Entrevista | Lutas Olímpicas
ORLANDO GONÇALVES - TREINADOR DO CLUBE MUSICAL UNIÃO
N
esta 10ª Entrevista, quisemos assinalar pela marca, que esta poderá deixar no seio do Mun- do da Luta Olímpica. Todas es-
tas afirmações foram comprovadas por documentos válidos que não podemos menosprezar, assim consideramos que foi uma óptima aposta e que clarifica al- guns males entendidos de surgem no ar. Com mais de meio século de ligação à modalidade, nos mais diversos cargos adjacentes, Orlando Rodrigues deu-nos o privilégio de o Entrevistarmos, onde descobrimos que é uma Jóia viva das Lutas Olímpicas. Este membro da Famí- lia da Luta é titular de vários Títulos Na- cionais e Internacionais, participou em Campeonatos da Europa, do Mundo e em duas edições nos Jogos Olímpicos, ainda praticou na Alemanha, como Trei- nador administrou bons Clubes e criou bons Wrestlers e na vertente de Dirigen- te foi o 1º Director Técnico Nacional da Federação e foi Presidente da Direcção da Associação de Lisboa. Para conhecer mais sobre esta figura, nada melhor que ler esta Entrevista.
O Praticante - Como e onde iniciou a modalidade? O que o levou a optar pela modalidade?
Orlando Gonçalves – Foi pela mão do meu único irmão, Gentil Gonçalves, já com algum tempo de prática de Luta, coisa que não se sabia lá por casa, que me levou a visitar no ano de 54/55 a sec- ção de Luta do Sport Lisboa e Benfica na antiga sede sita na Rua Jardim do Rege- dor. Aí, comecei a dar os meus primeiros passos como aprendiz de lutador. Depois do primeiro Torneio em que participei em 1956, jamais tinha imaginado ter come- çado um percurso desportivo que já conta com 55 anos de actividades con- secutivas no âmbito das várias vertentes técnicas inerentes à prática das Luta.
Descreva um pouco a sua carreira como Wrestler.
A minha longa permanência na mo- dalidade como atleta sempre se pautou pelo prazer da competição, independen- temente do sabor da vitória ou da derro- ta, da camaradagem e amizades que o desporto sempre proporciona.
Descreva o seu Palmares com Wres- tler?
No meu currículo como lutador cons- ta o seguinte: foi Campeão Nacional em 14 ocasiões, competi em dois Países, em Portugal e na Alemanha, fiz parte de todos os Seleccionados Nacionais entre 1958 a 1965 e orgulho-me de ter parti- cipado em dois Jogos Olímpicos, o de Roma em 1960 e o de Munique em 1972, com a classificação de 14º entre 28 lu- tadores e de 19º entre 32 lutadores, res- pectivamente. Participei ainda em Cam- peonatos da Europa e do Mundo.
Esteve na Alemanha e passou por Clubes com a nossa modalidade. Quais as grandes diferenças em rela- ção ao nosso meio?
Começando pelo nível de vida, orga- nização, logísticas, horários, formação, educação e mentalidades. Posso afirmar que estamos à distância de muitos anos! No âmbito desportivo e no que con-
cerne à nossa modalidade a diferença é somente esta:
Com a unificação da Alemanha pas- saram de 15 para 18 Associações Re- gionais, onde passaram a existir cerca de 400 clubes distribuídos pela a 1ª e 2ª Liga Nacional – Campeonatos de Equi- pas com visitas recíprocas, subidas e descidas de divisões (Setembro/Dezem- bro).
Existe também outras ligas de nível
mais regional, normalmente mais 8 equi- pas e a estrutura é em tudo semelhante ao futebol para todas as ligas. Em termos individuais organizam-se: Campeonatos Concelhios, Distritais e Re- gionais que por vezes comportam 20 ou mais lutadores por categoria e escalão.
Como é combater na Bundesligue? Quanto à pergunta que fazes se é difí- cil lutar na Bundesliga, penso que, como anteriormente tentei esclarecer em traços muito reduzidos deve dar uma ideia que não há comparação possível. Na Bun- desliga militam lutadores do mais alto nível não havendo por isso adversários fáceis! Quanto à minha performance naquele País posso afirmar que foi alta- mente positiva não só pelos resultados obtidos como lutador, treinador e na for- mação desportiva.
Deixo-vos um apanhado de resultados individuais na Liga Hessen (Liga Superior da Associação de Hessen):
Em 1966 obtive um 6º lugar no Cam- 71 Maio 2011
peonato Distrital e um 9º no Regional, ambos com 15 participantes. No ano se- guinte os resultados foram diferentes, 1º lugar no Distrital e 4º no Regional, com 15 e 17 participantes, respectivamente. Em Setembro de 1966, foi o meu bap- tismo de fogo no Campeonato de Equi- pas na Oberliga, com 9 equipas ocupa- mos o 2º lugar na classificação. Até 1975 os resultados por equipas e já como treinador, foram os seguintes: 1967 – Campeões Regionais em 10 Equipas e tentativa de subida à Bundes- liga;
1968 – Campeões Regionais em 10 Equipas e conseguimos a subida à 1ª Bundesliga;
1969 – A classificação na Busdesliga foi 7º lugar, entretanto face aos elevados custos na Bundesliga, foi necessário op- tar pela descida;
1970 – Classificação na 2ª Bundesliga entre 8 equipas foi o 3º lugar;
1973 – De novo na Oberliga – classifi- cação entre 9 equipas foi o 2º lugar; 1974 – Campeões Regionais da Liga de Hessen entre 8 equipas (dada a ante- rior experiência na 1ª Bundesliga optou- -se pela permanência na mesma divi- são), a equipa de reservas também se sagraram campeões na sua divisão. Uma das coisas impensáveis em Por- tugal e que, na subida de divisão ou para apuramento de campeões, cada pavilhão poderia ultrapassar os 5000 es- pectadores! Outra é que os árbitros são pagos pelos clubes no final dos encon- tros com as verbas pagas pelos espec- tadores.
Que cargos desempenhou na Luta? Tive o privilégio, a honra e o orgulho de desempenhar outros cargos tais como:
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