Atletismo
pessoas e as frases ofensivas e os nomes que chamaram à organiza- ção, principalmente na pessoa do seu director, que acabou a chorar, não sei bem se por ofendido, ou por constatação da porcaria, que fez pela sua incompetência como organizador de provas de atletismo. A avaliar pelo comunicado no site oficial da prova, em nada humilde ou sincero, desvalorizando o sucedido, tudo leva a crer que foi apenas pela primeira razão.
MAS A PROVA TEVE COISAS BOAS!
O antes: Informações no site oficial. Envio de mails para os inscri- tos com várias informações; Inscrições fáceis, de valor a dar direito a exigir tratamento equivalente (elevado); levantamento de dorsais na véspera e também no dia da prova; problemas habituais resolvidos com prontidão e boa vontade;
No dia: viagem de comboio do local de chegada para o local de
partida. Partidas impecáveis com divisão clara e controlada dos atle- tas da Meia e da Mini; espaço para aquecimento; animação com exer- cícios de aquecimento e alongamento. “Tudo fazia adivinhar uma prova de sucesso. Daquelas onde todos queremos voltar.”
Mas
depois...depois tudo se complicou: O mais grave já foi falado (insuficiência e ausência de abastecimentos); a inevitável mistura de atletas da Meia com os da Mini, com a dificuldade de correr para os primeiros; e depois, depois tudo o resto: desorganização na entrega do saco com prémios de presença, conforme já expus acima, a insufi- ciência e ausência de apoios de primeiros socorros, quer ao longo da prova quer no final; a incapacidade de reparar o erro: se a água acaba ao km 8, muito se poderia fazer para nos próximos abastecimentos já estivessem repostos! Não foi feito! Valeram os bombeiros e os po- pulares, e a cena era arrepiante. Água. Atletas a implorar por água, porque ela é essencial à vida, e eles já a estavam a perder... desmaios, desespero de sofregamente pegar numa garrafa no chão, esquecer que lábios de bocas de dentes pobres e cuspo nos cantos da boca, a tocaram antes! Tudo isso é insignificante e os atletas pegam nessas garrafas e sorvem pingos, gotas de água esquecidas. É a luta pela so- brevivência! Já não se quer saber de tempos, quer-se apenas chegar. Bem. Vivo, pelo menos. São os choros e a aflição dos amigos e familiares que esperavam os atletas na meta, pois praticamente todos estavam a demorar mais do que seria previsto para cada um. São as sirenes das ambulâncias. A partir, a chegar. As macas que não chegam. É o apelo do speaker, a todos, que tragam água, ajuda àquela gente que chega à meta e cai
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como tordos. Inesquecível. Foi uma prova inesquecível! Cenário arre- piante, triste. A mostrar como a corrida pode ser perigosa também. A afastar as pessoas da Corrida. A desmotivar. Uma prova absolutamen- te inesquecível! Pelas piores razões. As coisas boas ainda: O Douro, o meu rico rio Douro e as suas margens. Quero correr lá de novo! Quero que a organização, se ho- nesta for, convidasse e pedisse a TODOS que lá estiveram para fazer a Meia e acabaram por passar um suplício infernal, para voltarem em 2011, com inscrição gratuita (como compensação e mostra de reco- nhecimento da porcaria que fez, o que para já não está a fazer), e dessa forma manter a prova, a corrida que pode muito bem ser a mais bonita do mundo, mas para isso, é preciso muito mais que apenas as condições naturais. Essas estão lá! Depois há que criar as outras! E o abastecimento é de fácil resolução. Aumentar as quantidades! Sim- ples! Evitar que Caminheiros que misturem com atletas da Meia. Tanto a fazer. A corrigir. A melhorar! Eu gostava que a Organização fosse capaz disso! Será? Talvez o director da prova seja (é!) um excelente promotor de even- tos! Mas organizar uma prova de atletismo de estrada, a parte da pro- moção é apenas uma parte, o resto, o fundamental, o essencial para satisfazer quem corre e torna o evento num sucesso, exige outro tipo de pessoa, outro tipo de atitude.
Texto/Fotos: Ana Pereira
19 Julho 2010
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