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Paulo no esporão de xisto, nos primeiros 500m da via, antes de chegar ao “Colo Alam”.


aresta, numa pequena base su- ficientemente espaçosa para per- mitir duas pessoas deitadas. Um dos lados da tenda pendia para o vale do Charakusa, o outro, para o vale do Nangma. Naquele pou- so de passarinhos tornou-se evi- dente que teríamos de dormir en- cordados e seguros ao pequeno rochedo que aflorava na aresta. Às 1:30 da madrugada do dia seguinte, iniciámos a ascensão da segunda parte da nossa via, em direcção ao cume da monta- nha. Na escuridão da noite sem lua, o nosso mundo reduzia-se


apenas ao círculode luz alcan- çado pela lanterna frontal. A es- calada decorreu de forma mecâ- nica, quase sempre em técnica de “piolet-tracção” pois, debaixo de uma fina capa de neve, o gelo encontrava-se duro como betão. 500 metros de escalada condu- ziram-nos a uma banda de rocha intermédia que corta a parede na diagonal. Por cima das nossas cabeças, tínhamos uma parede vertical. A solução seria realizar uma longa travessia para a direita de forma a encontrar uma passa- gem possível. Decorreram alguns


lances com passos de escalada mista delicada. Os crampons- gancheavam nervosamente em rocha, por debaixo de uma neve inconsistente. Nesse momen- to, agradecíamos a experiência em escalada mista, adquirida na “nossa pequena” Serra da Estre- la. Felizmente, fomos encontran- do locais decentemente sólidos para montar reuniões, recorrendo sobretudo aos pitons de rocha. Após as travessias, alcançá-


mos a segunda grande vertente, que conduziria ao cume. A dúvida assaltava-nos. Passa-


va das duas da tarde, um horário bastante tardio para uma escala- da daquele género. Uma descida nocturna era cada vez mais evi- dente. O maior problema consis- tia em atravessar durante a noite a banda de rocha, uma vez que seria muito difícil, senão impos- sível, refazer todas as travessias da ascensão. A descida em rapel teria de ser realizada “a direito”, cruzando terreno desconhecido, sem saber se iríamos encontrar bons locais na rocha para equipar as reuniões que nos permitissem realizar os rapeis seguintes.


ume


Bivaque no “Colo Alam”


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