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orientação


O Praticante | 52


ram o condão de pôr um sorriso no rosto das mais de três centenas e meia de parti- cipantes que, em Ferrel, no concelho de Pe- niche, correram a prova de Distância Longa dos Campeonatos da Europa de Jovens de Orientação Pedestre EYOC 2013. Com car- tografia de Luís Sérgio e percursos traçados por José Fernandes, as provas acabaram por ser quase uma repetição do sucedido no arranque dos Campeonatos, no que a resul- tados diz respeito. O suiço Tobia Pezatti e a sueca Sara Ha- gstrom repetiram as vitórias nos escalões M18 e W18, respetivamente. Dois dias, dois triunfos e essa sensação de que até parece fácil ganhar, é algo que Sara faz questão de rejeitar liminarmente: “Na verdade foi tudo menos fácil”, começou por explicar a atleta sueca, que não regateou elogios aos terre- nos e ao desafio técnico nas zonas de maior vegetação. Sara realçou ainda a “intensa e motivadora” luta travada com a sua colega de equipa, Johanna Oberg, traduzida no fi- nal pela diferença de escassos dois segun- dos. Também Tobia Pezatti recusou a ideia duma conquista fácil: “Tratou-se duma prova muito interessante, muito rápida no início, mas muito técnica na segunda parte e a exigir enorme concentração.” Alguns peque- nos erros ao longo da corrida não apagam o prazer duma nova vitória e as consequentes responsabilidades acrescidas: “É uma gran- de motivação para traçar novos objetivos e poder seguir neste rumo.”


UMA “OUTSIDER”


DE NOME JOSEFINE LIND Olli Ojanaho, outro dos “reincidentes” no


ouro, traça um “filme da prova” muito se- melhante ao do suiço Pezzati, admitindo ter também cometido “vários pequenos erros, sobretudo em tomadas de opção”. A ver- dade é que a sua vitória, com o tempo de 37:24, acabou por ser a mais robusta de to- das quantas se registaram hoje, com mais de dois minutos de vantagem sobre o rus- so Aleksandr Pavlenko. Para o atleta – que compete em Portugal pela primeira vez -, o futuro abre-se agora à sua frente, pleno de oportunidades: “Não sinto que as duas me- dalhas de ouro sejam um peso demasiado. Aliás, sinto-me até muito bem e pode vir mais uma medalha de ouro na prova de Es- tafeta que eu não me importo mesmo nada.” Por último, Josefine Lind, a atleta dinamar-


quesa que soube quebrar a hegemonia dos vencedores da jornada inaugural e introme- ter-se nesse restrito “clube dourado”. Com um sorriso de enorme satisfação, a atleta co- meçou por se referir a “uma boa vitória num terreno do qual gostei particularmente, por- que é um terreno onde se pode correr muito depressa, o que vai ao encontro das minhas características”. Foi numa prova rápida – tra- duzida num tempo de 35:23, contra os 36:13 da germânica Dorothea Muller – que residiu o segredo da vitória, diz, confessando-se “super-motivada para continuar a lutar pe- los meus objetivos”. Entre os portugueses, os resultados voltaram a quedar-se aquém


das expectativas e, também aqui, é digna de nota a “reincidência” de Beatriz Moreira no tocante ao título de nossa melhor atleta, gra- ças ao 17º lugar no escalão W16.


RUSSOS E CHECOS MOSTRAM-SE NA ESTAFETA


A 15ª edição dos Campeonatos da Europa de Jovens de Orientação Pedestre EYOC 2013 chegou ao fim em Vale Benfeito, no concelho de Óbidos. Adiantando já um ba- lanço final, podemos falar nuns Campeona- tos marcados pela excelência dos mapas e terrenos de competição, duma organização inexcedível de cumplicidade e atenção para com todas as comitivas presentes, de pro- vas marcadas pela emoção e por momentos de superação de enorme significado e valor para os participantes e, por último mas não menos importante, por tempo ameno e um sol radioso, a colocar mais cor e mais vida na paisagem e no rosto de todos. Depois de Suiça, Suécia, Finlândia e Di- namarca terem dominado as atenções nos dois primeiros dias dos Campeonatos da Europa de Jovens de Orientação Pedestre EYOC 2013, o derradeiro dia permitiu acres- centar os nomes da Rússia e da República Checa ao lote dos grandes vencedores. Em termos individuais, Sara Hagstrom ganhou tudo o que havia para ganhar e é ela, indubi- tavelmente, a “rainha” destes Campeonatos. Mas vamos ao filme da derradeira jornada na qual estiveram envolvidas um total de 92 equipas distribuídas por quatro escalões de competição. No capítulo das reviravoltas, a mais fantástica foi aquela protagonizada pela Suécia no escalão W18, ao passo que a maior surpresa acabou por surgir por par- te da Hungria, medalha de prata no escalão W16. Quanto aos portugueses, o última dia de provas voltou a não acrescentar algo de substantivo em termos de resultados, tendo a equipa de M16 alcançado o melhor resul- tado ao concluir na 10ª posição.


TRIUNFO DA RÚSSIA


Partindo por “vagas” em função de cada escalão, a prova de Estafetas teve na Rús- sia o primeiro vencedor conhecido, no es- calão M16. Com um começo muito forte, os russos tomaram conta da corrida logo no percurso inicial e nunca mais o largaram. Grande figura das duas etapas iniciais dos Campeonatos, o finlandês Olli Ojanaho ain- da conseguiu encurtar a diferença em mais de dois minutos no derradeiro percurso, mas Pavlenko soube gerir bem a vantagem e chegar ao fim na liderança.


“Foi fantástico, é como um sonho”. Foram estas as primeiras palavras de Aleksandr Pavlenko, o homem que teve o condão de oferecer à Rússia a sua única medalha de ouro nestes Campeonatos. Embora admitin- do que a vitória nesta prova estava nos pla- nos do coletivo russo, Pavlenko faz questão de sublinhar o excelente trabalho de equipa, “face a uma Finlândia muito forte, o que va- loriza ainda mais este resultado.” A concluir,


A VITÓRIA MAIS FOLGADA No escalão W16, passou-se com as che-


cas um pouco do que sucedeu com a Rússia na Estafeta masculina de M16. Ao regista- rem os melhores tempos nos percursos ini- ciais, Tereza Cechová e Barbora Vyhnálková ofereceram a Barbara Vavrysová uma van- tagem suficientemente confortável e que a atleta soube gerir de forma inteligente, che- gando mesmo a ampliá-la até aos mais de cinco minutos e meio finais sobre a Hungria, naquela que foi a vitória mais folgada da jor- nada.


Barbara Vavrysová que, no final, não ca-


bia em si de contente: “Foi a minha primeira participação num EYOC e esta é uma sen- sação incrível”, começou por referir. Embora dispondo de confortável vantagem à partida para o derradeiro percurso, a atleta assume que “tinha de vencer, tinha de fazer isto por mim e pelas minhas colegas de equipa”. E acrescenta: “Este era o nosso objetivo, o ob- jetivo da República Checa e sinto-me muito feliz por ter sido concretizado.” Mas este é apenas o começo duma carreira que se es- pera plena de sucesso: “Eu e as minhas co- legas teremos certamente a oportunidade de participar mais vezes no EYOC e esta meda- lha de ouro dá-nos força para pensarmos em novos triunfos no futuro.”


SUÉCIA FECHA COM CHAVE DE OURO


Partindo em desvantagem para o tercei- ro percurso face às poderosas equipas da Suiça e da Rússia, a Suécia teve em Sara Hagstrom um verdadeiro talismã. Depois dos títulos europeus de Sprint e de Distân- cia Longa, a atleta sueca acabou por virar o resultado a seu favor, fazendo o pleno de medalhas de ouro e tornando-se na estrela maior destes Campeonatos. Sara Hagstrom impressionou todos quantos tiveram a opor- tunidade de acompanhar este EYOC 2013, quer pelas suas qualidades físicas e técni- cas, quer pela sua atitude ganhadora, sendo um nome a reter no futuro e do qual a Orien- tação mundial muito tem a esperar. Entre gritos de satisfação e os muitos cumprimentos de adversárias e colegas de equipa, Sara acabou por confessar ter sido esta “a vitória mais saborosa”. A atleta reve- la ter sentido “uma grande confiança quando parti para a minha prova, sabendo de ante- mão que esta Estafeta iria ser diferente das que fiz até aqui. A única estratégia a seguir era a de fazer a minha prova e não pensar nas minhas adversárias; seria aí que residi- ria a chave da vitória.” Com a Rússia fora da corrida logo no início do último percurso, de- vido a um erro tremendo de Marina Trubki- na, a luta ficou confinada a suecas e suiças:


referindo-se em particular à sua prova e à forma como lidou com a pressão de ter atrás de si o finlandês Ojanaho, referiu: “Procurei fazer a minha prova e esquecer tudo o resto. Na floresta fui apenas eu, o mapa e o per- curso.”


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