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reportagem


O Praticante | 52


era: A VIA que queríamos escalar! Entusiasmados, montámos a nossa pequena tenda no início do glaciar. Nos dois dias seguin- tes, realizámos o reconhecimento e escalámos a primeira parte da via, terminando num colo eviden- te aos 5700 metros. Uma primeira parte de trepada com alguns pas- sos mais complicados, que reali- zámos em “ensamble”, conduziu a uma secção mais empinada que nos obrigou a realizar seis lances encordados, constituídos por gelo até 65º de inclinação e escalada mista fácil, mas precária. Baptizá-


mos o colo com o nome “Alam”, como uma dedicatória ao filho de Altaf, que nos esperava, ansioso, no campo base. Considerámos que duas noites


acima dos 5000m e um “toca e foge” aos 5700m, talvez fossem suficientes como aclimatação, antes de realizar uma tentativa de ascensão ao cume do Kapura. Restava-nos apenas esperar por um período de tempo estável. No dia 31 de Agosto, realizá- mos uma prévia tentativa, ime- diatamente fracassada pelo mau tempo. No entanto, serviu para


passar mais uma noite acima dos 5000m, o que acabou por consti- tuir uma mais-valia para a nossa aclimatação. A


verdadeira oportunidade


chegou após recebermos uma mensagem no telefone satélite enviada pelo Vitor Baia, des- de Portugal. A mensagem dizia: “Previsões fáceis. Bom tempo e vento fraco do dia 5a 11 de Se- tembro”. Esta certeza do Vitor (já considerado por bastantes alpi- nistas como um dos melhores do mundo no campo das previsões meteorológicas aplicadas à mon-


tanha) foi o pontapé de confiança necessário para realizarmos uma decidida tentativa de cume. Por volta das 3:30 da manhã do dia 6, iniciámos a escalada dos primeiros 500 metros da via, re- petindo o mesmo itinerário até ao colo Alam.


Passámos parte da manhã a tentar aplanar uma exígua plata- forma de pedras de forma a colo- car a nossamini-tenda. Finalmen- te, utilizando algumas lajes de pedra e preenchendo as lacunas com neve, lá conseguimos trans- formar aquele troço estreito de


Campo no glaciar, aos 5200m.


Paulo antes da banda de rocha, no dia de cu


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