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Nota20 - dezembro 2013


O Museu Nacional da Imprensa preparou uma série de iniciativas para assinalar o 70º aniversário do nascimento (18.nov.1943) do jornalista e escritor Manuel António Pina, Prémio Camões 2011. Falecido em 2012, Manuel António Pina deixou uma obra singular, no campo da poesia, da crónica, da literatura infanto-juvenil e do teatro. Neste contexto, realizou-se a iniciativa PINA 70: a poesia no mundo que envolveu escolas e universidades de Por- tugal e dos países de língua oficial portuguesa, bem co- mo escolas/centros de Português de outros países. As Bibliotecas escolares do agrupamento associaram-se a esta iniciativa organizando uma atividade evocativa com a leitura de alguns dos poemas do autor na bibliote- ca e algumas salas de aula, promovendo também uma montra com livros do autor. Na Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida foram também distribuídos panfletos/poema. Tratou-se de uma atividade simples, mas de grande sig- nificado, por envolver, nos mais diversos locais do mun- do lusófono, a evocação daquele jornalista e escritor que o Museu Nacional da Imprensa homenageou em 2012, com uma grande exposição bio-bibliográfica. A iniciativa contou com o apoio e participação de alguns professores de Português, o colega já aposentado, Agos- tinho Pinho, e alguns alunos que leram e escutaram as palavras de Manuel A. Pina, o homenageado, no dia em que completaria 70 anos. Fiquem com um dos poemas do autor:


A Ana quer


A Ana quer nunca ter saído da barriga da mãe. Cá fora está-se bem, mas na barriga também era divertido. O coração ali à mão, os pulmões ali ao pé, ver como a mãe é do lado que não se vê. O que a Ana mais quer ser quando for grande e crescer é ser outra vez pequena: não ter nada que fazer senão ser pequena e crescer e de vez em quando nascer e voltar a desnascer.


Coisas que não há que há


Uma coisa que me põe triste é que não exista o que não existe. (Se é que não existe, e isto é que existe!) Há tantas coisas bonitas que não há: coisas que não há, gente que não há. bichos que já houve e já não há, livros por ler, coisas por ver, feitos desfeitos, outros feitos por fazer, pessoas tão boas ainda por nascer e outras que morreram há tanto tempo! Tantas lembranças de que não me lembro, sítios que não sei, invenções que não invento, gente de vidro e de vento, países por achar, paisagens, plantas, jardins de ar, tudo o que eu nem posso imaginar porque se o imaginasse já existia embora num lugar onde só eu ia…


O Pássaro da Cabeça


e mais versos para crianças de Manuel António Pina A Equipa da Biblioteca Escolar


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