P 2 0 Tertúlia
Nota20 - julho 2015
FILOSOFIA, CIÊNCIA, ARTE E RELIGIÃO: PONTOS DE ENCONTRO
A possibilidade de haver, ou não, pontos de confluência entre a Filosofia, a Ciência, a Arte e a Religião foi tema de uma interessante tertúlia que teve lugar no passado dia 16 de abril, pelas 10h 30m, no auditório do Agrupa- mento de Escolas Dr. Manuel Gomes de Almeida.
O evento, realizado em articulação com a Biblioteca Es- colar, teve como convidados o professor catedrático, coordenador do Departamento de Física e Astronomia da FCUP, José Luís Oliveira Santos, o doutorando em Filosofia, Luís Veríssimo e a artista plástica, Laura Bár- tolo que encetaram um longo e profícuo diálogo com uma plateia de alunos, constituída por turmas do 10º e 11º ano. Luís Veríssimo foi o primeiro orador a intervir. Começou por sublinhar o caráter questionador e transdisciplinar da Filosofia, assente numa reflexão axiológica. A Filoso- fia, enquanto atividade intelectual e reflexiva, ocupa-se dos valores, mas a Ciência também faz uso dos valores para regular a sua prática de investigação, o mesmo acontecendo com Religião que faz sedimentar as rela- ções do Homem consigo mesmo e com a Transcendên- cia em pressupostos de ordem axiológica. Foi depois a vez de Laura Bártolo tomar a palavra. A oradora referiu que o Sistema Educativo teria muito a ganhar se os currículos escolares fossem estruturados a partir de uma base transdisciplinar, já que os programas curriculares contêm conteúdos que poderiam ser lecio- nados em articulação, ao nível das diferentes discipli- nas. Em jeito de introdução ao debate que se iria travar, te- ceu depois algumas considerações sobre a Arte, referin-
do que homem é um ser que tem necessidade de ex- pressar sentimentos e vivências diversas e que é neste pressuposto que ela poderá convergir e estabelecer diá- logo com outras formas de expressão e de apreensão da realidade. Fez ainda referência ao “espírito de parti- lha” que subjaz a toda a criação artística: “a Arte perten- ce ao autor, enquanto permanecer no seu atelier; de- pois, destina-se a todos os que quiserem ou puderem usufruir dela. Ela é, acima de tudo, uma forma de comu- nicação”- sublinhou. Questionada sobre a utilidade da Arte, Laura Bártolo respondeu que a sua utilidade reside no facto de dar ao Homem livre curso à expressão dos seus sentimentos e de nos possibilitar ver e interpretar o mundo de uma for- ma diferente do habitual. A Arte é uma “auto-forma” de nos expressarmos, radica no prazer que sentimos em dar rédeas largas à nossa criatividade, à nossa imagina- ção e capacidade efabulatória, sejam quais forem as formas e os processos de criação artística a que recor- ramos, nas artes plásticas, na música, na literatura, no cinema, na fotografia, etc. A obra de arte vale pelo gozo que o artista sente enquanto a cria e pelo agrado que ela desperta naqueles que a contemplam e usufruem dela. Por isso, a questão da utilidade da arte deixa de fazer sentido. No mesmo sentido se pronunciou Luís veríssimo, sublinhando que “a importância do que faze- mos não se reduz a um mero caráter utilitário”.
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