de- pende o prognóstico dos animais aco- metidos pela DRP. Quando tal com- prometimento é unilateral, o prognós- tico é reservado 4


. No entanto, quando


é bilateral, o prognóstico torna-se des- favorável devido à rápida evolução para o quadro de insuficiência renal terminal, em consequência da degene- ração cística do parênquima renal 20


.


Após o estabelecimento dos sinais clí- nicos, a sobrevida do paciente é restri- ta a aproximadamente 5,5 meses 6


.


Considerações finais ADRP é uma doença grave, de ca-


ráter hereditário autossômico domi- nante, caracterizada clinicamente pelo comprometimento da função renal, devido à degeneração cística do pa- rênquima. O seu diagnóstico pode ser feito, fácil e precocemente, através da ultrassonografia abdominal e do teste genético de DNA, que indica que o in- dividuo poderá desenvolver DRP no futuro. Tal diagnóstico precoce deve ser uma preocupação rotineira dos criadores para que os animais predis- postos não sejam utilizados como re- produtores, auxiliando, assim, a redu- zir a ocorrência da doença nos felinos.


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Clínica Veterinária, Ano XV, n. 86, maio/junho, 2010


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