Nota20 - abril 2016
P 3 5 A importância do sono
Dislexia é uma doença que afeta parte da população jovem nos dias de hoje, pelo que é, incorretamente, as- sociada ao desenvolvimento cognitivo e intelectual dos portadores. Trata-se de uma mutação hereditária e ge- nética, mais precisamente ao nível dos genes, pelo que se pode traduzir por uma mudança na sequência de nu- cleótidos do DNA, que pode ser causada por elevados níveis de testosterona durante a gestação. Este proble- ma baseia-se na dificuldade na descodificação de pala- vras, principalmente durante a leitura e a escrita, em crianças com desenvolvimento intelectual normal. Pode expressar-se por alguns sintomas como a lentidão na aprendizagem relacionada com a leitura e a escrita, difi- culdades na memorização, escrita de letras em espelho e com muitos erros ortográficos, entre outros. Existem três tipos de dislexia: dislexia disfonética (auditiva) em que a criança apresenta dificuldades em transformar as unidades de som da linguagem em palavras ou vice- versa, tendo também dificuldade em dividir palavras em sílabas e ainda em soletrar. As crianças com dislexia auditiva têm dificuldade em diferenciar letras cujo som e grafia são semelhantes (d,b; m,n) e, para além disto, não conseguem perceber que os sons iniciais e finais de palavras podem ser iguais (como “casa” e “brasa”), ten- do ainda dificuldades em rimar. No caso da dislexia di- seidética (visual) a criança apresenta dificuldades em sequenciar as letras do alfabeto e as letras nas pala- vras, os dias da semana e os meses do ano, em ordenar eventos de uma história e em seguir instruções quer verbais quer dadas por escrito. As crianças portadoras deste tipo de dislexia tendem a ser inconstantes em ter- mos de escrita e costumam revelar imaturidade ao dese- nhar. Existe ainda a dislexia mista em que a criança apresenta comportamentos associados a ambos os ti- pos de dislexia anteriormente referidos. Devido à sua origem genética, o tratamento da dislexia baseia-se principalmente em terapia. As crianças podem frequentar escolas especiais, sendo que a maioria das escolas em Portugal providenciam aulas especiais para crianças com este problema. Estas podem também ser acompanhadas por professores especializados, mas é essencial que a criança pratique a leitura de modo a fa- miliarizar-se com as palavras e diminuir a sua dificulda- de em descodifica-las. Em suma, é de extrema relevância o diagnóstico preco- ce e consequente tratamento da criança com vista a um maior desenvolvimento quer comportamental quer emo- cional da mesma. Para isto, existe a necessidade da realização de um maior número de pesquisas relaciona- das com este tema e uma maior divulgação do que é a dislexia, uma vez que este conceito é inúmeras vezes mal-entendido pela sociedade em geral.■
Inês Cruz, Maria Miguel Cruz, Mariana Ferreira, 11º3ª
Sabia que o sono está diretamente relacionado com o bem-estar e a qualidade de vida? Dormir faz parte do ciclo natural do organismo, sendo muito importante para manter corpo e a mente saudáveis. Quando dormimos bem passamos por um processo de profundo relaxa- mento que contribui para estimular a produção de diver- sas hormonas, entre elas a hormona do crescimento, cuja produção ocorre predominantemente durante o so- no e que, além de propiciar o crescimento, também é responsável pela renovação da pele, ossos e músculos. Além disso, o sono alivia o stress, mantém o metabolis- mo no ritmo, ativa a memória, melhora a concentração, fortalece o sistema imunológico, repara o corpo e até ajuda a perder peso! Até dormir a sesta após o almoço é benéfico para melhorar a produtividade, mas é um enga- no pensar que o sono diurno substitui o noturno. Um descanso noturno desadequado às suas necessida- des poderá vir a trazer problemas na escola/trabalho, relacionados com a falta de atenção, de concentração, perturbações de humor, uma maior irritabilidade/ agitação ou ainda ser causador de sonolência. O resso- nar é um indício de má qualidade de sono devendo ser identificada e tratada adequadamente com vista à me- lhoria da qualidade de vida. É aconselhável que nos quartos não haja televisores, jogos de vídeo, computadores ou ligação à Internet, já que a presença desses aparelhos relaciona-se negativa- mente com a capacidade de adormecer e com a quali- dade do sono. A Sociedade Portuguesa de Neurologia (SPN), alerta para o facto de a população portuguesa dormir cada vez menos e pior, o que quadruplica o risco de acidente vas- cular cerebral (AVC). Segundo um estudo promovido pela National Sleep Foundation dos EUA, há cada vez menos pessoas a dormir oito horas ou mais, uma ten- dência que se regista também em Portugal. Aqueles que dormem menos de seis horas por noite têm quatro ve- zes mais probabilidade de sofrer um AVC ou um enfarte do miocárdio do que aqueles que dormem seis a oito horas. Atividades como leitura descontraída ao deitar, a não utilização de bebidas excitantes à noite, estabelecer uma hora para repousar e dormir podem ser benéficas e auxiliar na qualidade do sono.■
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