Saúde | Nutrição Desportiva
SUPLEMENTOS E PERFORMANCE – PARTE 1
Serão os suplementos indispensáveis para uma óptima performance? Que suplementos podem ser úteis para a minha modalidade? O doping é um risco real? Estas são algumas das questões que serão respondidas ao longo das próximas edições d’O Praticante.
S
uplementos dietéticos, nutracêuticos, suplementos des- portivos, suplementos ergogénicos e alimentos des- portivos são alguns dos termos usados para descrever a amplitude de produtos que colectivamente formam a indústria de suplementos para desportistas. Estes produtos en- quadram-se normalmente numa das seguintes definições: 1. Constituem uma forma prática e conveniente de atingir as suas necessidades nutricionais diárias (ex: barras ou géis des- portivos ricos em hidratos de carbono) ou de tratar uma defici- ência nutricional conhecida (ex: suplemento de ferro ou cálcio); 2. Contêm nutrientes ou outras substâncias que podem me- lhorar directamente a sua performance desportiva. No entanto, apesar de todo o marketing à volta dos suple- mentos, de acordo com o conceituado Australian Institute of Sport (AIS, 2009), a maioria dos produtos comercializados e publicitados actualmente não apresenta benefícios cientifica- mente comprovados para atletas e pessoas activas. A falta de mecanismos legais que regulem adequadamente a indústria dos suplementos tem permitido que muitas marcas “seduzam“ os consumidores com argumentos ditos científicos, que muitas vezes resultam de distorções da evidência existente ou mesmo invenções de benefícios atribuídos a determinados suplemen- tos.
Isto não implica que não existam substâncias capazes de conferir uma vantagem fisiológica adicional, contudo é preci- so cautela. Antes de experimentar algum suplemento, deve informar-se junto de fontes credíveis (ex: Dietista/Nutricionista especialista em Desporto) e estar ciente dos prós (ex: atingir “necessidades” nutricionais, efeitos comprovados na perfor- mance, praticabilidade, efeito “placebo”, etc) e contras (cus- tos, ausência de benefícios/efeitos secundários, doping, etc.) associados ao mesmo.
A título de exemplo, desde muito cedo se reconheceu que
o exercício físico extenuante aumenta a produção dos chama- dos “radicais livres”, os quais são tidos como deletérios (i.e. “maus”) para a saúde. Em consequência, a indústria dos suple- mentos rapidamente publicitou os suplementos “antioxidantes”, compostos que neutralizariam os radicais livres e consequen- temente melhorariam a recuperação e posterior rendimento do
Julho 2011 86
atleta. Mas o nosso organismo não funciona de forma assim tão simples e a mais recente evidência científica salienta que os ra- dicais livres são na verdade necessários (até certo ponto) para induzir as respostas fisiológicas pretendidas com o exercício. Como tal, a utilização desmedida deste tipo de suplementos pode não só representar um gasto desnecessário, como resul- tar numa desvantagem competitiva para o atleta. Moral da história: os suplementos devem ser usados de forma consciente e informada, na altura certa e pelos motivos certos. Tenha ainda em mente que ingerir uma variedade de alimen- tos o mais próxima possível da sua forma natural é de longe a melhor aposta para melhorar a saúde geral, prevenir doenças, optimizar processos de cura/recuperação e melhorar a perfor- mance.
Apesar de os seguintes alimentos parecerem tão vulgares, as
hortaliças, frutos, cereais integrais, carnes magras, lacticínios magros ou meio-gordos, oleaginosas e leguminosas tendem a ser, em perspectiva, melhores e/ou mais relevantes do que os suplementos. Estes alimentos são ricos numa combinação importante de vitaminas, minerais, fibras, proteínas, gorduras, hidratos de carbono, antioxidantes e fitoquímicos que os atle- tas precisam numa base diária para ter sucesso na sua prática desportiva.
Assim, só depois de aplicar o melhor método de treino, o melhor descanso (dormir 6-8h à noite) e as melhores práticas nutricionais à sua vida, é que estará preparado para considerar a ingestão de suplementos. Aconselhe-se com um profissional acreditado antes de investir o seu tempo e dinheiro em suple- mentos que podem apresentar mais riscos do que benefícios! Nas próximas edições d’ O Praticante serão abordadas as vantagens e desvantagens de vários suplementos em concreto, esteja atento!
Desejando-lhe a melhor performance de sempre,
Diogo Ferreira | Dietista Tel.: 961 249 167
diogoferreira.dietpt@gmail.com
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