Ginástica | Saúde
FLEXIBILIDADE NA COMPONENTE
DO PERSONAL TRAINER
INTRODUÇÃO e os fundamentos fisiológicos e metodológicos da flexibilidade.
A Flexibilidade foi definida á algum tempo como a qualidade física METODOLOGIA DO TREINAMENTO
responsável pela “...amplitude de movimento disponível em uma arti- DA FLEXIBILIDADE
culação ou conjunto de articulações.”.
Esta definição poderia ser complementada e enunciada como: Treinar a flexibilidade é uma necessidade encontrada praticamente
“Qualidade física responsável pela execução voluntária de um movi- por todos os personal trainers, devido a extrema importância que esta
mento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto qualidade física apresenta para a saúde do aparelho locomotor. “A
de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de pro- flexibilidade é importante para o atleta melhorar a qualidade do movi-
vocar lesões” mento, para realizar habilidades atléticas com grandes amplitudes de
Falar em flexibilidade é, portanto, se referir aos maiores arcos de movimento e reduzir os riscos de lesões músculo-articulares “.
movimentos possíveis nas articulações envolvidas. Como a prática A intensidade utilizada no treino estabelecerá diferentes níveis de
desportiva exige a utilização completa dos arcos articulares especi- exigência sobre os parâmetros corporais, provocando efeitos distin-
ficamente envolvidos nos gestos desportivos, fica muito difícil, se não tos. Assim, ao se variar a intensidade do estímulo, alterar-se-á tanto a
impossível, a performance de alto rendimento sem se dispor de um forma de trabalho como o efeito observado sobre o organismo.
bom nível de flexibilidade nos segmentos musculares empenhados. O Quadro 1 apresenta alguns exemplos ilustrativos desta afirma-
Quanto mais alta for a exigência de performance, mais atenção ção.
deve ser dada à flexibilidade. A lógica da diferenciação das formas de trabalho em função dos
Ressalte-se que isto não significa alcançar o máximo possível de diferentes níveis de intensidade, acarreta a necessidade de se esta-
mobilidade. belecer diferenças entre as formas máxima e sub-máxima de treino
A flexibilidade, ao contrário de todas as outras qualidades físicas, da flexibilidade. Assim, o trabalho sub-máximo será denominado de
não é melhor quanto maior for. Existe um nível óptimo de flexibilidade Alongamento e o máximo de Flexibilidade.
para cada pessoa, em função das exigências que a prática exercerá Pode-se trabalhar a flexibilidade (flexibility) de duas formas: stre-
sobre o aparelho locomotor e a estrutura dos seus componentes (liga- tching (alongamento) e overstretching (sobre-alongamento).
mentos, articulações, músculos e outras estruturas envolvidas). Não importa o nome que se dê, o importante é definir a existência
Um nível de flexibilidade acima do desejado, além de não acarretar de duas formas distintas de se trabalhar a flexibilidade, com as carac-
melhora da performance nem diminuição do risco de distensão mus- terísticas apresentadas no Quadro 2.
cular, propiciará aumento da possibilidade de luxações. O flexionando como se viu, é stricto sensu, a forma de treino da
O treino de alto rendimento fundamenta-se nos Princípios Científicos flexibilidade (solicitação máxima). Ele pode ser feito de três formas:
do Treino Desportivo. O trabalho de flexibilidade no personal training por meio de insistências estáticas (Método Passivo), por meio de in-
não poderia ser diferente. O texto dos parágrafos precedentes apenas sistências dinâmicas ou balísticas (Método Activo) e os Métodos de
destaca a necessidade de serem levados em conta os preceitos de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva.
dois dos citados Princípios:
- Individualidade Biológica;
- Especificidade; QUADRO 2: Diferenças Entre o Alongamento e o Flexibilidade
Característica Alongamento Flexionamento
Para trabalhar a flexibilidade no personal training, visando obter o
máximo de resultados com o mínimo de riscos, será necessário um
Efeito Deformação dos Acção sobre os
conhecimento bastante amplo dos três factores envolvidos: as carac-
Fisiológico componentes plásticos mecanismos de
terísticas biológicas do cliente, as exigências específicas da sua vida (mitocôndrias, retículo propriocepção: Fuso
sarcoplasmático, sistema Muscular, no caso de
tubular, ligamentos e discos insistência dinâmica e
QUADRO 1: Influência da Intensidade de Treino
intervertebrais) Órgão Tendinoso de
Sobre o Tipo de Efeito Obtido.
Golgi se a insistência for
Parâmetro Nível de Exigência
estática
Sub-máximo Máximo
Efeito Facilita a execução dos Devido à acção
Durante a movimentos e aumenta residual da resposta
Sistema de Transporte de Treino Aeróbico Treino Anaeróbico
Performance sua eficiência pela pré proprioceptiva,
Energia
deformação desejável dos provoca contractura se
Contraposição à Treino da Resistência Treino da Força componentes plásticos houver sido realizado
Resistência ao Muscular Localizada Muscular flexibilidade dinâmica ou,
Movimento diminuição do tônus no
caso do cliente realizar
Rapidez de Execução de Coordenação Motora Velocidade de
insistência estática
Gestos Desportivos Movimento
imediatamente antes do
Amplitude de Movimento Utilização plena do Ampliação do arco
treino.
arco de movimento máximo alcançado Utilização Durante o aquecimento e Sessões de treino para
existente na volta-à-calma aumentar a flexibilidade
83 Junho 2009
Page 1  |  Page 2  |  Page 3  |  Page 4  |  Page 5  |  Page 6  |  Page 7  |  Page 8  |  Page 9  |  Page 10  |  Page 11  |  Page 12  |  Page 13  |  Page 14  |  Page 15  |  Page 16  |  Page 17  |  Page 18  |  Page 19  |  Page 20  |  Page 21  |  Page 22  |  Page 23  |  Page 24  |  Page 25  |  Page 26  |  Page 27  |  Page 28  |  Page 29  |  Page 30  |  Page 31  |  Page 32  |  Page 33  |  Page 34  |  Page 35  |  Page 36  |  Page 37  |  Page 38  |  Page 39  |  Page 40  |  Page 41  |  Page 42  |  Page 43  |  Page 44  |  Page 45  |  Page 46  |  Page 47  |  Page 48  |  Page 49  |  Page 50  |  Page 51  |  Page 52  |  Page 53  |  Page 54  |  Page 55  |  Page 56  |  Page 57  |  Page 58  |  Page 59  |  Page 60  |  Page 61  |  Page 62  |  Page 63  |  Page 64  |  Page 65  |  Page 66  |  Page 67  |  Page 68  |  Page 69  |  Page 70  |  Page 71  |  Page 72  |  Page 73  |  Page 74  |  Page 75  |  Page 76  |  Page 77  |  Page 78  |  Page 79  |  Page 80  |  Page 81  |  Page 82  |  Page 83  |  Page 84  |  Page 85  |  Page 86  |  Page 87  |  Page 88  |  Page 89  |  Page 90  |  Page 91  |  Page 92  |  Page 93  |  Page 94  |  Page 95  |  Page 96  |  Page 97  |  Page 98  |  Page 99  |  Page 100