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12 ECONOMIA Expresso, 31 de

CRISE
Viragem A Europa em recessão compra cada vez menos, o que leva
as empresas portuguesas a apostar na diversificação de mercados no mundo
Exportações
em risco
Angola e Singapura no topo
dos mercados fora da Europa
crescimento homólogo de 33,7%.
Textos Ana Sofia Santos
No entanto, é de notar que as ven-
e Jorge Nascimento
das para os EUA representaram
Rodrigues
EM DESTAQUE
¤1260 milhões e registaram uma
quebra de 23,9%. Singapura com-
C
om a crise a alas- prou-nos ¤789 milhões, em que
trar na zona eu- n Angola é o principal mercado mais de 90% é electrónica (têm si-
ro, as empresas fora da União Europeia. Compra do muito falados os circuitos da Qi-
portuguesas co- sobretudo fornecimentos monda).
meçaram a vi- diversos para a indústria e
rar-se para os máquinas e material eléctrico
Quebra para a Europa
mercados extra-
comunitários n Quatro offshores exportam O panorama não é animador do
ainda antes do fi- tanto como uma Autoeuropa: lado das exportações para a UE.
nal do ano. Tarde de mais? É bem The Swatch Group (Europa) Espanha, Alemanha, França, Rei-
possível, já que a dependência Sociedade Unipessoal Lda. no Unido e Itália, os principais
dos países da União Europeia (Funchal), Charville Consultores e parceiros comerciais de Portugal, nos números do INE (cujas esta- tudos do Ministério da Economia, das exportações. E há outro dado
(UE) ainda pesa cerca de 74% nas Serviços Lda. (Funchal), OHCS II - estão a abrandar a actividade eco- tísticas para o global só vão até da autoria de Manuel Cabral — re- exótico: junto a estes gigantes sur-
exportações portuguesas. Serviços de Internet, Unipessoal nómica e isso fez travar a fundo a Outubro). No caso da exportação lativa ao período de 2000 a 2006 gem na lista das 50 maiores ex-
As vendas para fora da UE au- Lda. (Funchal) e Lycatelcom procura pelos nossos produtos. de serviços registou-se um aumen- — dá conta da perda de peso dos portadoras várias empresas se-
mentaram 12,8% entre Setembro e (dispõe apenas de correio De Janeiro a Outubro do ano pas- to de 5,9% (6,4%, sem o efeito da sectores tradicionais e de um im- deadas no offshore da Madeira
Novembro de 2008, por compara- electrónico). Só a SAIPEM sado exportámos 24212 milhões sazonalidade). Porém, é possível portante aumento de conteúdo (cerca de 1,4 mil milhões de euros
ção com o mesmo período de (Portugal) Comércio Marítimo de euros, menos 16 milhões face uma revisão em baixa dos núme- tecnológico nas nossas exporta- em 2007, o equivalente a uma Qi-
2007, segundo dados preliminares (com morada na Austrália) ao mesmo período de 2007. A AI- ros de Novembro enquanto De- ções. Portugal subiu de patamar, monda ou Autoeuropa). O que
do Instituto Nacional de Estatística exporta cerca de metade da CEP estima que a quebra acumu- zembro será certamente penaliza- como sublinhou, recentemente, põe em evidência alguma fragili-
(INE). No acumulado de Janeiro a Petrogal lada até Novembro deverá atingir do. Os principais produtos que ex- Carlos Zorrinho, responsável pe- dade e mesmo volatilidade da nos-
Novembro, a subida nestas expor- os 2% (ver texto em baixo). portamos são, de acordo com as ca- lo Plano Tecnológico. sa estrutura exportadora.
tações vai aos 14,3%, em relação n Em Novembro de 2008, as No global, os últimos dados do tegorias definidas pelo INE, automó- O problema é que no topo do Para Francisco Mendes Palma,
aos primeiros 11 meses de 2007. encomendas recebidas na comércio internacional de Portu- veis, tractores e outros veículos ter- ranking das nossas maiores ex- responsável pelo research secto-
A primeira surpresa vem do fac- indústria com origem no gal mostram uma forte desacele- restres; máquinas, aparelhos e mate- portadoras estão empresas que, rial do Banco Espírito Santo, “é
to do principal destino fora da mercado externo diminuíram ração. No entanto, ainda não hou- riais eléctricos; calçado; vestuários e apesar de venderem média-alta e importante que a economia portu-
União Europeia ser Angola e de 3,2% em variação média nos ve uma contracção. Até Novem- seus acessórios; máquinas mecâni- mesmo alta tecnologia em certos guesa aposte na produção de
em terceiro lugar se encontrar Sin- últimos 12 meses bro, a venda de bens cresceu cas e reactores; combustíveis, óleos nichos, estão em dificuldades, co- bens e serviços transaccionáveis
gapura. Dos 9229 milhões exporta- 1,94% (são 2,2% corrigindo a sazo- minerais e matérias betuminosas; e mo a Qimonda e a Autoeuropa, de alto valor tecnológico, já que
dos para fora da UE, 2044 mi- nalidade), em relação a 2007, se- plásticos. que são muito sensíveis à turbu- estes são os que garantem maior
lhões foram parar a Luanda, o que gundo estimativas do Banco de Uma análise recente publicada lência mundial actual. Aquelas competitividade à nossa oferta
representa um impressionante Portugal elaboradas com base pelo Gabinete de Estratégia e Es- duas empresas representam 6% nos mercados internacionais”. Po-
Basílio Horta presidente da AICEP
‘‘Gostava de ter uma solução para a Qimonda’’
O presidente da Agência para o feito em Janeiro de 2009 mostra mólogo de 2007, as exportações De Janeiro a Outubro, os maio- bra das vendas da Qimonda?
Investimento e Comércio Exter- que, de Janeiro a Novembro, as de bens terão um crescimento ne- res mercados de exportação conti- É verdade que a Qimonda ex-
no de Portugal — AICEP, Basílio vendas para países comunitários gativo de 5,9%. nuaram a ser Espanha (com porta €1400milhões. Mas impor-
Horta, diz que, em Novembro, caíram, enquanto os bens coloca- €8954 milhões), Alemanha ta €1100 milhões. O que faz com
Portugal registou uma evolução dos nos países extracomunitários O aumento do peso relativo das (€4185 milhões) e França (€3857 que o seu contributo em termos
negativa das exportações para a mantiverem um bom desempe- exportações para países extraco- milhões, embora reflectindo uma de Valor Acrescentado Bruto seja
União Europeia (-2% em relação nho. Nos últimos 12 meses até No- munitários compensa a quebra quebra de 157% face a igual perío- de aproximadamente €300 mi-
ao mês homólogo de 2007). Mas vembro, admite-se que Portugal de vendas para a União Europeia? do de 2007). O dinamismo nas lhões. O cerne da questão sobre a
as suas perspectivas para Dezem- tenha registado um crescimento As estimativas apontam para compras a Portugal foi evidencia- Qimonda é o seu impacto social
bro de 2008 ainda são menos ani- nominal das exportações totais que as exportações para a União do por Angola, para onde as nos- como empregador.
madoras, pois refere que o movi- de 1,8%, que foi metade do cresci- Europeia tenham registado em sas exportações aumentaram
mento de contentores nos portos mento anual registado um mês an- Novembro um crescimento homó- 33,7% de Janeiro a Novembro de A Qimonda vai mesmo encer-
caiu. Alguns mercados de exporta- tes, quando estava nos 3,6%. No- logo negativo de -2%, quando em 2008. Neste período, o aumento rar em Portugal?
ção, como Angola, México, Nigé- te-se que a estimativa para a taxa Outubro foi de -0,04%. As expor- de vendas para o México foi de A Qimonda e a Infineon têm
ria e Venezuela, têm amortecido de crescimento anual, de 1,8% em tações extracomunitárias manti- 93,4%, para a Argélia foi de 138%, contratos de investimento com a
a quebra das exportações totais. Novembro, foi a terceira mais bai- veram bom desempenho, passan- para a Arábia Saudita 113,5%, pa- AICEP. Espero que se possa evi-
Quanto à Qimonda, espera que se- xa desde Dezembro de 2004, lo- do, em termos homólogos, de ra a Nigéria 224,7%, para a Vene- tar o encerramento e que haja
ja viabilizada, evitando o fecho. go a seguir a 1,6% em Novembro 15,5% em Outubro para 14,3% em zuela 236,9% e para o Senegal foi uma solução que até permita o up-
de 2005 e igualmente 1,6% em Ju- Novembro. de 504%. Nem tudo foi cinzento. grade tecnológico da unidade de
A queda das exportações portu- lho de 2005. Ao nível do trimes- Vila do Conde.
BasílioHortaacreditanuma guesas é preocupante? tre, de Setembro a Novembro, se Quais os países que mais sus- Essas variações compen- J.F. Palma-Ferreira
soluçãoviávelparaaQimonda O ajustamento das estimativas compararmos com o período ho- tentaram as nossas exportações? sam a eventual futura que- jpferreira@expresso.impresa.pt
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