Lutas Olímpicas
Empresa Comercial em Part-Time.
Além de combater em cima do tape-
te, qual e o seu maior combate no dia- a-dia?
Conciliar a paixão pela a luta e o traba-
lho; perda de peso para as competições. Quando se levam as coisas demasiado a sério nem sempre é fácil, mas vou tentan- do equilibrar as duas situações, encaran- do a parte desportiva como um hobbie ou uma maneira de desanuviar o stress e as exigências da actividade profissional. Acho que só tenho conseguido conciliar as duas coisas pela paixão que tenho pela luta, porque o esforço é extrema- mente grande por vezes, já que se qui- sermos andar para a frente, em termos desportivos, as exigências são enormes a todos os níveis.
Quando deixar de ser Wrestler, o que
poderemos esperar de Liliana Santos?
De algum modo é provável que a mi-
nha vida fique sempre ligada a Luta. Ser treinadora, estar envolvida na organiza- ção de eventos, torneios também poderia ser uma boa solução para mim e, quem, sabe mais tarde desempenhar um cargo na federação.
O que deve melhorar na Luta?
Inicialmente tem que se desenvolver a
cultura desportista, isto é, procurar promo- ver, estimular, orientar e apoiar a prática pois assim de certeza que se consegue um aumento do número de praticantes na modalidade. Melhorar a comunica- ção entre todos os agentes desportivos, para gerar um melhor funcionamento na modalidade, ou seja, a nível de clubes, associações e federação. É preciso QUE- RER, o resto vem por acréscimo.
Qual é para si a melhor prova realiza-
da pelos clubes? Pela FPLA? E já ago- ra pela FILA?
Para mim o TIS - Torneio Internacional
de Sesimbra até hoje foi a melhor prova realizada por um clube. Pela FPLA os Campeonatos Nacionais e pela FILA é sem dúvida os campeonatos da Europa e do Mundo, são inesquecíveis.
Publicidade
A Luta é um desporto pouco divulga-
do a nível nacional, porque é que isso acontece?
Realmente é um desporto que sofre
por falta de divulgação e de apoio, mas já teve pior. Há países em que o Campe- onato Mundial de Luta, em termos tele- visivos, tem uma maior audiência que o Campeonato do Mundo de Futebol, mas cá a realidade é bastante diferente. É uma modalidade que merecia ser mais divulgada. Temos, por exemplo, o Hugo Passos, um Lutador que tem arrecadado vários títulos para Portugal e a atenção que tem tido por parte dos “média” é pouco a nenhuma. Acho que é um des- porto que merecia mais, mas cá parece só haver interesse pelo futebol.
Que acha do projecto do Blog Mundo
da Luta Olímpica?
Acho que foi uma óptima ideia visto
que promove a divulgação da modalida- de que não é muita e aos que já conhe- cem a modalidade mantêm-nos sempre informados do que se passa no mundo da luta. Força e continuação de bom tra- balho.
Partilhe connosco uma história desta
modalidade que a tenha marcado.
São muitas as histórias marcantes para
contar, pois já são muitos anos a praticar esta modalidade e nada passa em bran- co. Mas não posso deixar de descrever um óptimo exemplo de que não se luta só no tapete, pois é necessário controlar o peso no dia-a-dia e isso também é uma luta, mas fora do tapete (e ás vezes nada fácil). Vou ser diferente e contar uma his- tória mais tristonha: Esta História passa-se na Finlândia
em 2008 num Campeonato da Europa, em que Francine de Paola-Martinez, não consegue cumprir o peso estimulado pelo seleccionador italiano por 100 gramas. Realizava-se a pesagem, que era as-
sistida por todos os atletas, treinadores, médicos e acompanhantes que visiona- vam o sorteio e a pesagem por um ecrã enorme. Todos os atletas já se tinham pesado e apenas restava essa atleta que
desesperadamente corria, fazia sauna e todas as peripécias para perder o resto do peso. Depois de várias tentativas e o tempo da pesagem a acabar (30min), Francine de Pablo -Martinez corta o ca- belo e os elásticos do Maillot para ver se realmente conseguia o peso e para sua tristeza isso não se verifica por apenas 100gramas. Ficou assim, um campeona- to da Europa perdido e por consequência mais uma participação nos Jogos Olím- picos, pois era uma prova de qualifica- ção que lhe interessava participar para eventualmente se apurar para os Jogos Olímpicos. Eu vi tudo isto e fiquei triste, porque não gostaria de estar no lugar dela, pois “sofre-se” a preparação para o Campeonato da Europa e a contínua per- da de peso até chegar ao Campeonato e depois não participar por umas meras 100 gramas é realmente desgostoso.
Que última mensagem gostaria de
deixar aos leitores desta entrevista?
Pratiquem desporto, mesmo que não
competitivamente, pois é saudável e pro- porciona boas amizades, que duram para o resto da vida. Mais do que aos leitores, quero deixar uma mensagem para todos os Lutadores, tanto aos jovens como para aqueles que pensam estar a terminar a carreira. Nunca desistam, por muitas ve- zes que caiam e lhes digam para não se levantarem, Lutem para alcançar os vos- sos sonhos/objectivos, porque podem não chegar lá, mas pelo caminho viveram muitas histórias bonitas. Por vezes o que interessa não é o ponto de chegada, mas sim a viagem… A Luta – “Mais que um desporto, um estilo de vida.” Por fim, uma palavra para quem leu,
comentou, gostou ou odiou o que aqui escrevi. Tenho por todos vocês um apre- ço especial, se não tivessem por aqui aparecido nada disto tinha feito sentido. Obrigado Liliana Santos pelo tempo
disponibilizado e por ter respondido a estas perguntas de um modo aberta e sincera.
Mundo da Luta Olímpica
www.mundolutaolimpica.blogspot.com João Vitor Costa
55 Maio 2010
Page 1 |
Page 2 |
Page 3 |
Page 4 |
Page 5 |
Page 6 |
Page 7 |
Page 8 |
Page 9 |
Page 10 |
Page 11 |
Page 12 |
Page 13 |
Page 14 |
Page 15 |
Page 16 |
Page 17 |
Page 18 |
Page 19 |
Page 20 |
Page 21 |
Page 22 |
Page 23 |
Page 24 |
Page 25 |
Page 26 |
Page 27 |
Page 28 |
Page 29 |
Page 30 |
Page 31 |
Page 32 |
Page 33 |
Page 34 |
Page 35 |
Page 36 |
Page 37 |
Page 38 |
Page 39 |
Page 40 |
Page 41 |
Page 42 |
Page 43 |
Page 44 |
Page 45 |
Page 46 |
Page 47 |
Page 48 |
Page 49 |
Page 50 |
Page 51 |
Page 52 |
Page 53 |
Page 54 |
Page 55 |
Page 56 |
Page 57 |
Page 58 |
Page 59 |
Page 60 |
Page 61 |
Page 62 |
Page 63 |
Page 64 |
Page 65 |
Page 66 |
Page 67 |
Page 68 |
Page 69 |
Page 70 |
Page 71 |
Page 72 |
Page 73 |
Page 74 |
Page 75 |
Page 76 |
Page 77 |
Page 78 |
Page 79 |
Page 80 |
Page 81 |
Page 82 |
Page 83 |
Page 84 |
Page 85 |
Page 86 |
Page 87 |
Page 88 |
Page 89 |
Page 90 |
Page 91 |
Page 92 |
Page 93 |
Page 94 |
Page 95 |
Page 96 |
Page 97 |
Page 98 |
Page 99 |
Page 100