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ESTREIAS
pessoas no casamento de Geor- mos, outra vez, aquela mi- amigo, um garoto judeu, do outro ter o clima dramático na forma co-
giana Spencer (Keira Knightley) se-en-scène bonitinha, mas sem lado do arame farpado. mo retrata a progressiva degene-
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com o duque de Devonshire rasgo (embora Dibb explore com rescência das relações do casal e
OCOMPLEXOBAADERMEINHOF (Ralph Fiennes). Partindo do pertinência o desdobramento fí- É UMA OBRA a que não falta um na descoberta do “mistério” pelo
deUliEdel pressuposto do que os princí- sico da distância afectiva exis- certo apelo emocional, aproxi- olhar inocente do garoto. Asa But-
(Alemanha/França/República Checa) pios da aritmética e da individua- tente entre as personagens), e mando-se mesmo, nalguns mo- terfield é particularmente efecti-
com Moritz Bleibtreu, Martina Gedeck ção se mantêm válidos, eu conto aquele argumento funcional, mentos, do pathos do filme de Ro- vo no papel de Bruno.
DRAMA/THRILLERM/16 pelo menos quatro e um bicho, a mas sem pathos, que nos convi- berto Begnini “A Vida É Bela”. Co- Manuel Cintra Ferreira
Alemanha, anos 70: temendo uma saber: o próprio casal, a amante da a adivinhar com cerca de mo neste, tudo se centra à volta
escalada do fascismo, Andreas do duque (Hayley Atwell), o meia hora de antecedência as da “inocência” do olhar de uma
Baader e Ulrike Meinhof formam amante da duquesa (Dominic mais ínfimas inflexões da narrati- criança sobre o drama. Mas en-
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a Facção Exército Vermelho, Cooper) e o cão da família (cuja va. Uma última palavra para a in- quanto Begnini filma a protecção SECONDLIFE
grupo de guerrilha urbana que irá companhia o duque claramente terpretação de Hayley Atwell, dessa inocência pelo sacrifício do deAlexandreCebrianValente
pôr o país a ferro e fogo. prefere à da duquesa). É gente e que mete a de Keira Knightley pai, Mark Herman capta o próprio eMiguelGaudêncio
bicharada a mais para um casa- no bolso. V.B.M. olhar da criança, mas do “outro la- (Portugal/Polónia)
A DESILUSÃO é grande, porque “O mento e, a julgar pelo resultado, do”. Bruno é o filho do novo co- com Piotr Adamczyk, Lúcia Moniz
Complexo Baader Meinhof” podia também para este terceiro filme mandante de um campo de con- DRAMAM/16
ser um filme extraordinário. A ac- de Saul Dibb. Adaptação de um
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centração, cuja residência se si- Um homem morre na noite do seu
tual situação política do mundo e livro publicado em 1998 por ORAPAZDOPIJAMA tua a pouca distância. Nos seus 40º aniversário. Ao ver-se morto,
a pouca luz no horizonte são facto- Amanda Foreman (“Georgiana, ÀSRISCAS passeios, ele irá descobrir o que põe-se a imaginar se a sua vida
res que beneficiam o ressurgimen- Duchess of Devonshire”), é um deMarkHerman julga ser uma quinta, com estra- não poderia ter tido outro curso.
to de um cinema político que se drama romântico oitocentista (Reino Unido/EUA) nhos e “taciturnos” camponeses,
julgava extinto. Só que a militân- extraído dos anais da aristocra- com David Rhewlis, Vera e um outro garoto, de “pijama às ESCREVI o resumo de argumento
cia da indústria de cinema alemão cia inglesa que carrega consigo Farmiga, Rupert Friend riscas”. Uma relação que vem aba- baseado na sinopse fornecida à
é outra. Descobriu um filão de ou- algumas das principais marcas DRAMA/THRILLERM/12 lar, de forma trágica, a vida dos imprensa. Suponho que essas
ro com revisões da história do de estilo que costumam caracte- O filho do mais recente pais. Se a evolução da narrativa é eram as intenções de Alexandre
país desde o simpático “Adeus Le- rizar as produções históricas comandante de um campo nazi em parte previsível pelo especta- Valente, produtor, autor da ideia
nine!”. Prolongou esse filão em “A com chancela da BBC: aqui te- de extermínio arranja um novo dor, Mark Herman consegue man- original, do argumento e dos diálo-
Queda — Hitler e o Fim do Tercei- gos e também co-realizador. Mas
ro Reich” e, paradoxalmente, leva não é exactamente isso o que lá
agora a vertente mercantil aos está. O que lá está é uma vaga
anos de chumbo da esquerda radi-
cal dos Baaden-Meinhof, pela
OMEUFILME
inversãodepapéisàqualnão aproximação a essa ideia, tanto
estamoshabituados.Deuma mais vaga quanto dramaticamen-
mão de Uli Edel, realizador de “Ch-
ristiane F.”. O resultado é de uma
FAVORITO
formaplatónica,associamoso te desarticulada. Digamos a coisa
bomouobemàbeleza.Tod de forma simples: “Second Life”
competência sem mácula, da fina Browningleva-nosparao não chega a ser deveras um filme,
flor dos novos actores germânicos universodeumcirco,ondeos é antes um objecto que desconhe-
a uma reconstituição de época in- artistassãosereshumanos ce a morfologia e a sintaxe do ci-
crível. Infelizmente, faz tábua-rasa monstruososdopontodevista nema, essa coisa de fazer um pla-
da história. Limita-se a narrar a gé- físico.Pessoascom20 no e outro e outro e, ao colá-los,
nese, ascensão e queda da RAF, e ABERRAÇÕES centímetrosdealtura,sem alcançar um processo significan-
fá-lo sem um ponto de vista (o deTodBrowning pernasebraços,sofremde te. Não consegue contar uma his-
ponto de vista que Fassbinder deu (EUA, 1932) doençasdegenerativas.Nesse tória ou ter verdadeiros persona-
do mesmo caso em “A Terceira com Wallace Ford, Leila mundosuigeneris,háuma gens. Não é capaz, sequer, de ex-
Geração”, ou Margarethe von Trot- Hyams, Olga Baclanova, actrizmuitobonita.Éactrize plicar porque é que se fala em in-
ta em “Marianne e Juliane”). Não Roscoe Ates, Henry desempenhaumdospapéis glês e logo a seguir em português,
há nada pior do que pensar que Victor, Harry Earles principais.Comodesenrolarda Os actores não têm, portanto, a
basta ilustrar uma revolução para históriapercebemosqueabela culpa de ser, com frequência, ridí-
fazer um filme revolucionário. POR J.P. SIMÕES éomonstro!Estainversãode culos. Em 1944, Brás Alves, um ho-
Francisco Ferreira MÚSICO papéisdequefalodespertou mem rico, com arroubos de ci-
Aprimeiravezqueviestefilme emmimumasériedequestões neasta e problemas sentimentais,
teriauns20anos.Foiemcasa deidentificaçãosocialegrupal, resolveu fazer um filme e honra-
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deumamigo.Nuncao questõesestéticastambém. damente pagou-o do seu bolso —
ADUQUESA esqueci.Mastornou-se Hoje,aorevê-lo,sinto-omenos chamou-se “O Violino de João” e é
deSaulDibb agoramaispresentena agressivo.Detodasasformas, considerado o pior filme da histó-
(Reino Unido/Itália/França) minhamemóriaporque comoclássicoqueé,ofilmeé ria do cinema português. Já não.
com Keira Knightley, Ralph Fiennes recebioDVDcomoprenda plasticamenteemocionante. Jorge Leitão Ramos
DRAMAHISTÓRICOM/12 deanosháunsmeses. Nele,tudocolaboraparacontar
A vida de Georgiana Spencer, Recordoaindaaemoção, bemahistória:afotografia,a
jovem aristocrata do século XVIII, muitoforte,quesentiainda interpretação,aestrutura
que lamentaria o seu casamento. muitonovo.Ofilmeé narrativa.
umahistóriagrande. (J.P.Simõesactuaa4de
A FAZER fé numa das frases pro- Essencialmente FevereironoTeatroPax
Vejaotrailerem
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mocionais do filme, haveria três fazuma Julia,emBeja,às22h)
Expresso 31 Janeiro 2009 21
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