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O.R. – Se fosse hoje, o que teria mudado?


Ricardo Pinto – Hoje lidava com o tempo doutra forma, mas sobretudo com a pressão. Noventa segundos para três pontos é uma pressão enorme. Juntando a isso uma melhor leitura do mapa, fruto da experiência que se vai adquirindo, estou certo que as coisas poderiam correr muito melhor.


O.R. – Esteve muito bem no Model Event, mas o resultado do primeiro dia, sobretudo, ficou bastante aquém das expectativas. O que sentiu na altura?


Ricardo Pinto – Muita frustração. Chegar ao fim do percurso e saber que se falhou nalguns pontos é uma coisa, mas falhar tanto é realmente muito frustrante. Os mapas eram de muito difícil leitura, com muito detalhe, muito diferentes do Model Event. Não tenho conhecimentos suficientes para saber se o mapa era bom ou não. Percebi que houve muitos participantes desagradados com o mapa e com os percursos, mas confesso que não sei. Foi algo tão diferente daquilo que tinha experimentado até então, uma realidade completamente distinta, não sei… Mas muito, muito difícil, lá isso era.


O.R. – E no segundo dia?


Ricardo Pinto – Não foi mais nem menos que a continuação do primeiro. Embora me parecesse que o mapa era de muito melhor leitura – ou talvez já fosse um pouco da aprendizagem da véspera a funcionar -, era ainda assim muito difícil. Daí que o resultado voltasse a ser idêntico. Sentia-me muito cansado, nessa noite quase não tinha conseguido dormir só de pensar em como poderia melhorar, mas na verdade não é em vinte e quatro horas que as coisas se alteram. Assim, ter melhorado um lugar em relação à véspera não foi mau. A única coisa realmente frustrante no segundo dia foi ter picotado dois pontos diferentes na mesma linha e ter anulado um dos pontos que estava correto.


O.R


. – O que é que faz verdadeiramente falta para


se poder encarar uma prova destas com mais confiança e ambição?


Ricardo Pinto – Faz falta muita coisa. Treino, conhecimentos e mais provas como esta. A falta de contacto com provas exigentes impede-nos de podermos aspirar a melhores resultados. O conhecimento advém da experiência e sem experiência não há milagres. Aliás, toda a gente com que falei já tinha, só este ano, participado num bom número de provas internacionais, sobretudo na Suécia e na Noruega. Este contacto com o terreno, a troca de experiências, a discussão dos problemas, faz toda a diferença. Apanhar um percurso com mais do dobro das questões a que estamos habituados em Portugal e com um grau de exigência incomparavelmente superior


coloca-nos numa


posição de desvantagem muito grande. Daí que o esforço do Hospital da Prelada em enviar alguém aos Campeonatos do Mundo seja louvável, pois só com este tipo de experiência adquirida poderemos melhorar. Estou seguro que uma boa aplicação dos conhecimentos à nossa realidade irá ser muito benéfico e eu gostaria de dizer, desde já, que estou totalmentte disponível para colaborar nesse esforço. Acredito que podemos melhorar muito.


"Gostaria que muitas mais pessoas pudessem aparecer. Só dessa forma o nível competitivo poderá aumentar, a motivação será maior e poderemos pensar em evoluir..."


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