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Nota20 - abril 2016 Atualidade Politica e Económica em Portugal


No dia 4 de Outubro de 2015 a população portuguesa votante foi às urnas, para escolher o partido/coligação com maior representação no parlamento e, consequen- temente, formar governo. Neste dia tudo indicava que a abstenção ia diminuir, mas na hora da verdade observou-se que a mesma au- mentou em relação às legislativas anteriores, com uma percentagem de 44,14%, mais 2,21% do que em 2011. Mas, o mais preocupante é que aumentou a abstenção, sobretudo na camada jovem. É caso para perguntar: o que será que se passa com os jovens? Porque é que demonstram tanto desinteresse? Perguntas, para as quais, haverá certamente inúmeras e diversas respos- tas. Quem venceu as eleições legislativas foi a coligação Portugal á frente, que era formada pelos partidos PPD/ PSD com CDS-PP. O principal derrotado foi o Partido Socialista que ambicionava uma maioria absoluta e es- teve bastante longe disso ficando com o segundo lugar. Também podemos dizer que o Bloco de Esquerda, lide- rado por Catarina Martins, saiu vencedor, pois nunca tinha conseguido eleger tantos deputados nas legislati- vas como nas deste ano, terminando no terceiro lugar. A CDU formada pelo Partido Comunista Português com os Verdes e outros, também tiveram um acréscimo de de- putados na assembleia da república, estes ficaram em quarto lugar. O PAN que é um partido que defende a natureza e os animais, conseguiu eleger um deputado, terminando em quinto lugar. Os restantes partidos não conseguiram eleger nenhum deputado. Nestas eleições ninguém conseguiu obter uma maioria absoluta, ou seja nenhum partido tem a maioria de de- putados na assembleia. Existe sim uma maioria relativa da coligação Portugal á Frente. Por esta razão o Sr. Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva deu posse à coligação liderada pelo cabe- ça de lista, Pedro Passos Coelho. Esta decisão foi re- provada pelos partidos da oposição, que estavam em negociações entre si para fazerem uma aliança de Es- querda. Envolvidos nesta aliança estavam o Partido So- cialista, o Bloco de Esquerda e a CDU. Num instante quem passa a ser o protagonista é o cabe- ça de lista do PS, antigo presidente da câmara de Lis- boa António Costa, o que acontece porque finalmente existe uma aliança de esquerda, e passam a ter uma maioria de deputados na assembleia. Assim o Sr. Presidente da República, de mãos atadas, porque nos primeiros e nos últimos três messes do man-


dato não pode usufruir dos direitos de destituir a assem- bleia da república nem convocar novas eleições, é obri- gado a dar posse de governo a António Costa que tem o apoio da aliança de Esquerda. Esta decisão é contestada por muita população votante, pois afirma que o seu voto está a ser descartado, visto que a coligação Portugal á Frente ganhou as eleições. Por outro lado, existe a outra parte que diz que votou para tirar a maioria absoluta à coligação mas que ape- nas distribuiu os votos pelos diferentes partidos da opo- sição, sendo eles os partidos da aliança de esquerda. Com esta situação, Portugal que já estava atrasado para apresentar o orçamento de estado para 2016 ganha ain- da mais demora, o que faz com que levemos uma san- ção pela União Europeia. Este governo de esquerda mantem o seu discurso tradi- cional de acabar com a austeridade, daí a recolocação dos feriados nacionais e religiosos, aumento do salário mínimo nacional para os 600€, diminuição das horas de trabalho da função publica para as 35 horas semanais, … Portugal parecia estar no bom caminho para cumprir as metas impostas pela TROIKA até ao final do ano, mas mesmo no final vê o banco Banif a “passar uma rasteira" ao Estado português, falindo. Assim, em vez de termos no final do ano um défice orçamental de 3% do nosso PIB ,teremos um défice previsto de 4% ou mais, o que constitui uma diferença bastante significativa, pois esta- mos a falar de milhares de milhões de euros. Relembro que só neste ano é o segundo banco a falir, tendo o es- tado português injetado milhares de milhões de euros para salvar os depósitos dos portugueses, e que estes bancos são vendidos ao desbarato tendo os contribuin- tes de suportar a diferença. Entretanto, decorreu campanha eleitoral para as elei- ções presidenciais com 10 candidatos na corrida a Be- lém. Segundo as sondagens, Marcelo Rebelo de Sousa ganharia as eleições logo na primeira volta, obtendo uma pontuação superior a 50%. O que veio a acontecer. Concluo com uma opinião própria a propósito destas eleições: o Presidente da República deve ser uma pes- soa imparcial, não dependente de uma área política, pois os candidatos apresentavam-se ou classificavam- se como candidatos de esquerda ou candidatos de direi- ta, o que fez com que estas eleições presidenciais mais parecessem as legislativas. Num contexto político- económico como aquele em que temos vivido, a divisão não nos levará a nada, enquanto a união, talvez seja a única forma de nos devolver a esperança.■


Diogo Ferradaz,11º/6ª


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