Surf, Longboard & BodyBoard
ao Ensis, um duche no convés, a rápida troca de roupa, o es- mentos relaxante se por vezes bastante divertidos! Tudo de-
tender da roupa no estendal do convés era um ritual interes- pendia do estado de espírito do grupo!
sante, que provavelmente passava despercebido aos olhos Ao 7º dia… de facto… acontecia alguns começarem a acu-
da maior parte do grupo mas confesso que se tornava num sar alguns sinais de cansaço…passando de 3 para 2 surfa-
óptimo ponto de interesse da minha objectiva… das por dia! Era interessante observar que todos, uns melhor,
Depois de conversas trocadas, lá estava de novo a mesa outros menos bem preparados mas a energia daquele lugar
posta…. O almoço era servido e depois disso seguia-se um transmitia a todos a força necessária e todo o grupo se reve-
merecido momento relaxante de descanso. Uns ouviam músi- lou bastante coeso na resistência que tudo isto exigia…
ca, outros liam, outros conversavam e alguém tratava de des- Entretanto a alternativa passou a ser a de substituir uma
carregar as centenas de fotografias de cada surfada, para o das surfadas por um passeio no Dingui a um banco de areia
computador! completamente deserto, um banco de coral repleto de inte-
Se a decisão fosse essa, o Ensis Felicity deslocava-se para resse marinho que o snorkelling permitia usufruir de uma for-
outro spot onde as condições fossem melhores ou onde se ma inesquecível ou então ainda uma visita a uma das ilhas
soubesse estar menos crowd. onde viviam os locais…
Esta visita era sempre acompanhada pelo comandante do
CHEGAVA A HORA DA SURFADA DA TARDE … Felicity, que preparava a visita e nos apresentava ao represen-
TUDO SE REPETIA… tante da Ilha. Este, por sua vez, levava-nos a conhecer a ilha e
Muitas vezes a esta hora as embarcações, como o Dhoni, as lojas onde podíamos comprar os mais diversos artigos do
provenientes de outros veleiros ao largo, eram mesmo muitas. artesanato local, onde se negociavam os preços de cada ar-
Dentro de água podiam contar-se com algumas dezenas de tigo. Pudemos, ainda, ver fotografias na ilha de Coke’s (assim
surfers… esta era a hora mais difícil de gerir … muita disputa chamada, devido à presença da fábrica da Coca-Cola) da
pelas melhores ondas. Na água podiam encontrar-se nacio- altura do Tsunami em Dezembro de 2004, a devastação tinha
nalidades como ingleses, espanhóis, australianos, israelitas e sido avassaladora também ali… aliás…no mar existiam vestí-
hawaianos. Pessoas diferentes…diferentes formas de estar e gios de embarcações danificadas que por ali ficaram…
sentir… diferentes formas de agir. Foi aqui que começou a surgir um novo olhar sobre a Re-
Apesar disto tudo, quase ninguém se esquivava a surfar publica das Maldivas… aos poucos e conforme nos íamos
a esta hora… a hora mágica do dia… surfar naquela água aproximando das ilhas onde residiam os maldivianos e nos
quente até o sol se pôr àquela latitude era indescritível… a afastávamos das ilhas tão conhecidas do mundo inteiro, como
saída da água fazia-se quase sem luz … exemplos de resorts de um paraíso…percebíamos que o pro-
À chegada ao Felicity o ritual habitual…. Um duche quente blema era muito mais profundo…. Os lixos acumulados cuja
na cabine…o repouso por momentos… e voltávamos a repetir remoção, transporte, transformação e reciclagem são assun-
o descarregar dos cartões de fotografia, trocávamos ideias e tos muito aquém de serem resolvidos…. Todos ficámos um
opiniões sobre aquilo que cada um gostava e fazia no dia-a- pouco chocados pois esta realidade é, de facto desconheci-
dia no mundo real…sim, porque ali, …o mundo parecia um da, das campanhas turísticas que tanto defendem as Maldi-
pouco irreal… soavam os sons das músicas preferidas…mo- vas e o seu direito à continuidade como paraíso… e será que
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