Orientação | BTT MUNDIAIS DE ORIENTAÇÃO EM BTT WOC 2010
VITÓRIA DA RÚSSIA NA ESTAFETA MASCULINA
No cair do pano sobre os Campeonatos do Mundo de Orientação em BTT, a Rússia mostrou-se imperial e levou de vencida uma Estafeta verdadeiramente emocionante. Um fecho com chave de ouro.
P
ela instalação sonora, percebia- -se na voz empolgada de Maria Cutova e de Jorge Baltazar – os ‘speakers’ de serviço – que irí- amos ter luta até ao fim. À passagem pelo ponto de espectadores, na Arena instalada em pleno Parque de Meren- das de Nossa Senhora da Piedade, agitavam-se as bandeiras e gritava-se, em uníssono, pela Rússia e Dinamar- ca, enquanto Anton Foliforov e Lasse Brun Pedersen travavam entre si uma luta particular pelo título mundial de Estafetas, quiçá o mais apetecido. Os russos defendiam o seu título mundial, com Foliforov empenhado em repetir um último percurso de sonho, tal como havia feito em Ben Shemen, atirando o gigante de Leste para o lugar mais alto do pódio. Já os dinamarqueses queriam fazer esquecer uma participa- ção no mínimo frustrante, atendendo à cotação e às legitimas aspirações dos seus principais atletas antes do início destes Campeonatos.
Começou melhor a Suiça, com Beat Oklé a fazer o primeiro parcial mais rápido que a concorrência e a colocar o seleccionado helvético na frente da corrida com uma vantagem de 50 se- gundos sobre a República Checa e de 57 segundos sobre a Rússia. A Dina- marca era nesta altura 5ª classificada, a 2.36 da Rússia, enquanto Portugal se arrastava pelos últimos lugares, com um desempenho que Paulo Alípio tão cedo não esquecerá.
DAVIDE MACHADO FAZ MELHOR TEMPO
NO SEGUNDO PERCURSO
No segundo percurso o melhor par- cial pertenceu a Davide Machado, provando uma vez mais estar num mo- mento de forma absolutamente incrível e a obrigar a que todas as atenções
recaiam sobre si. Portugal recuperou 14 lugares, estabelecendo-se na 15ª posição e relançou a esperança no sonho de fazer melhor que o 10º lugar de 2005, em Banska Bystrica (Eslo- váquia). Na frente da corrida, o bom desempenho de Valeriy Glukhov colo- cava a Rússia na liderança da prova, por troca com a Suiça após um de- sempenho pouco melhor que sofrível de Simon Seger. A República Checa descia para o terceiro lugar enquanto a Dinamarca subia um furo e era agora quarta classificada, embora a distan- tes 4.34 dos russos. A verdade é que quando Rússia e Dinamarca surgiram no ponto de es- pectadores separados por escassos sete segundos - após uma recupera- ção incrível de Lasse Brun Pedersen ante Anton Foliforov - todos percebe- ram que os últimos quilómetros iriam ser impróprios para cardíacos. Estava relançado o grande duelo de 2008, em Óstroda (Polónia), numa altura em que a Dinamarca se impôs à Rússia preci- samente por sete segundos, naquela que é, até hoje, a vitória mais apertada numa prova de Estafeta na história dos Campeonatos do Mundo de Orienta- ção em BTT.
QUEM TEM FOLIFOROV, TEM TUDO
Foi aí que o Campeão Mundial de Distância Longa puxou dos galões, apostado em repetir a subida ao lu- gar mais alto do pódio pelo segundo dia consecutivo. E assim foi. Um fi- nal demolidor, uma demonstração de enorme categoria do russo e mais uma explosão de alegria com a vitória em 2.45.34 contra os 2.36.09 dos dinamar- queses. A República Checa conseguiu segurar a terceira posição, a 2.34 dos vencedores, enquanto Finlândia, Suiça
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e França ocupavam os lugares imedia- tos. Mercê dum percurso consistente e pleno de garra de Daniel Marques, que lhe valeu o 5º melhor parcial deste derradeiro percurso, Portugal chegou à 9ª posição com um tempo final de 2.57.22, cumprindo em pleno o seu principal objectivo. Mas que fica um enorme amargo de boca e a sensação de que passámos ao lado dum resul- tado absolutamente histórico, lá isso…
TRIUNFO HISTÓRICO DA DINAMARCA
Chamava-se Sidse Schjötz e foi uma
verdadeira surpresa. Estávamos nos Mundiais de 2006, em Joensuu (Fin- lândia) e a Dinamarca fazia a sua es- treia na Elite Feminina através desta solitária representante. Os resultados modestos alcançados nesses Mun- diais não refrearam o entusiasmo dos responsáveis pela Orientação em BTT dinamarquesa e o reforço da equipa nos anos seguintes foi uma realidade. Quando, em 2008, Line Pedersen al- cançou, com o terceiro lugar na prova de Distância Longa, a primeira meda- lha da Dinamarca em Campeonatos do Mundo e no que ao sector feminino diz respeito, foi com outros olhos que o conjunto escandinavo passou a ser encarado. Cinco Campeonatos volvi- dos sobre o ano de estreia, a Dinamar- ca chega finalmente ao ouro, agora por intermédio da Estafeta feminina. O mais belo resultado de todos quantos se podem alcançar, coroando um per- curso ascensional de inegável valia e garantindo um título nestes Mundiais, ainda que abaixo das expectativas ini- ciais. Todavia, antes um que nenhum. A história da prova é interessante de se contar, sobretudo porque teve uma protagonista inicial relativamente ines- perada: a França. Com efeito, Gäelle
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