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Nota20 - abril 2016
Estudo confirma uma geração cada vez mais dependente da tecnologia
Entre parêntesis (…) Muitas vezes fazemos um parêntesis na nossa vida. Ou- tras vezes é a própria vida que nos coloca entre parênte- sis. Quando somos nós a fazê-lo, consideramos que é uma atitude positiva, já que, depois do parêntesis, vem sempre a parte mais importante. Mas, quando nos colo- cam nessa posição, é aquela sensação pouco agradá- vel, de quem, sendo necessário, constata que não é re- levante. Pensando bem, acontece o mesmo com a escola. Volta e meia, fica dentro de parêntesis. Tudo parece ser mais importante. E, no entanto, ninguém ignora que a escola é fundamental na vida das pessoas, que os professores têm um papel importante na sua formação integral e que os alunos, futuros cidadãos, precisam de um escola que respeite a relação consciente entre os valores cívicos, espirituais, estéticos e morais e lhes desenvolva a capa- cidade para o trabalho e para a vida ativa. Ninguém tem dúvidas sobre isto. Então, sempre que tal assunto está em cima da mesa, toda a gente verborreia de forma es- clarecida, que nada fica entre parêntesis. O problema é que a escola nunca está em primeiro lu- gar. A não ser nas páginas do jornal, se algum assunto, menos digno, inquietar os espíritos mais curiosos e ansi- osos por dramas. Então, aí, salta para fora dos parênte- sis. De resto, a escola pode esperar! Esperar por novas eleições, por novos rostos no Ministério da Educação ou por alguma lufada de ar fresco que alguém possa trazer, quase sempre vinda lá de fora. Mesmo nos programas eleitorais, da esquerda à direita, não se encontra nada de substancial acerca da escola. Nada que resulte de uma reflexão séria, participada pela comunidade educa- tiva e por todos os que estão diariamente no terreno à procura das soluções para tantas e tão diversificadas situações. Nada que vá à raiz dos problemas. Apenas se encontram algumas ideias em avulso. Até poderiam es- tar entre parêntesis. E depois também se apontam algu- mas medidas em avulso: mais exames, menos exames, nomenclaturas diferentes para as mesmas coisas, rou- pagens novas para vestir o que já é velho, mas ninguém apresenta um verdadeiro projeto para as nossas esco- las. Enfim, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades (ou não) e a escola fica sempre à espera de melhores dias. Coisas simples como restituir a autoridade aos educado- res (não confundir com autoritarismo), turmas pedagogi- camente viáveis, devolver à escola a sua verdadeira ra- zão de ser (ensinar e formar), deviam ser concretizadas, mas……….ficam sempre entre parêntesis!■
A Equipa do Nota20
Um estudo recente do Instituto de Psicologia Aplicada (ISPA), em que foram inquiridos jovens portugueses até aos 25 anos, mostra que 70% apresentam sinais de dependência do mundo digital, em que 13% são ca- sos graves, podendo implicar isolamento ou com- portamentos violentos e que obrigam a um trata- mento. Este estudo foi coordenado pela investigadora Ivone Patrão e confirma os sinais de uma geração cada vez mais dependente da tecnologia. Como exemplo, é relatado o caso de um rapaz que afirma que os seus amigos ficariam zangados caso ele não respondesse rapidamente às mensagens mesmo no horário em que deveria estar a dormir. Assim, este fenómeno pode mes- mo conduzir a situações limites em que é posto em cau- sa o bem-estar físico da pessoa. Um outro estudo de 2014, conduzido pelo Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lis- boa (CESNOVA), no âmbito do projeto Net Children Go Mobile, mostra que mais de metade das raparigas (55%) referem usar todos os dias o smartphone, contra 44% dos rapazes. Há também uma evidência do uso excessivo no início da adolescência (11-12 anos) decrescendo no grupo intermédio (13-14 anos), para voltar a subir nos adolescentes mais ve- lhos (15-16 anos). Este estudo compara ainda a utilização do smartphone com outros países europeus. Constata-se que os ado- lescentes portugueses apresentam um valor de uso excessivo do smartphone (57%) que é superior à média europeia (48%), aparecendo o Reino Unido no topo (65%). A maioria dos adolescentes portugueses sente a necessidade de verificar o telemóvel sem razão aparente e ficam aborrecidos quando não po- dem usar o telemóvel por ficarem sem bateria ou sem rede. Cerca de um quinto afirmam mesmo estar menos tempo do que deviam com a família, os amigos ou a rea- lizar as tarefas escolares, confirmando a importância do telemóvel em detrimento de outras formas de relaciona- mentos ou atividades. (…) A nomofobia deriva do inglês no-mobile-phone pho- bia e é o nome que descreve o medo crescente de ficar sem o telemóvel, representando assim uma ansiedade derivada da separação desse dispositivo móvel.■
Notícia do site
https://www.mais-psi.com de 21 de janeiro de 2016 Imagem retirada de:
http://editorialcartoonists.com/
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