P 1 6 Uma Apreciação Crítica...
Nota20 - dezembro 2013
Os Maias
Eça de Queirós é, indubitavelmente, um dos maiores génios de escrita que tive a honra de conhecer por via da sua grande obra, Os Maias.
Efetivamente, alguns leitores veem este romance como sendo um livro maçador no qual o avanço da ação se faz esperar. Na minha opinião, pelo contrário, trata-se de um livro esplêndido. Apreciei tanto esta obra, uma vez que ela, na verdade, leva ao de cima o melhor do brio português. Dotada do ar de bom senso e de finura, faz, sob o som de um trecho de fado, desfilar, por entre as páginas, a paixão- a platónica, a patriótica, a arreba- tadora. Na verdade, o indiscutível talento de Eça teve o poder de despertar os meus sentimentos, de me pôr a pensar
An Awesome wave
nos ditos de Ega, de me encantar com a pessoa de Car- los, de me fazer chorar a morte do Afonso, de me envol- ver, pouco a pouco, numa lenta e embaladora sussurra- ção das ramagens, com o difuso e vago choro das águas de Santa Olávia, fazendo-me inspirar a brisa, quente e copiosa, do bafo aveludado dos espessos ar- voredos de Sintra. Em suma, uma magnífica descrição, opulenta, de colori- do realista.■
Maryana Iskruk 11º3
An Awesome Wave é, talvez, uma das maiores revela- ções do rock alternativo, sendo, assim, o primeiro álbum de originais da banda britânica Alt-J (∆). Estes, que de- têm a fama de uma intensa originalidade, criaram, em 2012, (passados quatro anos desde a sua formação), um álbum que procura ser, dito de uma forma muito vul- gar, uma salada que combina Indie Rock, Folk, eletróni- ca com recurso a sintetizadores pesados e hip-hop, mas sempre, claro está, com muito soul. Ora, An Awesome Wave é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores trabalhos realizados dentro do seu campo musical, que recorre à forma musical experimental pela qual são famosos, provocando no ouvinte sensações nunca antes sentidas. A sua mistura de sons obscuros e distorcidos deixam qualquer um embalado e com uma constante expectativa para o que se segue. E o que se segue é um álbum impressionante. Os pontos fracos são escassos e de difícil identificação, tornando-se, as- sim, um álbum equilibradíssimo, com momentos de puro prazer ao longo dos seus quase quarenta e cinco minu- tos. As letras são obras-de-arte complexas que se ba- seiam em aspetos muito pessoais. Joe Newman, atual vocalista e co-fundador da banda, assume-se como uma pessoa muito nerd, quando fala de geometria (sendo os triângulos a sua forma geométrica favorita, mas também a alusão ao Delta, letra grega, e à Álgebra). Músicas como Tesselate, Breezeblocks e Fitzpleasure são exem- plos da extrema qualidade vocal, quase hipnotizadora, de Newman, já para não falar da qualidade instrumental da banda. Concluindo, é, sem dúvida, um começo brilhante que eleva a fasquia a um nível altíssimo. Resta a questão: será que são capazes de nos surpreender novamente? Com sorte, os Alt-J irão mexer nesta fórmula já muito usada e torná-la em algo fresco que, mais uma vez, nos irá colar ao assento do primeiro ao último segundo, tal como em An Awesome Wave.■
Francisco Morais 11º3ª
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