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Nota20 - maio 2017 CAPA da EDIÇÃO
Título: “Personalidade” Autora: Inês Canha, 12º4ª
"Assunto Batido"
Este texto começa onde as explicações acabam. Nin- guém tenta encontrar mais motivos nem soluções para o problema, nem ninguém tenta sequer voltar a abordá-lo. Mas o bullying não é, propriamente, só uma temática jeitosa para os psicólogos falarem de como acontece ou deixa de acontecer, até porque as coisas não são tão lineares assim. Supostamente, toda a gente sabe o que é e, supostamente nunca, jamais, alguém faria isso com outra pessoa, porque somos todos boas pessoas e nin- guém merece passar por isso. No entanto, ainda assim é um problema recorrente. Engraçado, não é? Ninguém é capaz de fazer bullying com alguém, mas as vítimas aparecem… ou desaparecem dependendo do caso.
soa, talvez tu te identifiques com isto, talvez tu estejas a passar por isto e estás com medo que as pessoas te vejam a ler este texto porque estás sentado num canto da escola escondido do mundo porque para ti esse can- to é o sítio mais seguro e isolado. Se és esta segunda pessoa, levanta-te desse canto e limpa essas lágrimas acumuladas de várias noites passadas em claro a cho- rar e fala com os teus pais, ou com os teus professores, porque tu não estás sozinho, alguém vai querer ouvir os teus desabafos e vai querer ajudar-te. Eu quero ouvir, eu quero ajudar. Quero que saibas que, pelo menos eu, quero saber daquilo que tu achas que ninguém quer saber. Há sempre esperança, mas não nesse cantinho onde estás… Aí não há nada e tu, lá no fundo, sabes disso. Continuando. O simples ato de não querer saber e de se deixar uma pessoa de parte por nenhum motivo apa- rente pode doer muito, pode deixar essa pessoa mais desesperada ainda, ou não, porque as pessoas não são todas iguais. E se calhar tu terias feito a diferença se não a tivesses deixado ali sozinha e a tivesses convida- do para ir para o pé de ti ou se tivesses só perguntado se estava tudo bem, ou talvez não tivesse feito diferen- ça nenhuma. Pensa apenas que teria feito diferença e que tu decidiste não fazer nada. Agora imagina que eras tu… Pronto, já sei, “ isso não tem nada de mal, se a pessoa quisesse tinha vindo ter connosco”… Tu não sabes porque não és tu. Talvez aquela pessoa se tenha sentido sozinha, sentiu-se invisível, sentiu que ninguém se importa mais com ela nem com nada, sentiu que já não faz cá falta e que o mundo seria um sítio melhor se ela não existisse e sentiu mais um monte de coisas hor- ríveis, cruéis porque tu achaste melhor assim. Ou se calhar essa pessoa não sentiu nada porque não se dei- xou abalar. Mas eu pergunto-te: custava-te assim tanto dizeres ou fazeres alguma coisa? Não achas que se calhar teria sido melhor teres ido lá para saber se se passava alguma coisa? Talvez tivesses feito a diferen- ça, mas achaste que não era nada de extraordinário.
O bullying não é só uma estalada na cara, ou uns nomes feios gritados ao vento. O bullying é também um conjun- to de pequenas ações cometidas que são menospreza- das por serem tão “pequenas”. Quando se diz que uma vida feliz é repleta de “pequenas alegrias”, também se devia supor que há “pequenas agressões” ou “pequenas tristezas” que tornam a vida de alguém infeliz, no entan- to, é mais fácil pensar no lado bonito da coisa. Sempre será. As pessoas não são todas iguais, logo, não sentem da mesma maneira nem reagem da mesma maneira. E tu que estás a ler isto deves estar a pensar que este tema já é muito “batido”, que já estás farto ouvir falar disto. Ou que eu estou a desperdiçar o meu latim com algo que toda a gente sabe, aliás, a quantidade de vezes que se fala deste assunto é absurda, mas a quantidade de ve- zes que se ignora o mesmo depois de tanto ser falado é ainda mais absurda! Mas talvez tu não sejas essa pes-
Eu não te quero fazer sentir culpado(a), mas quero que saibas que por mais pequenos que esses gestos te pa- reçam, podem fazer a diferença. Se não fizerem diferen- ça, pelo menos tentaste. Isto é o que eu penso e o que eu sinto relativamente a este assunto tão “batido”. Desculpa lá se achaste uma perda de tempo e obrigada se achas que fiz alguma diferença. As pessoas precisam de se amar mais e de ter mais carinho umas pelas outras. Vamos fazer a nos- sa passagem pela Escola mais agradável, está bem?■
Margarida Sousa Correia, 12º4ª
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