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TC também é falha em detectar altera- ções precoces associadas à otite média. Essa técnica imaginológica pode dar uma falsa impressão de afilamento da parede da bula timpânica, resultando em diagnósticos falso positivos de otite média10


. Os principais entraves para a adoção


da TC estão relacionados ao custo e à experiência do clínico que vai operar o equipamento17


. Na rotina clínica veterinária, devido


ao custo elevado e à dificuldade de acesso aos equipamentos necessários, a utilização de técnicas de imagem avan- çadas, como a TC, ainda está restrita a um pequeno número de animais 14


.


Ressonância magnética Aprimeira descrição de uso da resso-


nância magnética (RM) em medicina veterinária foi feita em 1989, e desde então vem se consolidando como o mé- todo de imagem mais indicado para ava- liação de estruturas do sistema nervoso central e suas enfermidades 14


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As imagens de RM permitem boa distinção dos componentes de tecidos moles intracavitários (como neoplasia e polipose), porém, poucos relatos men- cionam o uso da técnica no diagnóstico das doenças do ouvido de pequenos ani- mais1


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imagens sequenciais, que minimizam as sobreposições 17


Assim como a TC, a RM fornece .


As imagens de RM são divididas em


três grupos: baixo, médio e alto campo. ARM de alto campo é uma modalidade de escolha para avaliar estruturas neu- rais vizinhas do ouvido interno em seres humanos. Em caninos, a RM de baixo campo permite detectar alterações em ouvido médio e interno 19


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Todos os tecidos moles podem ser vi- sibilizados no ressonograma, mas a cor- tical óssea e o ar não produzem sinal nas imagens em quaisquer das sequências utilizadas. Isso ocorre por causa da ina- bilidade dos prótons em se distenderem na matriz óssea densa e da relativa falta de núcleos de hidrogênio no ar, que é mostrada na tela pela coloração negra e classificada como imagem hipotensa ou com hipossinal. As imagens claras são classificadas como hipertensas ou com hipersinal, e as imagens cinza são ca- racterizadas como sinal intermediário 20 Na RM, os tecidos moles, fluido, ar e


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osso são bem individualizados e as alte- rações inflamatórias precoces especial- mente edemas e tecidos de granulação podem ser detectadas. Existe uma boa resolução entre ar, fluido, osso, tecidos moles e restos tissulares. Essa modali- dade de exame também possibilita a di- ferenciação entre tecidos hipervascula- rizados e edemaciados, assim como entre processos agudos e crônicos 10 A presença de fluido no lúmen da


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bula timpânica é um dos achados mais comuns na otite média em cães. Em casos agudos, pode ser a única alteração presente 3


detectar a presença de fluido no ouvido médio canino 21


cendo como uma zona de hiperintensi- dade intracavitária 1


. A RM é um método útil para , com o líquido apare- .


uso da RM sempre deve ser precedido de exame clínico e radiológico 10


Da mesma forma que ocorre na TC, o .


Em uma pesquisa com felinos suspei-


tos de otite média e utilizando a RM como método diagnóstico, pôde-se ates- tar a alta sensibilidade do teste, com confirmação por procedimentos cirúrgi- cos 9


. A RM permite a visibilização de es-


truturas ósseas, mas não com a mesma precisão da TC, razão pela qual deve ser preterida em função desta 10


.


Assim como em seres humanos, os ressonogramas em animais permitem diferenciar estruturas fluidas de estrutu- ras sólidas. A RM nos animais permite descrever a presença e a extensão da afecção 9


. A capacidade de obtenção de ima-


gens multiplanares e a ausência de ra- diação ionizante tornaram a RM a técni- ca de geração de imagens mais adequa- da em muitas doenças 20


. A RM é uma


técnica emergente e tem crescido com a experiência clínica 1


. Os ressonogramas podem revelar


imagens diagnósticas que não são apon- tadas pela radiologia. Além disso, a RM pode gerar informação suplementar no momento em que um diagnóstico apura- do não puder ser estabelecido pela TC9


.


Acredita-se que a RM forneça informa- ções subsidiárias às avaliadas na radio- grafia e na TC3


. . ARM supera por larga


margem a TC em sua capacidade de dis- tinguir diferenças sutis nos limites dos tecidos moles20


Atécnica de RM é a modalidade a es- colher quando se trata de animais com


suspeita de otite ou síndrome vestibular, devido ao seu potencial para identificar pequenas lesões que afetem estruturas auditivas e neurais 15


. Nos casos de si-


nais vestibulares inequívocos, os resso- nogramas poderão ajudar a excluir a presença de lesões cerebrais 10


. Quando os sinais presentes não pos-


sibilitam a diferenciação entre síndrome vestibular central ou periférica, ou o pa- ciente não responde ao tratamento, as imagens de RM devem ser consideradas para avaliar possíveis lesões do parên- quima cerebral e enfermidades do ouvi- do médio10


. Nos casos em que os sinais clínicos


sugerem otite média, mas as radiogra- fias não são sugestivas do quadro, a TC ou a RM tornam-se necessárias 10


. As desvantagens da RM relacionam-


se à má visibilidade do córtex ósseo, ao custo e à vivência do clínico que vai operar o equipamento e interpretar o ressonograma17


. As estruturas do ouvido interno,


como labirinto, canais semicirculares, cóclea, vestíbulo e nervos cranianos (VII e VIII), assim como processos pa- tológicos dessas estruturas, têm sido identificados em seres humanos. Em cães, o emprego da RM no diagnóstico de otopatias médias ainda é praticamen- te insignificante perante as demais técni- cas de diagnóstico 10


. Apresença de massas hipertensas no


conduto auditivo e/ou na bula timpânica ajudam a esclarecer quadros dificilmen- te apontados pela radiologia convencio- nal, especialmente em casos crônicos 10


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Em resumo, podem-se estabelecer as principais indicações e limitações da ra- diografia convencional (RC), da tomo- grafia computadorizada (TC) e da resso- nância magnética (RM) na avaliação diagnóstica do ouvido canino e felino (Figura 8).


Considerações finais As modalidades de diagnóstico por


imagem, como radiologia convencional, tomografia computadorizada e resso- nância magnética, muitas vezes são complementares para a avaliação de doenças do ouvido de caninos e felinos. Há algum tempo, as imagens do ou-


vido médio eram obtidas somente por meio da radiologia convencional, devi- do à facilidade de manipulação da aparelhagem, além do custo acessível;


Clínica Veterinária, Ano XIV, n. 83, novembro/dezembro, 2009


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