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fazer desistir o mais persistente dos Mouros, mas claro está, como almas Lusas que somos, “trepámos” até lá acima onde no Outeiro de S. Pedro a vista é simplesmente deslumbrante. Depois da passadiça com paragem para almoço no Parque Urbano de São Lourenço, a tarde foi bastante agradável e nos cerca de 25km que nos separavam dali até Constância tudo se passou de forma tranquila, marcada pela passagem junto à zona ribeirinha daquela bonita Vila e cujo Rio Zêzere ali se encontra com o Rio Tejo. Estavam cumpridos os 75km e cerca de 1100mt de acumulado da 1.ª etapa. Com as equipas todas em “casa”, depois de um descontraído duche lá fomos nós tratar das barriguinhas, tendo o jantar, servido num restaurante localizado junto à zona ribeirinha, decorrido num total espírito de companheiris- mo e muito divertimento. A pernoita foi tranquila (para alguns). Os participantes que optaram por dormir no quartel, em chão duro sobre colchões ou em beliches dispostos pelos diversos comparti- mentos, sujeitaram-se a algumas pedaleiras noturnas que, por falta de óleo, toda a noite insistiram em alardear. Domingo, 06h00, segunda etapa. Mais uma vez um dia maravilhoso e por sinal ainda me- lhor que o anterior. Sol, sem vento e muito para pedalar, 100km para ser mais exato. Um dia estupendo que começou… com uma su- bida!


Chegados à Matrena, zona das antigas fá- bricas de papel junto ao Rio Nabão, local bem interessante a fazer lembrar outros tempos, daqueles em que a indústria trabalhava a todo o vapor e empregavam centenas. Con- tinuando pelos trilhos de montanha surgiram- -nos uns single’s bem porreiros, junto à foz do Rio Nabão, onde apenas algumas centenas de metros abaixo da Barragem de Castelo de Bode, se une com o Rio Zêzere, daqueles “ST” que só estão ao alcance dos verdadeiros con- sumidores de adrenalina. Confesso que nesta altura a minha roda 29 parecia um semirrebo- que a fazer manobras na rua da Betesga. Mais umas pedaladas em plano (ligeiramen- te inclinado) para descontrair e eis que nos


surgiu pela frente uma parede, aliás, duas! A parede da barragem propriamente dita e a pa- rede (subida) junto à barragem. Mas chegados lá acima a paisagem é estupenda, sobre uma majestosa parede de betão. Seguimos então para a Barragem do Cabril, num ritmo mais veloz e descontraído, permi- tido pelos bons estradões de terra batida e ligações em asfalto por entre aldeias, onde destaco uma antiga e bonita ponte romana. Poucos kms volvidos e antes ainda da apoteó- tica entrada em Tomar pelos bonitos jardins a circundar o leito do Rio Nabão, eis que nos úl- timos quilómetros, ao longo das suas margens nos deparámos com um soberbo single track. Chegados à maravilhosa cidade dos Tem- plários, os cavaleiros pararam para se abas- tecer, desta feita num lugar verdadeiramente único, um restaurante medieval onde da deco- ração às vestimentas, tudo faz lembrar tempos idos. Após refastelado almoço, nova subida, desta feita ao Convento de Cristo e Castelo de Tomar, ex-líbris da cidade património da Mundial. Seguimos depois junto ao aqueduto de Pegões. Após alguns quilómetros já com a Serra d´Aire pela frente e pouco antes dos famosos Moinhos da Pena, surgiram mais uns magnífi- cos singles, desta feita com muita pedra, ago-


ra sim mesmo ao jeito da roda 29, muita técni- ca, muita velocidade e… agarra-te ao guiador! À entrada em Torres Novas antecedeu-se uma interessante subida por entre terrenos de pas- toreio e figueiras, não estivéssemos nós na capital do fruto seco. Dali seguiu-se o ataque ao Castelo torrejano, cuja trepada foi a menos sofrida de entre seus pares.


Após passagem pela Quinta da Rainha, uma serventia resignada por sobe e desces que nos impulsionaram para a povoação com o caricato nome de Meia Via. A circulação por terras de Entroncamento fez-se pela ciclovia ali existente. A saída iniciou-se com a memo- rável travessia pelo interior do Parque Verde do Bonito - e que bonito que ele é. Antes do final ainda algumas incríveis pas- sagens, como foram o Parque Urbano de Vila Nova da Barquinha, o trilho da Lampreia até ao Cais de Tancos e o não menos interessan- te trilho que nos levou a passar junto do últi- mo dos castelos previstos, Almourol, que ao contrário dos anteriores e por se encontrar no meio do rio (Tejo) não foi feita em subida mas deu que fazer, exigindo técnica e “olho vivo”.


Texto: Pedro Lourenço Fotos: Organização


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