flexão, produzindo consequências dele- térias decorrentes da contração e do ex- cesso de tecido cicatricial, como defor- midade e perda de função, o que explica a diminuição da mobilidade articular 3
.
O tratamento clínico por meio de curati- vos orientados a promover debridamen- to mecânico e posterior estimulação da migração epitelial é uma alternativa viá- vel, no entanto, o tempo necessário para a conclusão do tratamento e o resultado funcional obtido podem ser considera- dos insatisfatórios do ponto de vista es- tético e econômico. Por esse motivo, a intervenção cirúrgica produz resultados mais precoces e diminui o custo do tra- tamento, além de promover, na maioria dos casos, uma recuperação funcional e estética mais satisfatória. As bandagens, além de serem curati-
. Devem ser bem acolchoadas para impedir a movimentação do membro 9
.
Bandagens aplicadas de modo inade- quado e com pressão excessiva podem resultar em necrose do enxerto. A colo- cação de bandagem deve seguir princí- pios básicos para não apresentar com- plicações. A bandagem elástica ou de crepom deve ser previamente acolchoa- da por uma camada de algodão ortopé- dico. Deve ser aplicada com tensão ape- nas suficiente para evitar que escorre- gue, impondo-se pressão em sentido distal-proximal para respeitar o sentido de drenagem venosa e linfática, evitan- do o garroteamento do membro e o con- sequente edema de extremidade. O objetivo deste relato foi descrever
a associação entre as técnicas de enxer- tia cutânea em malha e por pinçamento no tratamento de perda cutânea ampla sobre a articulação do joelho, no aspecto funcional e estético.
Relato de caso Foi atendido no hospital veterinário universitário um animal da espécie cani- na, fêmea, de 4,5kg, sem raça definida, seis meses de idade e com histórico clínico de trauma automobilístico ocor- rido aproximadamente uma hora antes. A paciente apresentava perda cutânea ampla de toda a região distal do membro pélvico esquerdo, abrangendo uma área que se estendia desde a região proximal
48 C Figura 2 - A) ressecção da pele doadora,
B) remoção do tecido subcutâneo do fragmento de pele doador para a preparação da pele doadora,
C) incisões paralelas após a pele doadora ser estendida em superfície plana,
D) enxerto em malha na face caudal da articu- lação fixado, com pontos isolados simples, com fio náilon monofilamentar n. 3-0
Clínica Veterinária, Ano XIV, n. 83, novembro/dezembro, 2009
Figura 1 - Fotografia apresentando ferida que se estende desde a região mediana do dorso até a região da articulação tarsometatarsiana, com tecido de granulação após quinze dias de tratamento
A
vos para as feridas, oferecem proteção, suporte ou compressão para as estrutu- ras esqueléticas, por isso são importan- tes na imobilização de enxertos cutâ- neos8
da coxa até a região da articulação tar- sometatarsiana. A paciente foi sub- metida ao tratamento clínico com an- tibióticos, anti-inflamatórios e limpezas do ferimento com solução de ringer lac- tato aquecida a 37°C, até que o ferimen- to se apresentasse com leito de granu- lação viável, pelo período de quinze dias (Figura 1).
Uma vez que a paciente apresentou
ferida sem contaminação, com tecido de granulação viável, e condições clínicas de suportar uma técnica de enxertia de pele, foi preparada para o procedimento. A lesão de contratura do membro foi desfeita com a realização da extensão da articulação femorotibiopatelar para pos- sibilitar a mobilidade articular. Para re- construção cirúrgica, optou-se pela associação de duas técnicas de enxertia cutânea. Aprimeira delas, a enxertia em malha, para recobrir a maior parte da face caudal da coxa, a região caudal da articulação femorotibiopatelar e a re- gião caudal da perna no segmento pro- ximal. Asegunda técnica, a enxertia por pinçamento, para recobrir a região cra- nial da perna e a articulação do joelho. A região lateral esquerda do tórax foi adequadamente preparada para servir de local doador para a obtenção de ambos os enxertos (Figura 2A). Para a confecção do enxerto em malha, foi colhido um retalho de pele de dimensões de 6cm x 4cm que foi preparado para enxertia tendo-se removido todo o tecido subcu- tâneo (Figura 2B). Após distendê-lo em uma superfície plana, foram realizadas várias incisões no sentido do folículo
B
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Fabiano Zanini Salbego
Fabiano Zanini Salbego
Larissa Berté
Fabiano Zanini Salbego
Fabiano Zanini Salbego
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