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Atletismo DE EXTREMO A EXTREMO


“ULTRA-TRAIL SERRA DA FREITA 2010 - 70 KM”


A


umento das distâncias a per- correr, e diminuição do número de participantes, foi bom ou mau, o dirão as futuras edi-


ções, e os atletas !! A prova, por certo, a já mais mítica do panorama de Trails em Portugal, decor- reu no passado 27 de Junho na região de Arouca, em Aveiro e S. Pedro do Sul, em Viseu.


Numa noite (5 da manhã) com uma temperatura óptima para iniciar a corri- da, mas com um dia muito quente para calcorrear as Serras da Arada, Gralhei- ra e Arestal. Num percurso, por trilhos (?), que tão


depressa (perdoem-me os mais lentos!) nos levava dos pontos mais altos logo seguido de descidas ao “centro da ter- ra”, por paisagens ora de vegetação in- tensa, ora de aridez lunar, qualquer de- las de “suster a respiração”, ou de dar uma tontura, quer quando olhamos para o topo, ou para o fundo da terra. A prova em si, ao contrário do que se possa pensar, não se trata de uma prova de atletismo mas de um conjunto


de desportos radicais, que vão desde a escalada e Rapel (por ex. no rio de Frades em Covelo de Paivó), natação (para atravessar os rios que se “atraves- savam” entre duas fitas, uma em cada margem, equilibrismo (um pouco por todo o percurso), caminhada, muita ca- minhada, demasiada caminhada, a su- bir, a descer, nas encostas, nos cumes, etc. e até tinha alguns percursos que permitiam correr, o que para a organiza- ção era permitido (seria falha dos regu- lamentos?). Havia de tudo!... Com tempo limite de passagem aos 20 km de 4h00´ (?), aos 4o km de 8h30´ de 12h30´ aos 59 km e o final de 15h00 (?) que se viriam a mostrar “muito ambi- ciosos” para a maioria dos aletas numa prova de 70 km com 4200 metros de desnível positivo (!). Uma prova em que o 1º classificado faz uma média de cerca de 7 km por hora (?!), em que de 111 atletas foram os classificados, menos de 70 terminam dentro do tempo dado pela organiza- ção, para concluir a prova, ou apenas 85 terminam após mais de 17 horas de


Julho 2010 30


sofrimento / perigo / decepção... Um quadro de honra de desistentes de luxo, com Asdrúbal Freitas, Carlos Fonseca ou a D. Analice Silva, por ex. a serem vítimas de quedas, lesões ou chegada aos controles de passagem fora de tempo diz muito duma prova que ultrapassa os limites duma simples prova de atletismo de montanha, que parece querer criar fama não pela ex- tensão do percurso mas apenas (e só?) pelas dificuldades criadas aos atletas em prova. Quando temos em Portugal apenas duas provas em Portugal de ultra-dis- tância (Geira e Freita), com uma fre- quência de realização anual, será de todo o interesse que se mantenham ou até apareçam mais. Mas para isso é ne- cessário que as organizações (que nes- tas provas têm um trabalho árduo pela frente, temos consciência disso, onde não há o dinheiro nem as máquinas das autarquias por trás a colaborar!) tenham uma maior atenção ao delinear dos per- cursos, ou então se é esse o seu rumo que o mantenham sem desvios e serão os atletas a dizer pela suas presenças, ou ausências, a ditar a continuidade deste tipo de provas. Abastecimentos?!...


água, muita


água, nos rios, nos ribeiros nas quedas de água, é só encher os Camel Bags, ninguém morre á sede, só se morre por um pé mal posto, uma tontura ou por cansaço extremo!


Perigoso, muito perigoso, é a palavra que melhor representa o tipo de percur- so em que decorreu a prova, por vezes colocando em risco a própria vida ou a integridade física dos atletas. Um per- curso a rever ou a organização vê-se na contingência de apenas ter atletas de desportos radicais em que o risco é a sua adrenalina. Por nós atletas, de corrida, trails ou simples caminheiros, adrenalina é correr ou caminhar e tudo o que coloque em risco a integridade física, para além do razoável, não faz parte do nosso desporto. A prova foi ganha por Alcino Serras (Esc. + de 40 anos) com larga vanta- gem para Carlos Sá e, ambos com mais de uma hora de avanço para o 3º, Ar- mando Teixeira. Nos escalões vence-


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