02 10 os culpados equipamento de refrigeração
A demanda por sistemas frigoríficos e de ar condicionado é crescente. Isto se deve em parte à melhora dos padrões de vida em todo o mundo e também à mudança de hábitos e padrões de conforto. Além disso, com um clima mais quente, o número de sistemas frigoríficos no mundo (estimado entre 1,5 e 1,8 bilhões de unidades) e os ar condicionados (domésticos) e móveis (dos carros) (respectivamente, 1,1 bilhão e 400 milhões) tem previsão de subir dramaticamente à medida que nações em desenvolvimento como a China e a Índia se modernizam.
Esta tendência está a provocar duas formas de danos colaterais.
Os equipamentos de refrigeração necessitam de refrigerantes. Os agentes de refrigeração usados com mais freqüência, ou destroem as moléculas de ozono, ou contribuem para o aque- cimento da atmosfera, senão ambos, quando são lançados para o ar. Com o Protocolo de Montreal a comunidade global praticamente eliminou os CFCs, os químicos que mais da- nificam a camada de ozono. Os substitutos mais comuns, o HCFCs, também destroem a camada de ozono, embora numa extensão muito menor. Mesmo que o dano causado ao ozono por uma determinada quantidade de um gás HCFC lançado na atmosfera seja inferior a que a mesma quantidade de um CFC, o aumento da quantidade total em uso destas substâncias em escala global resultou num acúmulo de estoques de HCFCs – o que representa uma ameaça tanto para a camada de ozono quanto para o clima. De acordo com o relatório de avaliação dos inventários do setor de refrigeração do PNUMA em 2006,
HCFC: UM SUBSTITUTO DE TRANSIÇÃO PARA O CFC NO SECTOR DE REFRIGERAÇÃO
HCFC: UM SUBSTITUTO DE TRANSIÇÃO PARA O CFC NO SECTOR DE REFRIGERAÇÃO
Consumo reportado* de HCFC Milhares de Toneladas ODP
10 15 20 25 30 35 40 45
0 5
Todas as Partes
o banco de CFCs consiste em aproximadamente 450,000 to- neladas, 70 por cento das quais estão situadas nos países do Artigo 5. Os HCFCs constituem o maior banco de refrigeran- tes em termos de quantidade, e estão estimados em mais 1,5 milhão de toneladas, representando cerca de 60 por cento da quantidade total de refrigerantes em uso (ver apresentação so- bre os bancos de SDO).
Ironicamente o sucesso do Protocolo de Montreal está a pro- vocar uma dor de cabeça adicional aos negociadores ambien- tais. Na fase inicial de implementação do tratado, a mudança para as substâncias químicas com um potencial de destrui- ção menor era fortemente encorajada e até mesmo apoiada financeiramente, pois permitiria uma eliminação mais rápida dos CFCs. O poderoso potencial de aquecimento destas no- vas substâncias não era uma questão relevante na altura.
Em 2007 a crescente consciencialização da dupla ameaça dos HCFCs incitou os intervenientes a decidir apressar a eli- minação dos HCFCs. As fábricas que mudaram a produção de CFCs para HCFC s tiveram que encerrar ou continuar a sua produção para usos não controlados, tais como as matérias- -primas. Se uma abordagem “business as usual” (negócios como de costume) for adoptada, isto irá certamente conduzir a um surto no uso de HFCs. No entanto, os HFCs são gases de estufa milhares de vezes mais fortes que o CO2
. A menos
que sejam tomadas medidas para controlar especificamente os HFCs, a bem intencionada decisão terá um enorme efeito negativo no clima. Um recente estudo científico estima que, assumindo que as emissões de CO2
continuem a crescer ao
ritmo actual, os HFCs serão responsáveis por 10 a 20 por cento do aquecimento global em 2050. As emissões prove- nientes da libertação de HFC podem atingir uma equivalência de 9 Giga toneladas de CO2
. China
Estados Unidos
Comunidade Europeia (15)
Procura crescente por HCFC’s na China.
Gradualmente substituído por HFC’s e, em menor grau, por refrigerantes naturais em países desenvolvidos (onde o prazo de diminuição de produção de HCFC foi alcançada em 2004).
89 1990 92 94 96 98 2000 02 04 06 2008
Fonte: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Secretariado do Ozono, 2009. *73 países apresentaram relatório em 1989, enquanto que em 2008 um total de 165.
Não prejudicial para a camada do ozono, os HCF’s são gases de estufa muito poderosos.
Além do efeito directo sobre o ozono e clima causado pelo crescente número de equipamentos de refrigeração e ar con- dicionados com SDOs e com re- lativo potencial de aquecimento global, a expansão do consumo de electricidade com o uso destes equipamentos também gera im- pactos indirectos cada vez maiores sobre o regime climáctico. A redu- ção dos requisitos energéticos para aparelhos de ar condicionado e refrigeradores, derivada de tecno- logias mais modernas e eficientes transferidas para países em desen-
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