| opiniÃo
coincidÊncia
Cheguei ligeiramente atrasado. infelizmente é habitual.
Digo infelizmente, porque sou uma pessoa, que estimo muito
a pontualidade, mas como sou irremediavelmente optimista e,
como marco dezenas de coisas seguidas, acredito piamente
que vou conseguir. Cumpro quase sempre, tenho é de andar
sempre stressado. E foi por tentar cumprir, que cheguei um
pouco atrasado ao jantar, mas muito stressado.
Lugar reservado, mesa central, toda composta, mil descul-
pas, afogueado, conversas animadas, pronúncia brasileira.
De repente, parece-me ser uma voz familiar, olho à esquerda, obama. pudera, ele virou-se para o vizinho do lado e disse,
mesmo à minha frente, eis que é ele. não resisto. Uma obser- “oh cara, esse cara aí parece mesmo o obama”. o cara aí
vação nada vulgar em mim: aponto e digo, olha o... era mesmo eu. Eu respondi-lhe, “Mozer, é algo que ninguém
Como está, sou seu fã! Aliás, curiosamente estive com ele, ainda me tinha dito”. Foi a risada geral. Vocês certamente per-
viajei com ele, não com ele, mas junto a ele, quando há coisa ceberão porquê.
de dois anos, o Benfica foi jogar a Barcelona. Coincidência do Falámos de um projecto para fazer um grande clube de fu-
destino, ele lá estava, na fila de trás da minha. Se tivéssemos tebol no Seixal. Mostrou-se interessado. Disponível até. Ficá-
combinado, não acertaríamos tanto. Regresso de Barcelona, mos de falar.
frustrados, pois todos sentimos que podíamos ter passado a A vida é curiosa. Um jantar. Várias pessoas. Temas diversos:
eliminatória. Recordo-me de termos trocado algumas pala- futebol, claro, política, concerteza, não estivesse na mesa um
vras, quer no estádio, quer quando voltámos a ficar próximos ex-presidente da Câmara de odivelas e um candidato à Câ-
no avião de regresso. mara do Seixal, Direito, também! Restauração, turismo, áreas
no referido jantar, disse-lhe, que foi dos poucos ídolos, que de intervenção do meu parceiro de conversa, Angola também,
tive no desporto. Admirava a sua bravura, o seu profissiona- pois ele treinou lá uma equipa. Crise. Uiii, a crise!!! Mudemos
lismo, o seu benfiquismo. Disse-lhe que houve duas vezes de assunto. E mudámos. Mal, por mal, lá voltámos ao nosso
em que torci ostensivamente contra ele: quando ao serviço Benfica. prefiro a nostalgia do doce perfume do grande Mozer
do Marselha, ele foi igual a ele próprio, viril, agressivo, profis- e Ricardo Gomes. Que dupla de centrais!!!
sional. Felizmente perdeu. Recordei-lhe. Ele riu. Felizmente. Terminei dizendo, obrigado Mozer. Até sempre. Havemos
Aquela mão do Vata...lembram-se? de nos reencontrar
Das últimas hiper-alegrias que tive no velho estádio da luz,
completamente esgotado. Fui para lá à tarde, como sempre
fazíamos. Levávamos merenda, cartas, rádio e sabe-se lá
mais o quê, mas o futebol era vivido com uma paixão, intensi-
dade e prazer que hoje não se consegue descortinar.
Falámos ainda de um Benfica – porto em que ele e Fernando paulo Edson Cunha
Couto (outro grande jogador) foram os protagonistas. o Couto Também pode ser lido no Blogue
foi expulso. Ele sorriu. Lembra-se bem disso. imagino... "A Revolta das Laranjas" em
Ainda tivémos tempo de falar do Mourinho, de quem ele http//www.pauloedsonc.blogspot.com
foi adjunto, do Benfica actual, de política e,
imagine-se...do
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élson Lopes
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