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Ciclismo


usar e que lhe foi valendo destaque ao longo de toda a competição. Contudo, nem sempre as coisas correram como o director desportivo tinha, porventura, delineado. Logo ao 2.º dia, apesar da vi- tória de Rui Sousa, o mal-estar causado pela perseguição a Joni Brandão revelou que os planos poderiam sair furados. A desunião dos atletas ficaria patente em outros momentos, como a perseguição realizada a Nuno Ribeiro, numa altura em que este estava em fuga. Em suma, a presença de três corredores no top-10, a vitória da geral colectiva, a conquista de uma etapa e a camisola amarela por um dia valeram grande divulgação na prova mas a sensação de que “soube a pouco”, já que era a favorita n.º 1 à partida


AS DEMAIS FORMAÇÕES LUSAS


Como verificámos atrás, a turma axa- drezada foi, igualmente, uma das “equi- pas da Volta”, muito à conta dos três postos alcançados no top-10 da prova. Daniel Silva, 6.º, foi o homem em maior evidência, ainda que não tenha conse- guido aquele que era o objectivo à parti- da: melhorar o 4.º lugar do ano passado. Mostrando que a idade pode ser uma mais-valia, os veteranos Célio Sousa e Vergílio Santos estiveram sempre com os primeiros. Já a LA Alumínios/Antarte teve uma prestação “agridoce”. Já habituado a “azares”, Edgar Pinto teve, uma vez mais, um arranque marcado pela falta de sorte. Logo no contra-relógio colecti- vo o ciclista furou, facto que o fez perder cerca de meio minuto. Ainda assim, e ao contrário de experiências do passado, o ciclista contornou essa questão e conse-


guiu uma prestação de bom nível ao lon- go da corrida, terminando num honroso 4.º lugar. Ao invés, Hugo Sabido, aponta- do por muitos como um dos mais fortes candidatos à vitória final, esteve sempre longe da luta pela vitória. Dentro desta equipa, de realçar ainda o comporta- mento de Márcio Barbosa, que, andando muitas vezes em fuga, foi, paulatinamen- te, somando pontos para a classificação da montanha. Em Viseu, este corredor seria mesmo coroado o vencedor deste prémio.


Relativamente às equipas algarvias, a Louletano/Dunas Douradas alinhou sem o chefe-de-fila, Sérgio Ribeiro. Apesar deste contratempo, a equipa de Jorge Piedade acabou por salvar “as honras do convento”, após o triunfo do espanhol Raúl Alarcón na dura jornada que ligou Termas de Monfortinho a Gouveia. Mais discreta esteve a Banco BIC/Carmim (que estreou um novo patrocinador). Ainda assim, foi notada a sua presença particularmente nas fugas. Henrique Ca- simiro e David Livramento, que seriam os nomes mais sonantes, acabaram por não alinhar na melhor condição física. Em destaque esteve antes a participa- ção dos angolanos Igor Silva e Waltyer Silva, que se estrearam numa corrida com semelhante nível de dureza. Esta foi, em suma, uma corrida domi-


nada pelas equipas e ciclistas portugue- ses. Uma prova emocionante, cuja deci- são se estendeu até bem perto do final. Fica assim selada com chave de ouro a edição de diamante da Volta a Portugal, a qual ficará, doravante, associada a um nome: Alejandro Marque. Texto: Isabel Henriques Fotos: Podium/PAD


Outras “estórias” da Volta


À semelhança do último número da re- vista “O Praticante”, aqui recordamos algumas das “estórias” mais caricatas que ocorreram ao longo das inúmeras edições da Volta a Portugal. Poderá en- contrar estes e outros episódios no livro “À volta da Volta”, uma obra cheia de humor, realizada pelos jornalistas Mag- da Ribeiro e Fernando Lebre, e que re- tracta o lado mais “sui generis” da Volta a Portugal. Poderá adquiri-lo enviando um mail para magdaribeiro22@hot- mail.com. O livro tem um preço de 12 euros (já com portes de envio incluídos).


1927- “Na etapa que ligou as locali- dades de Sines e de Odemira, o pelotão debateu-se literalmente com ‘falta de estrada’ e os ciclistas ficaram momen- taneamente sem possibilidade de seguir em frente, sendo necessário recorrer a gente da região para que a prova pu- desse prosseguir. Rumo a sul, a ques- tão agudizou-se e as dificuldades para cumprir a jornada que ligou Odemira e Portimão levou a que os organizadores procurassem trabalhadores rurais que construíssem uma estrada improvisa- da…”


1935- “Indiferentes ao facto de defende- rem a mesma camisola, os dois corre- dores nortenhos envolveram-se numa acesa discussão, que levaria Orsinio Castanheira a agredir Sotero Albano com uma chave de ferro de armar ca- mas. Nem o facto de a sua mão e ante- braço direitos serem artificiais o impe- diram de consumar a raiva interior que naquele momento o consumia (…) Or- sinio Castanheira seria detido, o mesmo acontecendo ao seu colega de equipa”.


1938- “Por possuir estatura baixa, o ‘pulga saltitante’ (alcunha pela qual era conhecido) estava com dificulda- des em pedalar na nova bicicleta. (…) O problema estava na altura do selim, imensamente alto para si. Farto de tal embaraço, Gomes da Silva estancaria a marcha, apelando, a quem o ouvis- se, que necessitava de uma chave para desapertar o assento (…) Uma senho- ra que aplaudia entusiasticamente os corredores saltou do carro, tirando do seu interior um estojo de ferramentas. Sem delongas, apelou ao corredor que escolhesse a chave mais indicada para tal diligência. Satisfeita com tal gesto, a condutora confessaria ao cronista de “Os Sports”: ‘Ainda bem que vim até aqui; alguma coisa fiz a favor do ciclis- mo nacional’”.


Equipa vencedora do prólogo O Praticante 41 Edição nº 52


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