This book includes a plain text version that is designed for high accessibility. To use this version please follow this link.
coordenaçãoCristinaMargato
cmargato@expresso.impresa.pt
JJJJJ
meu um braço ou um rapaz que cialmente, na relação entre Peter
JJJJJ
construiu a personagem de Ma-
PETERPAN se esqueceu da sombra no quar- e Wendy e no confronto entre Pe- PRANTODEMARIAPARDA ria a partir de uma estrutura-
apartirdeJ.M.Barrie to das crianças são apenas dois ter e o pirata, capitão Gancho. A deGilVicente ção básica em que as oscila-
Teatro Bocage, Lisboa, hoje exemplos de um regime de inven- adaptação empobrece, necessa- Palco Oriental, Lisboa ções caracterizacionais são con-
ção e de fantasia. Há em “Peter riamente, o original; Wendy, por cebidas sem que a clareza da re-
A HISTÓRIA de Peter Pan, na ver- Pan” uma dimensão reflexiva so- seu lado, assume por vezes um O ANO é 1522, como é referido presentação seja afectada; Pau-
são original de J.M. Barrie, é um ex- bre a existência que, muitas ve- tom infantil demasiadamente no texto do Pranto. Era uma lo Lima encarna todos os inter-
traordinário conjunto de aventu- zes, é mais densa e sombria do marcado, quase caricatural. Con- época de fome em Lisboa. Ma- locutores de Maria Parda com
ras, que vão do aprender a voar que uma evocação apressada po- tudo, o espectáculo é não só sufi- ria Parda, contudo, lamenta a uma versatilidade irrepreensí-
até combates com piratas. As deria sugerir. Paulo Alexandre La- cientemente fluente como acessí- falta de dinheiro porque lhe fal- vel. Ana Limpinho concebeu o
aventuras são bastante fora do co- ge adaptou o romance de Barrie vel e, mais importante, eficaz jun- ta não o pão, mas o vinho. Ma- espaço cénico com bom gosto
mum. Um pirata que vive aterra- para dele fazer um espectáculo to de um público infantil. ria Parda refere, no seu pranto, e simplicidade, tal como os exce-
do por um crocodilo que lhe co- para crianças. Centrou-se, essen- João Carneiro ruas e personagens; umas es- lentes figurinos. Agora que, de-
tão às escuras, como em cidade pois de anos actividade, a igreja
abandonada pelos homens, pe- reivindica a propriedade do Pal-
lJJJJ
periência sensorial e cultural. “Me virem a comida, é um amontoado la alegria e pela vida; outras dei- co Oriental, onde esta peça foi
MEGUSTA— Gusta” é uma refeição, em que os de referências soltas e inconse- xam Maria entregue à sua triste- representada até 25 de Janeiro,
UMRITUALCULINÁRIO convivas estão num espaço oval, quentes. De problematização ou za; ninguém a socorre, porque e ameaça acabar com uma ini-
LaikaePeterdeBie no centro do qual os actores re- reflexão, nem cheiro; de diverti- ninguém lhe fia; dão-lhe conse- ciativa que, mais do que nunca,
CCB, Lisboa presentam. Referem rituais que mento, também não. Qualquer lhos e lições de moral; não é por merecia ser apoiada, é com per-
têm a ver com sal e açúcar, e práti- ida a um casino, com variedades isso que parecem melhores. A plexidade e alguma ansiedade
O TÍTULO refere logo uma das li- cas relacionadas com a confec- e jantar, é, por comparação, uma encenação de Miguel Sopas re- que se toma conhecimento des-
nhas que parece terem influencia- ção. Dançam, e dizem algumas pa- experiência francamente sofisti- pousa, essencialmente, sobre ta decisão. Nem sempre é re-
do a concepção: a comida como lavras. Nada ultrapassa a mais cada, mais simples e directa nos um rigoroso trabalho de acto- confortante verificar a realida-
ritual. Também há a referência a inesperada elementaridade, e o seus propósitos, mais competen- res e um escrupuloso respeito de do jogo de espelhos entre
sabores, e a comer como uma ex- trabalho dos actores, além de ser- te e eficaz nos resultados. J.C. pelo texto. Ana Teresa Santos teatro e realidade. J.C.
Page 1  |  Page 2  |  Page 3  |  Page 4  |  Page 5  |  Page 6  |  Page 7  |  Page 8  |  Page 9  |  Page 10  |  Page 11  |  Page 12  |  Page 13  |  Page 14  |  Page 15  |  Page 16  |  Page 17  |  Page 18  |  Page 19  |  Page 20  |  Page 21  |  Page 22  |  Page 23  |  Page 24  |  Page 25  |  Page 26  |  Page 27  |  Page 28  |  Page 29  |  Page 30  |  Page 31  |  Page 32  |  Page 33  |  Page 34  |  Page 35  |  Page 36  |  Page 37  |  Page 38  |  Page 39  |  Page 40  |  Page 41  |  Page 42  |  Page 43  |  Page 44  |  Page 45  |  Page 46  |  Page 47  |  Page 48  |  Page 49  |  Page 50  |  Page 51  |  Page 52  |  Page 53  |  Page 54  |  Page 55  |  Page 56  |  Page 57  |  Page 58  |  Page 59  |  Page 60  |  Page 61  |  Page 62  |  Page 63  |  Page 64  |  Page 65  |  Page 66  |  Page 67  |  Page 68  |  Page 69  |  Page 70  |  Page 71  |  Page 72  |  Page 73  |  Page 74  |  Page 75  |  Page 76  |  Page 77  |  Page 78  |  Page 79  |  Page 80  |  Page 81  |  Page 82  |  Page 83  |  Page 84  |  Page 85  |  Page 86  |  Page 87  |  Page 88  |  Page 89  |  Page 90  |  Page 91  |  Page 92  |  Page 93  |  Page 94  |  Page 95  |  Page 96  |  Page 97  |  Page 98  |  Page 99  |  Page 100  |  Page 101  |  Page 102  |  Page 103  |  Page 104  |  Page 105  |  Page 106  |  Page 107  |  Page 108  |  Page 109  |  Page 110  |  Page 111  |  Page 112  |  Page 113  |  Page 114  |  Page 115  |  Page 116  |  Page 117  |  Page 118  |  Page 119  |  Page 120  |  Page 121  |  Page 122  |  Page 123  |  Page 124  |  Page 125  |  Page 126  |  Page 127  |  Page 128  |  Page 129  |  Page 130  |  Page 131  |  Page 132  |  Page 133  |  Page 134  |  Page 135  |  Page 136  |  Page 137  |  Page 138  |  Page 139  |  Page 140  |  Page 141  |  Page 142  |  Page 143  |  Page 144  |  Page 145  |  Page 146  |  Page 147  |  Page 148  |  Page 149  |  Page 150  |  Page 151  |  Page 152  |  Page 153  |  Page 154  |  Page 155  |  Page 156  |  Page 157  |  Page 158  |  Page 159  |  Page 160  |  Page 161  |  Page 162  |  Page 163  |  Page 164  |  Page 165  |  Page 166  |  Page 167  |  Page 168  |  Page 169  |  Page 170  |  Page 171  |  Page 172  |  Page 173  |  Page 174  |  Page 175  |  Page 176  |  Page 177  |  Page 178  |  Page 179  |  Page 180  |  Page 181  |  Page 182  |  Page 183  |  Page 184  |  Page 185  |  Page 186  |  Page 187  |  Page 188  |  Page 189  |  Page 190  |  Page 191  |  Page 192  |  Page 193  |  Page 194  |  Page 195  |  Page 196  |  Page 197  |  Page 198  |  Page 199  |  Page 200  |  Page 201  |  Page 202  |  Page 203  |  Page 204  |  Page 205  |  Page 206  |  Page 207  |  Page 208  |  Page 209  |  Page 210  |  Page 211  |  Page 212  |  Page 213  |  Page 214  |  Page 215  |  Page 216  |  Page 217  |  Page 218  |  Page 219  |  Page 220  |  Page 221  |  Page 222  |  Page 223  |  Page 224  |  Page 225  |  Page 226  |  Page 227  |  Page 228  |  Page 229  |  Page 230  |  Page 231  |  Page 232  |  Page 233  |  Page 234  |  Page 235  |  Page 236  |  Page 237  |  Page 238  |  Page 239  |  Page 240  |  Page 241  |  Page 242  |  Page 243  |  Page 244  |  Page 245  |  Page 246  |  Page 247  |  Page 248  |  Page 249  |  Page 250  |  Page 251  |  Page 252  |  Page 253  |  Page 254  |  Page 255  |  Page 256  |  Page 257  |  Page 258  |  Page 259  |  Page 260
Produced with Yudu - www.yudu.com