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A relação entre o poder local e o poder central:
Quando Portugal se encontrava em regime de ditadura, até ao dia 25 de Abril de 1974, Oliveira Salazar não prescindia de ter o poder nas suas mãos. Daí que aban- donasse qualquer hipótese de descentralização que, por sua vez, corresponderia a uma perda da sua autoridade. A existência de sindicados fortes e autarquias locais de- mocráticas seriam um impedimento para aquilo que, na altura, o centralismo do Estado Novo refletia: não só uma necessidade do próprio sistema, como também ga- rantir o monopólio do poder. O Estado agia como a enti- dade reguladora e gestora dos interesses nacionais e, como tal, as autarquias veriam as suas funções bastante limitadas, pois o município era, de acordo com a doutrina do Estado Novo, parte da Nação e, como tal, absorvido pela sua unidade. Depois de tanto tempo sem direitos e liberdades, hoje podemos distinguir dois poderes: o poder local e o poder central, em que o poder local, reconhecido como uma das principais conquistas da nossa história recente, tem um peso importante na vida dos cidadãos de cada fre- guesia ou município. O poder local destaca-se pelo direi- to assistido de administrar os interesses que lhes são específicos e, desta forma, garantir uma maior eficácia na resolução de certos problemas e pela efetiva partici- pação das populações na tomada de decisão por parte dos órgãos autárquicos que as representam. Não obs- tante o papel que o poder local passou a ter, continua a haver uma relação deste poder com o Estado, que se divide em várias vertentes, por exemplo no que diz res- peito aos problemas das populações, partilhando um esforço administrativo e financeiro; o Estado distribui verbas às autarquias e, por outro lado, fiscaliza o cum- primento da lei; o poder local, democraticamente eleito, representa as populações perante o Estado, fazendo-lhe chegar os seus problemas e reivindicações. Relativamente às mudanças que o poder local trouxe à população, é de realçar o saneamento básico e o abas- tecimento de água que se fez chegar aos lugares mais
Nota20 - maio 2017
isolados e inacessíveis, bem como se promoveu o pla- neamento e a programação da ocupação do território e o desenvolvimento local nas suas diversas áreas temáti- cas. No entanto, atualmente, vivemos num período de recessão económica, a qual tem vindo a impor a conten- ção financeira e orçamental, que dificulta a ação do po- der local.
Contudo, neste e noutros momentos devemos reconhe- cer a importância do poder local e sobretudo os nossos deveres cívicos relativamente às instituições que regem, mais especificamente, a nossa vida quotidiana. Uma vez que o poder é exercido de maneira a melhorar as condi- ções de vida da população e cada freguesia tenta suprir as necessidades que a comunidade apresenta, é essen- cial que, na escolha dos representantes (assembleia de freguesia, assembleia municipal e câmara municipal), os eleitores tenham conhecimento dos objetivos pretendi- dos, em suma do respetivo programa. E, ao longo de cada mandato, a avaliação desse programa deve ser feita, de contrário os cidadãos sentir-se-ão à margem das decisões que lhes dizem respeito. O problema da falta de informação, de divulgação e de esclarecimento, através dos meios de comunicação, das escolas, e de locais de esclarecimento é um assunto em que se deve investir. Só devidamente informados, pode- remos ser cidadãos ativos e intervenientes, começando por aquilo que nos é mais próximo e diz respeito, preci- samente, às instituições do Poder Local.■
Luísa Montenegro, 12º5ª - Ciência Política
“Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam.”
Platão
            
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