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Orientação

tipo de reacções?

Albino Magalhães - Depois da pro-

va realizada no Monte Aventino, já mais clubes - e muito bem! - realizaram novas provas. Tenho a certeza que aquilo que descrevi na questão anterior, foi igual- mente sentido pelas pessoas que lidaram de perto com esses atletas. Por isso digo, seguramente, que mexe connosco e sen- timos que o tempo e dedicação aplicada foram bem empregues. Mas também sei que realizar uma prova deste tipo, para alguns, gera um bicho de sete cabeças porque dizem que são poucos os atle- tas que vão participar e não se sente o retorno, ou é o problema logistico, ou é a falta de monitores, ou são outros mo- tivos... Neste tipo de iniciativas, como noutras, existem pessoas inovadoras e empreendedoras e existem os “Velhos do Restelo”.

O Praticante - Ao longo do ano de

2009, foram várias as iniciativas neste campo e, paulatinamente, a Orientação de Precisão vai-se afirmando e cres- cendo. Este crescimento está dentro das suas expectativas?

Albino Magalhães – Sim, foram sur-

gindo ao longo de 2009 e mais recen- temente, no Portugal O’ Meeting 2010, iniciativas louváveis de provas de Orien- tação de Precisão. A sua evolução já era expectável tal como se observou, não esperávamos um crescimento explosivo mas sim gradual como se tem registado e acho que é melhor mesmo que seja as- sim pois vamos aos poucos construindo bases seguras. O nosso primeiro objecti- vo é dar a conhecer e elucidar todos os interessados e criar curiosidade nos mais cépticos que os leve a experimentar. Te- mos conseguido que atletas com dificul- dades motoras participem, o que é muito bom porque temos consciência das difi- culdades que existem no seu transporte para as provas; por outro lado, como foi registado na prova do POM’10, já temos também atletas de top da Orientação Pedestre a participar. Se continuarmos assim, acho que temos um futuro risonho pela frente.

O Praticante - Enquanto elemen-

to integrante da actual Comissão de Acompanhamento da Orientação de Precisão da Federação Portuguesa de Orientação, quer-nos fazer um ponto da situação?

Albino Magalhães - Dado o fenómeno

da realização de provas de Orientação de Precisão em Portugal e com a vontade de se realizar um Campeonato, o Direc- tor Técnico Nacional achou por bem criar uma Comissão que teria por base um grupo de voluntários que iriam “escrever” os principios/regras técnicas de uma pro-

75 Maio 2010

va de Orientação de Precisão e orientar, quando assim solicitadas, organizações deste tipo de provas. Neste momento já temos, faltando só limar umas pequenas arestas, um documento técnico, estando também a ser elaborado um outro com os princípios básicos e de mais fácil in- terpretação. Em termos do lançamento de um Campeonato Nacional ou futura participação lusa num Campeonato da Europa, são pontos não esquecidos mas que estão em estudo.

O Praticante - O que falta para ver-

mos com frequência e de forma espon- tânea as Organizações a incluírem nos seus eventos percursos de Orientação de Precisão?

Albino Magalhães - Por vezes basta

apenas boa vontade.

O Praticante - Que mecanismos de-

veriam ser postos em prática no senti- do de atrair mais praticantes?

Albino Magalhães - A Orientação de

Precisão entrou com suavidade de modo a demonstrar os seus fundamentos. Ago-

ra que muita gente já os conhece, temos que partir para um novo patamar que consiste em aumentar o nível técnico. As organizações não podem escolher unicamente parques, onde o detalhe de terreno é praticamente nulo e onde as balizas estão a norte ou a sul de uma ár- vore. É necessário passar estas provas para zonas de elevado detalhe de relevo, sem contudo descurar a base de circula- ção dos atletas porque pisos irregulares ou declives acentuados são entraves a quem necessita de uma cadeira de ro- das. Acho também que se um atleta se sentir desafiado a um elevado nível téc- nico a surgir-lhe dúvidas na escolha da baliza correcta e a ter que errar, por certo que se sentirá tentado a melhorar a sua performance numa próxima vez. Outro ponto é a entrega de prémios. Por muito simbólico que seja, o prémio para quem o conquista é algo fantástico, é sinal que foi melhor que os outros. Ninguém se sente motivado a fazer uma prova em que não se obtêm no final nada, é preciso diferen- ciar e galardoar os vencedores.

O Praticante - Começou por um so-

nho e é já uma realidade. Mas uma rea- lidade, estou certo, que encerra novos sonhos. Como é que gostaria de ver a Orientação de Precisão daqui a dez anos? Albino Magalhães - Perfeitamente

instituída, a ser uma modalidade para- límpica, a termos um campeão paralím- pico e muita gente a ter que “engolir uns sapinhos” e a reconhecer que somos um desporto de eleição, o único com tantas vertentes, um verdadeiro Desporto para Todos.

Texto: Joaquim Margarido www.orientovar.blogspot.com Page 1  |  Page 2  |  Page 3  |  Page 4  |  Page 5  |  Page 6  |  Page 7  |  Page 8  |  Page 9  |  Page 10  |  Page 11  |  Page 12  |  Page 13  |  Page 14  |  Page 15  |  Page 16  |  Page 17  |  Page 18  |  Page 19  |  Page 20  |  Page 21  |  Page 22  |  Page 23  |  Page 24  |  Page 25  |  Page 26  |  Page 27  |  Page 28  |  Page 29  |  Page 30  |  Page 31  |  Page 32  |  Page 33  |  Page 34  |  Page 35  |  Page 36  |  Page 37  |  Page 38  |  Page 39  |  Page 40  |  Page 41  |  Page 42  |  Page 43  |  Page 44  |  Page 45  |  Page 46  |  Page 47  |  Page 48  |  Page 49  |  Page 50  |  Page 51  |  Page 52  |  Page 53  |  Page 54  |  Page 55  |  Page 56  |  Page 57  |  Page 58  |  Page 59  |  Page 60  |  Page 61  |  Page 62  |  Page 63  |  Page 64  |  Page 65  |  Page 66  |  Page 67  |  Page 68  |  Page 69  |  Page 70  |  Page 71  |  Page 72  |  Page 73  |  Page 74  |  Page 75  |  Page 76  |  Page 77  |  Page 78  |  Page 79  |  Page 80  |  Page 81  |  Page 82  |  Page 83  |  Page 84  |  Page 85  |  Page 86  |  Page 87  |  Page 88  |  Page 89  |  Page 90  |  Page 91  |  Page 92  |  Page 93  |  Page 94  |  Page 95  |  Page 96  |  Page 97  |  Page 98  |  Page 99  |  Page 100
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