P 5 2
Nota20 - abril 2018 Projeto Verão Azul
Momentos marcantes da viagem
No dia 20 de novembro rumámos uma vez mais à Ucrânia, para tratarmos da viagem dos meninos oriundos das aldeias vizinhas de Chernobyl ao nosso país, no âmbito do Projeto Verão Azul. Nesta viagem tínhamos como objetivo principal visitar algu- mas famílias de crianças que virão em julho de 2018 pela pri- meira vez e irmos a Chernobyl e Pripyat. Como em todas as viagens, há sempre peripécias! Partimos de Lisboa com destino a Kiev, fazendo escala em Barcelona. Mal aterrámos, tínhamos a Guarda Civil a pedir- nos o passaporte, ainda no túnel ao sairmos do avião. Algum problema com alguém, que não nós. Ao embarcarmos para Kiev, disseram que um dos nossos cole- gas não tinha bilhete válido. Como não tinha, se os bilhetes eram todos iguais?! Ficámos para o fim e lá a senhora viu me- lhor e afinal estava tudo bem. Seguimos viagem! Chegados a Kiev, ainda no aeroporto, trocamos alguns Euros por Grivnias (moeda local), para fazermos face às despesas diárias. Destino final, Ivankiv, onde pernoitámos nos quatro dias que estivemos na Ucrânia. Este ano ficamos num hotel melhor, onde não foi preciso levar lençóis ou toalhas. Este hotel foi construído com contentores (que vulgarmente associamos às obras de construção civil) e que estão ligados entre si. Cada porta no corredor dava acesso a dois quartos, chuveiro e wc. Limpo, quente, com Wi-Fi, mas diferente ao que estamos habituados em Portugal. O papel higiénico que colocaram no wc era reciclado e escasso. Valeu-nos as toalhi- tas que levámos! No final do dia, cansados e com fome fomos jantar a um res- taurante já nosso conhecido, onde aproveitámos para alinhar o trabalho dos próximos dias. Qual não foi o nosso espanto ao encontrarmos um dos sete portugueses que trabalham em Chernobyl a jantar no mesmo sítio que nós! Voltaríamos a estar com ele noutro dia, onde nos
contou muitas histórias da Central. Dia 21 Começámos o dia a visitar algumas famílias. A maioria das crianças que participa no Projeto Verão Azul vive em casas muito pobres, com carência de tudo e no meio do nada. Grande parte vive em famílias destruturadas e têm de se desenvencilhar sozinhos. Entristece-nos muito tomar con- tacto com estas realidades. Se pudéssemos trazíamo-los a to- dos e no imediato! Ainda antes do almoço fomos visitar um colégio onde estudam alguns meninos e meninas já nossos conhecidos. Foi uma emoção revê-los e sermos surpreendidos com um mini espetá- culo organizado por eles. Começou com a oferenda de um pão tradicional, que fazem quando recebem visitas de pessoas de quem gostam muito. É um pão adocicado, tipo regueifa, muito saboroso, que fizemos questão de provar ao jantar. Depois da oferenda, seguiram-se canções, poesia e dança. Não há pala- vras que possam exprimir o quão agradável foi sermos home- nageados desta forma. Da parte da tarde, visitámos mais famílias e fomos recebidos pela Alcaide de Ivankiv, que nos agradeceu pelo trabalho que fazemos e pela ajuda que damos a estas crianças. Tivemos uma pequena conversa onde nos contou que os casos de cancro estão a aumentar na zona, principalmente em crian- ças. No passado dia 15 de novembro receberam a visita de uma Fundação Americana, que quer ajudar diretamente o hos- pital local com equipamentos e medicamentos. A nível de programas municipais, a Câmara apoia os casos mais complicados, como por exemplo as pessoas que tenham ficado sem casa. Esta ajuda pode ir de 500 a 5000 grivnias, verbas que são em exclusivo do município. O Alcaide explicou-nos ainda que há quatro zonas de radiação. Os meninos que morem nas primeiras três não pagam as refei- ções escolares. Só há agricultura e nada de fábricas. A lei ucra- niana proíbe a construção de fábricas nesta zona. Segundo a Alcaide, os terrenos onde são cultivados os produtos não estão
Page 1 |
Page 2 |
Page 3 |
Page 4 |
Page 5 |
Page 6 |
Page 7 |
Page 8 |
Page 9 |
Page 10 |
Page 11 |
Page 12 |
Page 13 |
Page 14 |
Page 15 |
Page 16 |
Page 17 |
Page 18 |
Page 19 |
Page 20 |
Page 21 |
Page 22 |
Page 23 |
Page 24 |
Page 25 |
Page 26 |
Page 27 |
Page 28 |
Page 29 |
Page 30 |
Page 31 |
Page 32 |
Page 33 |
Page 34 |
Page 35 |
Page 36 |
Page 37 |
Page 38 |
Page 39 |
Page 40 |
Page 41 |
Page 42 |
Page 43 |
Page 44 |
Page 45 |
Page 46 |
Page 47 |
Page 48 |
Page 49 |
Page 50 |
Page 51 |
Page 52 |
Page 53 |
Page 54 |
Page 55 |
Page 56 |
Page 57 |
Page 58 |
Page 59 |
Page 60 |
Page 61 |
Page 62 |
Page 63 |
Page 64 |
Page 65 |
Page 66 |
Page 67 |
Page 68 |
Page 69 |
Page 70 |
Page 71 |
Page 72 |
Page 73 |
Page 74 |
Page 75 |
Page 76 |
Page 77 |
Page 78 |
Page 79 |
Page 80 |
Page 81 |
Page 82 |
Page 83 |
Page 84 |
Page 85 |
Page 86 |
Page 87 |
Page 88 |
Page 89 |
Page 90 |
Page 91 |
Page 92 |
Page 93 |
Page 94 |
Page 95 |
Page 96 |
Page 97 |
Page 98 |
Page 99 |
Page 100 |
Page 101 |
Page 102 |
Page 103 |
Page 104