Atletismo THE NORTH FACE ULTRA-TRAIL DU MONT BLANC 2011
Carlos Sá, um gigante das montanhas!
“Tomei o primeiro contacto com a rainha de todas as Ultras Maratonas no Verão de 2006, quando fui com um amigo fazer alpinismo para as grandes Montanhas dos Alpes. Dei então conta que a edição desse ano havia sido ganha por Marco Olmo, um italiano de 58 anos, e como sou um homem de grandes desafios pensei logo: - Se este senhor com 58 anos consegue vencer isto, eu um dia também hei-de terminar esta enorme aventura.”
Carlos Sá
U E
m dos maiores eventos despor- tivos do panorama internacional, o Ultra-Trail do Mont Blanc atrai a cada ano que passa um número cres- cente de atletas dos quatro cantos do Mundo e é ponto de encontro obriga- tório para os grandes especialistas do Trail Running.
ste ano não foi diferente e, no úl- timo fim-de-semana de Agosto, em Chamonix, no sopé do Mont Blanc, lá estavam de novo Jez Bragg, Lizzy Hawker, Zigor Iturrieta, Sebastien Chaigneau, Mike Wolfe. Lá estava tam- bém esse “monstro sagrado” que dá pelo nome de Kilian Jornet, o vencedor das edições de 2008 e 2009. E lá esta- vam, no meio de mais de três milhares de participantes – dos franceses, espa- nhóis, italianos ou suiços aos japoneses, canadianos, chilenos ou neozelandeses -, um punhado de portugueses, entre os quais pontificava Carlos Sá.
Mais afinal de que é que falamos quando falamos do Ultra-Trail du Mont Blanc? Falamos de 166 km de corrida de montanha em torno do glaciar do Mont Blanc, atravessando a França, a Suíça e a Itália. Falamos duma indescritível variedade de trilhos altamente técnicos, cujas subidas e descidas perfazem um total de 9500 metros de desnível posi- tivo. E falamos dum tempo limite de 46 horas para completar a prova, algo que os primeiros logram fazer em menos de metade do tempo.
O MOMENTO DA PARTIDA
Foi com condições atmosféricas bas- tante adversas que a 9ª edição da prova se abriu à montanha, deixando a pairar no ar o espectro daquilo que aconte- cera há um ano atrás e que obrigou ao cancelamento da prova. Mas à medida que os atletas se embrenhavam no breu duma noite chuvosa e fria e a selecção natural dos grandes valores em prova ia acontecendo, também o tempo foi amenizando, fazendo com que os or- ganizadores começassem a respirar de alívio. Na frente da corrida, Kilian Jornet (Salomon) preparava o assalto à vitória, tendo por incómoda companhia Iker Karrera, Sébastien Chaigneau e Néme- th Csaba. Carlos Sá seguia no segundo grupo. Não sendo um corredor “vip”, perdera a possibilidade de arrancar com o grupo da frente mal foi dado o tiro de partida. Os esforços para se che- gar à cabeça da prova - sabia-o bem! -, podia vir a pagar um preço demasiado alto por eles quando a corrida entrasse na sua fase decisiva. E assim se foi dei- xando ir, vendo os primeiros afastarem- -se paulatinamente, enquanto ele, por seu lado, se afastava de todos os outros que, atrás de si, formavam uma intermi- nável fila que não cessava de crescer. Em Mont Favre, com 68,9 km de pro- va (sensivelmente a distância do nosso Ultra-Trail Serra da Freita) e um desní- vel positivo que atingia já os 4.389 me-
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tros, o grupo da frente cruzava a zona de abastecimentos em 7h16, com Car- los Sá na perseguição a 9 minutos. O japonês Tsuyoshi Kaburaki estava já a 34 minutos do português e seguia no grupo seguinte. Mais do que inverter- -se, esta tendência acentuou-se e no Courmayeur, aos 77,7 km de prova, com o húngaro Németh Csaba a perder em definitivo o contacto com o grupo da frente. Praticamente com metade do percurso cumprido, no refúgio de Bertone, é a vez do francês Chaigneau começar a atrasar-se. Jornet e Karrera abasteciam com o tempo de 8h59, con- tra 9h01 de Chaigneau, 9h06 de Csaba, 9h20 de Carlos Sá e 9h59 de Kaburaki.
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