This book includes a plain text version that is designed for high accessibility. To use this version please follow this link.
teatro & dança
La La La
de volta
DE PONTAS E EM
ALTA VELOCIDADE
TURPIN
Texto de Claudia Galhós ANDRÉ
OS LA LA LA Human Steps UMENSAIO sobre a memória, numa abordagem livre e também tem a sua dose de músicos de
nasceram em Montreal (Canadá), em a memória, numa fragmentada de imagens e sonhos relevância. A descomposição de
1980. Sob a direcção do coreógrafo abordagem livre provenientes do passado. Mas não haja Tchaikovsky está a cargo de três
Édouard Lock, a companhia deu que de Tchaikovsky ilusões. Este “Amjad” — nome de uma compositores, entre eles Gavin Bryars e
falar no mundo inteiro desde o início, personagem sem identidade sexual — David Lang, fundador dos Bang on a Can.
combinando a elegância e a energia não transporta para o palco a história Apesar de um percurso marcado por
impressionantes das suas coreografias linear destas obras românticas. uma diversidade criativa, que inclui
com abordagens e temáticas A exuberância colorida do seu também a realização de filmes (entre os
contemporâneas. Juntamente com Wim experimentalismo é um traço quais “Le Petit Musée de Vélazquez”,
Vandekeybus, Lock faz parte desses característico do trabalho de Lock, muito de 1993), Lock chega com naturalidade
criadores de vertigem onde a velocidade próximo da terra e dos ritmos da vida a uma abordagem do imaginário
e a mobilidade física executa a poesia real, mesmo que desafiando a capacidade clássico, a partir de uma visão muito
humana numa expressão motora dos seus intérpretes e pessoal. O momento é certo. Os
aparentemente impossível. Em 1999, procurando novas possibilidades para a movimentos que produziam uma
apresentaram “Salt”, no CCB e no expressividade do corpo nas suas obras. expressão da humanidade, em toda a
Rivoli. Dez anos depois, estão de volta a Mais depressa se aproximou das luzes sua complexidade, que definiam a
Lisboa com “Amjad”. dos musicais e do imaginário pop do que companhia desde o início ao ponto de
A mesma trupe que, em 1985, criou a do bailado de pontas, que usou pela constar do nome do grupo, convergiram
peça multimédia e ousada que foi AMJAD primeira vez em 1987, quando colaborou para um amadurecimento que privilegia
“Human Sex” chega agora com uma LaLaLa com bailarinos clássicos do Ballet o aperfeiçoamento exigente de tudo o
incursão pelo universo musical de HumanSteps Nacional da Holanda. Trabalhou com que é feito. É o momento de cruzar esse
Tchaikovsky, particularmente dos CCB, Lisboa, David Bowie, tendo assinado a direcção património de identidade e saber
bailados clássicos “O Lago dos Cisnes” e 6 e 7 de Fevereiro da digressão mundial “Sound and edificado com os rumores e as
“A Bela Adormecida”. Um ensaio sobre Vision”, e com Frank Zappa. “Amjad” paisagens do passado.
Revisitar
Companhia Nacional de Bailado (CNB). Troianas”, como em outras obras
Em Portugal, as mulheres, bailarinas, posteriores, como “Treze Gestos de Um
já tinham os cabelos soltos, em palco, Corpo” (estreado no Ballet Gulbenkian
o passado
desde 1985. Soltaram-se pelas mãos de em 1987 e remontado para a CNB em
Olga Roriz em “As Troianas” (CNB). A 2007), o guarda-roupa não serve apenas
tragédia de amor atirava aquelas noivas de figurino. Os fatos são extensões dos
dos mortos ao chão, de pés descalços — dramas expressos, das paisagens
coisa invulgar para a nossa dança poéticas construídas. No caderno de
CNB RECRIA PEÇA DE OLGA
daquela época. Em “Isolda”, os pés então, Olga Roriz apontava o trânsito
RORIZ ESTREADA EM 1990
continuam nus e os cabelos soltos. Há “entre o sonho e a morte” que habita a
uma convulsão amorosa que atravessa a peça. Treze bailarinas em “uma densa
NA FUNDAÇÃO GULBENKIAN obra de Roriz. Também aqui se teia amorosa para chegar a uma ‘Isolda’
pressente a intimidade perversa entre a complexa”. Numa rara estreia fora de
EM 1990, Olga Roriz criava “Isolda” dor e o prazer. ISOLDA Lisboa, “Isolda” consta do programa da
para o Ballet Gulbenkian. A obra faz Depois de “O Quebra-Nozes” na versão deOlgaRoriz/CNB CNB que anda em digressão e inclui
parte do património histórico, recente, de Armando Jorge, a CNB recupera Europarque, Santa ainda “Lento para Quarteto de Cordas”,
da dança portuguesa e regressa aos mais um espectáculo do nosso Maria da Feira, hoje de Wellenkamp, e “Cantata”, de
palcos numa remontagem para a imaginário recente. Já em “As Bigonzetti. C.G.
24 31 Janeiro 2009 Expresso
Page 1  |  Page 2  |  Page 3  |  Page 4  |  Page 5  |  Page 6  |  Page 7  |  Page 8  |  Page 9  |  Page 10  |  Page 11  |  Page 12  |  Page 13  |  Page 14  |  Page 15  |  Page 16  |  Page 17  |  Page 18  |  Page 19  |  Page 20  |  Page 21  |  Page 22  |  Page 23  |  Page 24  |  Page 25  |  Page 26  |  Page 27  |  Page 28  |  Page 29  |  Page 30  |  Page 31  |  Page 32  |  Page 33  |  Page 34  |  Page 35  |  Page 36  |  Page 37  |  Page 38  |  Page 39  |  Page 40  |  Page 41  |  Page 42  |  Page 43  |  Page 44  |  Page 45  |  Page 46  |  Page 47  |  Page 48  |  Page 49  |  Page 50  |  Page 51  |  Page 52  |  Page 53  |  Page 54  |  Page 55  |  Page 56  |  Page 57  |  Page 58  |  Page 59  |  Page 60  |  Page 61  |  Page 62  |  Page 63  |  Page 64  |  Page 65  |  Page 66  |  Page 67  |  Page 68  |  Page 69  |  Page 70  |  Page 71  |  Page 72  |  Page 73  |  Page 74  |  Page 75  |  Page 76  |  Page 77  |  Page 78  |  Page 79  |  Page 80  |  Page 81  |  Page 82  |  Page 83  |  Page 84  |  Page 85  |  Page 86  |  Page 87  |  Page 88  |  Page 89  |  Page 90  |  Page 91  |  Page 92  |  Page 93  |  Page 94  |  Page 95  |  Page 96  |  Page 97  |  Page 98  |  Page 99  |  Page 100  |  Page 101  |  Page 102  |  Page 103  |  Page 104  |  Page 105  |  Page 106  |  Page 107  |  Page 108  |  Page 109  |  Page 110  |  Page 111  |  Page 112  |  Page 113  |  Page 114  |  Page 115  |  Page 116  |  Page 117  |  Page 118  |  Page 119  |  Page 120  |  Page 121  |  Page 122  |  Page 123  |  Page 124  |  Page 125  |  Page 126  |  Page 127  |  Page 128  |  Page 129  |  Page 130  |  Page 131  |  Page 132  |  Page 133  |  Page 134  |  Page 135  |  Page 136  |  Page 137  |  Page 138  |  Page 139  |  Page 140  |  Page 141  |  Page 142  |  Page 143  |  Page 144  |  Page 145  |  Page 146  |  Page 147  |  Page 148  |  Page 149  |  Page 150  |  Page 151  |  Page 152  |  Page 153  |  Page 154  |  Page 155  |  Page 156  |  Page 157  |  Page 158  |  Page 159  |  Page 160  |  Page 161  |  Page 162  |  Page 163  |  Page 164  |  Page 165  |  Page 166  |  Page 167  |  Page 168  |  Page 169  |  Page 170  |  Page 171  |  Page 172  |  Page 173  |  Page 174  |  Page 175  |  Page 176  |  Page 177  |  Page 178  |  Page 179  |  Page 180  |  Page 181  |  Page 182  |  Page 183  |  Page 184  |  Page 185  |  Page 186  |  Page 187  |  Page 188  |  Page 189  |  Page 190  |  Page 191  |  Page 192  |  Page 193  |  Page 194  |  Page 195  |  Page 196  |  Page 197  |  Page 198  |  Page 199  |  Page 200  |  Page 201  |  Page 202  |  Page 203  |  Page 204  |  Page 205  |  Page 206  |  Page 207  |  Page 208  |  Page 209  |  Page 210  |  Page 211  |  Page 212  |  Page 213  |  Page 214  |  Page 215  |  Page 216  |  Page 217  |  Page 218  |  Page 219  |  Page 220  |  Page 221  |  Page 222  |  Page 223  |  Page 224  |  Page 225  |  Page 226  |  Page 227  |  Page 228  |  Page 229  |  Page 230  |  Page 231  |  Page 232  |  Page 233  |  Page 234  |  Page 235  |  Page 236  |  Page 237  |  Page 238  |  Page 239  |  Page 240  |  Page 241  |  Page 242  |  Page 243  |  Page 244  |  Page 245  |  Page 246  |  Page 247  |  Page 248  |  Page 249  |  Page 250  |  Page 251  |  Page 252  |  Page 253  |  Page 254  |  Page 255  |  Page 256  |  Page 257  |  Page 258  |  Page 259  |  Page 260
Produced with Yudu - www.yudu.com