Expresso, 31 de Janeiro de 2009 ECONOMIA 05
Cem por Cento
Nicolau Santos
nsantos@expresso.pt
A fraude O mundo
do rating
A loucura que criou a crise
à beira
da S&P do colapso
J
á aqui escrevi sobre a descida
do rating da República decidi-
do pela Standard & Poor’s, mas
a situação é demasiado escanda-S
e alguém quer mesmo saber por- anos sem que haja mais alguma coisa
que o sistema financeiro nor- além de talento e sorte. Na verdade, Bel-
te-americano deu o estouro que fort colocava acções de empresas no
se sentiu em todo o mundo, en- mercado, cujo valor depois controlavaA
catadupa de más notícias que
não param de chegar, com os
despedimentos a aumentarem
em todo o mundo a um ritmo
losa para não voltar ao assunto. tão recomendo que leia “O Lobo de usando a sala de corretagem. Se depois vertiginoso — a Organização Internacio-
Com efeito, a S&P avisou quatro paí- Wall Street”, de Jordan Belfort. É uma o dono da empresa não colaborasse, nal de Trabalho estima que o desempre-
ses da zona euro de que o seu rating história verídica, que dá conta da ga- Belfort utilizava o seu poder para derru- go pode crescer até 50 milhões, atingin-
estava sob vigilância e, menos de uma nância e loucura de muitos que faziam bar o preço das acções até chegarem do 230 milhões de pessoas no planeta
semana depois, a três deles (Grécia, Es- girar triliões de dólares em Wall Street. aos centavos. Colaborando, fazia subir — torna evidente aquilo que ainda nos
panha e Portugal) baixou-lhes o rating Belfort começou a trabalhar como cor- o preço das acções através de vendas recusamos a admitir: a economia mun-
para AA+ sem apelo nem agravo. O retor na LF Rothschild em 4 de Maio maciças. E em novas emissões garantia dial está à beira do colapso.
quarto, a Irlanda, cujas previsões de re- de 1987, aos 24 anos. Aprendeu rapida- para si uma parte que comprava abaixo Esse colapso decorre do facto dos três
cessão (-5%), défice orçamental (-11%) mente e em 1989 estava à frente da sua do preço do mercado, vendendo depois motores que fazem crescer as econo-
e situação do sistema financeiro são própria sociedade corretora, a Stratton as acções com um lucro enorme. Além mias (exportações, investimento e con-
bem piores do que em Espanha e em Oakmont, e a caminho de ser multimi- disso, utilizava testas-de-ferro para sumo) estarem a entrar em falência ao
Portugal, continua a manter a classifi- lionário em menos de dez anos, tornan- comprar mais acções do que a legisla- mesmo tempo, devido à crise de con-
cação de AAA. Também o Reino Uni- do-se um ícone do empresariado nor- ção lhe permitia. fiança que alastra como uma mancha
do mantém o triplo A, confirmado a 13 te-americano. Contudo, o dinheiro ganho ilegalmen- de óleo entre os agentes económicos
de Janeiro, apesar de em termos relati- Na Stratton, “onde a sala de correta- te tinha de ser colocado em local segu- (bancos, empresas, cidadãos). E de, pe-
vos a economia inglesa se ter afundado gem mais agressiva da América fazia a ro, onde as autoridades americanas la primeira vez na história da humani-
muito mais e da banca estar falida e à insanidade parecer perfeitamente nor- não começassem a fazer perguntas dade, os três blocos económicos que re-
beira de ter de ser nacionalizada. mal”, a maioria dos que lá trabalhavam acerca da sua proveniência. E assim presentam 63% do PIB mundial (Esta-
Isto é injusto, incoerente, não tem tinha pouco mais de vinte anos, mas ga- Belfort lá abriu uma conta num banco dos Unidos, Europa e Japão) se encon-
qualquer justificação e afecta profun- nhava dinheiro como nunca, ao vender suíço, em nome de uma tia da sua mu- trarem ao mesmo tempo em recessão.
damente a vida dos cidadãos dos paí- ferozmente, como pitbulls, acções en-
Ahistóriadeumhomem
lher, bem como duas empresas fictícias Além disso, convém não criar ilusões:
ses a quem a S&P, como os imperado- tre quatro e dez dólares aos investido-
quefundouumaempresa
nas Ilhas Virgens britânicas, onde não estamos ainda longe do fim da crise, co-
res romanos, decide que têm de pagar res mais prósperos da América, conven-
decorretagem,ficou
se paga impostos nem há regulamentos mo a cada momento nos lembram as
mais do que outros em situação pior. cendo-os a especular com milhões. Um a seguir. Pelo meio, havia documentos notícias de novos despedimentos na in-
Além do mais, a S&P falhou redonda- corretor de acções caloiro esperava ga- multimilionáriopormeios falsificados e pessoas que serviam de dústria, banca e serviços em todo o glo-
mente na crise do crédito imobiliário nhar 250 mil dólares no primeiro ano
ínvios,lavoudinheiro
correio para transportar o dinheiro pa- bo. E vamos assistir a mais e maiores
nos Estados Unidos, tendo de rever, no (“qualquer coisa a menos e ele era sus-
eacabounaprisão.
ra fora dos Estados Unidos. convulsões sociais e políticas, como o
mesmo dia, a notação de mais de 90 (!) peito”), 500 mil no segundo (“ou era-se Tudo foi correndo bem, até que mor- demonstram o cerco ao carro do primei-
activos financeiros ligados aquela área considerado fraco e sem valor”) e no Forampessoasassimque re a referida tia e um dos correios é deti- ro-ministro islandês por manifestantes,
de actividade. E falhou no rating da terceiro “era melhor estar-se a ganhar
dominaramWallStreet
do e dá com a língua nos dentes. Belfort que acabou por se demitir, bem como
AIG, da Lehman Brothers, da Islândia. um milhão ou mais ou então era-se mo-
nosanos80e90enos
é obrigado a negociar com as autorida- as greves em França.
Falhou, falhou, falhou. E até agora não tivo de chacota”. Por isso, à porta da des o seu afastamento da presidência A questão é que esta é uma crise do
pediu desculpa, não se retratou, e está Stratton havia intermediários tentando conduziramàcriseactual da Stratton e a empresa acaba por en- novo tipo, de proporções inimaginá-
a dar ratings onde beneficia claramen- vender-lhes mansões, bancos assegu- cerrar ao fim de oito anos. O seu passa- veis. Mas os governos estão a comba-
te os países anglo-saxónicos em detri- rando financiamento, uma fila de ven- do profissional, contudo, continua a tê-la com instrumentos e meios talha-
mento dos países mediterrânicos. dedores oferecendo Porsches, Merce- persegui-lo. E assim em 1999, Jordan dos para responder a crises clássicas e
Aliás, também é inadmissível que as des, Ferraris e Lamborghinis, chefs re- Belfort, “O Lobo de Wall Street”, é fi- circunscritas, pela que a sua eficiência
três únicas agências mundiais de ra- servando lugares nos restaurantes nalmente preso por fraude mobiliária, é bastante menor.
ting sejam norte-americanas (S&P, mais caros, cambistas propondo bilhe- Jordan Belfort era, claro, a estrela da- lavagem de dinheiro e outros crimes e Uma coisa é certa: conter o aumento
Moody’s e Fitch), pelo enviesamento tes na primeira fila para eventos des- quilo que chamava “estilo de vida dos acaba por cumprir uma pena de 22 me- do desemprego é verdadeiramente cru-
de análise que isso implica: os america- portivos, espectáculos na Broadway ou ricos e malucos”, dirigindo um helicóp- ses numa prisão federal. cial, sob pena de à crise financeira, eco-
nos dividem o mundo entre os bons shows de rock, e joalheiros, relojoeiros, tero Bell Jett de hélices duplas, calçan- Foram pessoas como esta, brilhantes nómica e social, se seguir uma crise po-
(eles e os países que falam inglês) e os alfaiates, amestradores de animais, etc. do botas de pele de crocodilo de 2400 financeiramente mas ganaciosas, amo- lítica global, de consequências verdadei-
outros, de que há que desconfiar. A par disso, a droga circulava com far- dólares, embalando o berço da filha de rais e que sempre desprezaram as em- ramente imprevisíveis (que, no passa-
A Comissão Europeia têm de avançar tura entre os corretores, a prostituição 60 mil dólares, vivendo numa mansão presas produtivas, que durante duas dé- do, acabaram sempre em grandes guer-
com um modelo de supervisão das era praticada na própria sala de corre- em Long Island, dormindo sob um len- cadas fizeram girar triliões em Wall ras). Como se faz isso? Um pequeno
agências de rating, com a possibilida- tagem, nos elevadores, etc, e paga com çol de seda de 12 mil dólares e, como Street, inventaram todo o tipo de veícu- contributo será dado se, em todas as
de de as sancionar ou mesmo suspen- cartões de crédito, mas também havia ele diz, com uma quantidade de drogas los financeiros sem que ninguém sou- empresas, os que ganham mais, aceita-
der. E tem de incentivar o aparecimen- diversões absurdas, desde levar todo o correndo no seu sistema circulatório ca- besse exactamente que risco conti- rem reduzir os seus salários em 5% ou
to de uma agência europeia de rating. tipo de animais de estimação para o es- paz de sedar a Guatemala inteira. nham e alavancaram a economia mun- 10% para evitar despedimentos — por-
É um contrapeso essencial ao estado critório até jogos como atirar um anão É óbvio que, por mais brilhante que dial a um ponto que já nada tinha a ver que é fundamental impedir que esse fla-
indecoroso em que se encontra hoje o de um corretor para outro, perdendo Jordan fosse, mesmo na América não com a economia real. O resultado é a gelo atinja tais níveis que descambe em
rating a nível mundial. aquele que o deixava cair ao chão... se chega a multimilionário em cinco devastadora crise em que caímos. incontroláveis tumultos sociais.
Manuel Ennes Ricardo
Ferreira Reis
Olhar a Sul R ao quadrado
mfereira@iseg.utl.pt R2.expresso@gmail.com
De Angola ao Irão, só revisão Expansões fiscais
O
s últimos tempos a receita e despesa na Programa- mou o preço do petróleo entre cial. Uma redução dos impos- ou cada euro a mais investido
têm-me trazido uma ção Financeira do Tesouro para 55-60 dólares mas acabou por tos em €1 milhão, em contra- rendem mais. A baixa de impos-
grande satisfação en- o primeiro trimestre deste ano. se fixar nos 37,5 dólares. Na Ará- partida, é em parte poupada tos estimula maior produção na
quanto economista. É Na Nigéria, começou por se con- bia Saudita considerou-se 37 dó-O
Ocidente prepara-se pa-
ra iniciar uma das
maiores expansões fis-
cais de sempre em tem- pelas pessoas, pelo que o au- economia.
que se estes falharam redonda- siderar confortável um orçamen- lares/barril. No Gabão o gover- po de paz. Os EUA planeiam o mento inicial da procura é sem- Tendo em conta esta incerte-
mente nas previsões económi- to a 62,5 dólares/barril. Entre- no usou um preço de 114,5 dóla- seu maior défice no pós-guerra, pre inferior a um milhão. Por za teórica, os economistas vi-
cas, os especialistas em petróleo tanto foi revisto para 45 dólares. res, quando apresentou o seu or- a conservadora Alemanha abre isso, é menos eficaz do que o ram-se para os dados. Há al-
deixam-nos cheios de orgulho e Embora com 53 mil milhões de çamento em Outubro. Já se fala os cordões à bolsa todos os aumento na despesa pública. guns anos, Blanchard e Perotti
aumentam a nossa auto-estima! dólares em reservas, em Janeiro na inevitabilidade de corrigir es- dias, e até Portugal está dispos- Os neoclássicos acham antes estimaram que €1a mais de des-
Aliás isto faz-me lembrar Paul deste ano a moeda nacional co- se desvio. Nos Camarões come- to a trilhar este caminho apesar que o problema está na oferta. pesa ou €1a menos de impostos
Krugman, o mais recente Pré- meçou a desvalorizar-se. A ideia çou por se assumir um preço de do recente esforço na redução Para eles, se o governo gasta €1 resultam ambos em €1 a mais
mio Nobel da Economia, o qual, é evitar fuga de capitais e au- 110 dólares/barril mas em No- do défice. Uma questão em milhão a construir um museu no PIB. Melhores dados e técni-
a propósito da crise asiática dos mentar as receitas em moeda na- vembro o cenário já era de 68 aberto é se esta expansão deve novo, isso retira recursos já de cas recentemente levaram Vale-
anos 90, países que ele havia tão cional. Os efeitos de um encare- dólares. Finalmente, na Vene- ser feita aumentando a despesa si escassos às famílias. As pes- rie Ramey a medir que €1 de
entusiasticamente elogiado, afir- cimento dos preços de importa- zuela, o orçamento foi feito a 60 pública ou reduzindo os impos- soas respondem construindo despesa aumenta o PIB em
mou que se foi um facto ele ter ção e de um aumento da infla- dólares, considerando as autori- tos. Neste ponto, os economis- menos edifícios privados, e o €1,4, enquanto Christina Ro-
falhado em 80%, os outros erra- ção importada é contra-argu- dades que era um preço conser- tas dividem-se em dois campos. produto final não se altera mui- mer (a economista-chefe da ad-
ram 150%! Vem isto a propósito mentada com a baixa dos preços vador... Os keynesianos preferem a to. Em contrapartida, baixando ministração Obama) estima
da revisão dos orçamentos do nos mercados internacionais. A necessidade de rever em bai- despesa pública. Para eles, nu- os impostos sobre o rendimen- que €1a menos de impostos ele-
Estado que erraram na premis- No Irão, o orçamento inicial to- xa os orçamentos nos países pro- ma crise como esta falta a pro- to, cada hora a mais a trabalhar va o PIB entre €2 a €4.
sa do preço-base do petróleo pa- dutores de petróleo tem como cura de bens. Quando o gover- O plano de $1 bilião de Obama
ra 2009. Nos países produtores resultado o adiamento de impor- no gasta €1 milhão, cria uma toma o meio-campo: metade
a situação é bastante complica-
Osespecialistas
tantes programas infra-estrutu- procura por bens neste valor.
OplanoObamatoma
vai para o aumento da despesa,
da. Angola, depois de ter equa-
empetróleofalharam
rais ou de carácter social. Afinal Por sua vez, o aumento da pro-
omeio-campo:1/2vai
metade para baixar os impos-
cionado o orçamento a 65 dóla-
earevisão
ter petróleo também pode ser cura aumenta a produção e a
paraoaumento
tos. Vamos ver como será o pla-
res/barril acabou por fazê-lo a
dosorçamentosestá
um pesadelo... riqueza, que levam as pessoas
55 dólares. Realisticamente, na a consumirem mais, aumen-
dadespesa,1/2para
no português.
semana passada o Governo ajus-
naordemdodia Professor do ISEG
tando a procura, num efeito
baixarosimpostos Professor de Economia,
tou, ao preço actual do petróleo, e think tank Grupo África-IPRI multiplicador da expansão ini- Columbia University
Page 1 |
Page 2 |
Page 3 |
Page 4 |
Page 5 |
Page 6 |
Page 7 |
Page 8 |
Page 9 |
Page 10 |
Page 11 |
Page 12 |
Page 13 |
Page 14 |
Page 15 |
Page 16 |
Page 17 |
Page 18 |
Page 19 |
Page 20 |
Page 21 |
Page 22 |
Page 23 |
Page 24 |
Page 25 |
Page 26 |
Page 27 |
Page 28 |
Page 29 |
Page 30 |
Page 31 |
Page 32 |
Page 33 |
Page 34 |
Page 35 |
Page 36 |
Page 37 |
Page 38 |
Page 39 |
Page 40 |
Page 41 |
Page 42 |
Page 43 |
Page 44 |
Page 45 |
Page 46 |
Page 47 |
Page 48 |
Page 49 |
Page 50 |
Page 51 |
Page 52 |
Page 53 |
Page 54 |
Page 55 |
Page 56 |
Page 57 |
Page 58 |
Page 59 |
Page 60 |
Page 61 |
Page 62 |
Page 63 |
Page 64 |
Page 65 |
Page 66 |
Page 67 |
Page 68 |
Page 69 |
Page 70 |
Page 71 |
Page 72 |
Page 73 |
Page 74 |
Page 75 |
Page 76 |
Page 77 |
Page 78 |
Page 79 |
Page 80 |
Page 81 |
Page 82 |
Page 83 |
Page 84 |
Page 85 |
Page 86 |
Page 87 |
Page 88 |
Page 89 |
Page 90 |
Page 91 |
Page 92 |
Page 93 |
Page 94 |
Page 95 |
Page 96 |
Page 97 |
Page 98 |
Page 99 |
Page 100 |
Page 101 |
Page 102 |
Page 103 |
Page 104 |
Page 105 |
Page 106 |
Page 107 |
Page 108 |
Page 109 |
Page 110 |
Page 111 |
Page 112 |
Page 113 |
Page 114 |
Page 115 |
Page 116 |
Page 117 |
Page 118 |
Page 119 |
Page 120 |
Page 121 |
Page 122 |
Page 123 |
Page 124 |
Page 125 |
Page 126 |
Page 127 |
Page 128 |
Page 129 |
Page 130 |
Page 131 |
Page 132 |
Page 133 |
Page 134 |
Page 135 |
Page 136 |
Page 137 |
Page 138 |
Page 139 |
Page 140 |
Page 141 |
Page 142 |
Page 143 |
Page 144 |
Page 145 |
Page 146 |
Page 147 |
Page 148 |
Page 149 |
Page 150 |
Page 151 |
Page 152 |
Page 153 |
Page 154 |
Page 155 |
Page 156 |
Page 157 |
Page 158 |
Page 159 |
Page 160 |
Page 161 |
Page 162 |
Page 163 |
Page 164 |
Page 165 |
Page 166 |
Page 167 |
Page 168 |
Page 169 |
Page 170 |
Page 171 |
Page 172 |
Page 173 |
Page 174 |
Page 175 |
Page 176 |
Page 177 |
Page 178 |
Page 179 |
Page 180 |
Page 181 |
Page 182 |
Page 183 |
Page 184 |
Page 185 |
Page 186 |
Page 187 |
Page 188 |
Page 189 |
Page 190 |
Page 191 |
Page 192 |
Page 193 |
Page 194 |
Page 195 |
Page 196 |
Page 197 |
Page 198 |
Page 199 |
Page 200 |
Page 201 |
Page 202 |
Page 203 |
Page 204 |
Page 205 |
Page 206 |
Page 207 |
Page 208 |
Page 209 |
Page 210 |
Page 211 |
Page 212 |
Page 213 |
Page 214 |
Page 215 |
Page 216 |
Page 217 |
Page 218 |
Page 219 |
Page 220 |
Page 221 |
Page 222 |
Page 223 |
Page 224 |
Page 225 |
Page 226 |
Page 227 |
Page 228 |
Page 229 |
Page 230 |
Page 231 |
Page 232 |
Page 233 |
Page 234 |
Page 235 |
Page 236 |
Page 237 |
Page 238 |
Page 239 |
Page 240 |
Page 241 |
Page 242 |
Page 243 |
Page 244 |
Page 245 |
Page 246 |
Page 247 |
Page 248 |
Page 249 |
Page 250 |
Page 251 |
Page 252 |
Page 253 |
Page 254 |
Page 255 |
Page 256 |
Page 257 |
Page 258 |
Page 259 |
Page 260