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Lutas Olímpicas | Entrevista


Director Técnico Nacional de 1976 a 1983 e posteriormente de 1985 a 1989, Treinador das Selecções Nacionais e Prelector da Formação da Federação Portuguesa de Lutas Amadoras nos mes- mos períodos de tempo, Coordenador do Departamento de Organização de Eventos e Planificação de Actividades em 1989 até 1997, actividade como Ár- bitro e Presidente da Direcção da Asso- ciação de Lutas Amadoras de Lisboa em 2004/2008 e treinador como respondi na pergunta anterior.


Como treinador, quais foram os clu- bes que treinou? Já agora quais os seus Wrestlers que destaca. A minha experiência como treinador começou em 1963 no Clube Atlético de Alvalade e em simultâneo treinava também o Grupo Desportivo de Runa. Na Alemanha treinei o T.S.V. Gailbach – 1967/1975 e de regresso a Portugal em 1976 treinei o Ateneu Comercial de Lis- boa, o Sport Lisboa e Benfica, o Grupo Desportivo de Runa, o Clube Desportivo e Recreativo de Portugal e nos últimos tempos tenho colaborado na vertente técnica com as pessoas que ainda me acham com suficiente capacidade técni- ca, física e mental. No que concerne a lutadores posso adiantar que dos atletas que treinei alguns atingiram boas per- formances: Luís Manuel Pereira Grilo e António Luís Margaça Galantinho, ambos Olímpicos e com combates ganhos nes- ses enormes certames, saíram da minha direcção técnica com vastas capacida- des. Paulo Gonçalves, também começou a ser fabricado na minha oficina e tive o privilégio de durante alguns meses ter treinado outros lutadores que se desta- caram.


Neste momento está a co-adminis-


trar treinos do Clube Musical União do Rui Soares. O que esta a achar desta nova etapa?


Que há pessoas que sabem que ape- sar dos meus jovens 72 anos de idade, ainda posso ser útil à Luta e no desen- volvimento dos seus projectos, nomea- damente na importante vertente técnica.


MLO – Da sua experiência que apti-


dões terá que ter um futuro “mestre”? Terá que ter largos anos de prática


desportiva da modalidade de forma a as- similar, frequentar Acções de Formação de qualidade e reciclagens técnicas, ter tido a sorte de ter treinadores de qualida- de enquanto praticante. Porque não che- ga ter um diploma atribuído num Curso de Treinadores de 3 ou 4 Fins-de-semana é necessário ser um razoável executante para transmitir as técnicas com qualida- de e ter em consideração os pormeno-


res, deve adquirir conhecimentos sobre metodologia de treino, deve ter um mí- nimo de conhecimentos de planificação e acima de tudo deve ter interesse por aprender com os mais aptos, muita dedi- cação e ler algumas coisas sobre prepa- ração básica dos atletas.


O que tem a dizer como ex-Seleccio- nador Nacional? Como está a funcio- nar as nossas Selecções? Como já fiz sentir, no meu tempo não existiam as mesmas condições de traba- lho como actualmente, por isso as coisas eram diferentes e só era possível treinar três vezes por semana. A minha opinião foi sempre a seguinte,


primeiro temos de ter a matéria huma- na em quantidade e qualidade, depois, comparo que todos os atletas sem ex- cepção, deveriam ter equipas técnicas à sua volta idênticas às equipas das cor- ridas da Formula 1, assim ter os apoios necessários para que possam de facto dar o seu melhor, o que não acontece na nossa modalidade para não falar de grotescas e grosseiras intervenções de medíocres de quem nunca foi atleta, de quem nunca tenha treinado num clube, de quem nunca foi lutador e de quem nunca tenha perdido um gota de suor para perder peso!


Como estão a funcionar as nossas se- lecções? Há muito que já deixaram de funcionar!


Foi o primeiro Director Técnico Na-


cional, como chegou a esse cargo e o que de notável?


Em 1976, foi feita uma proposta à FPLA pela ex-Direcção Geral dos Desportos, para que eu assumisse o respectivo cargo com os seguintes objectivos: Co- ordenar as Actividades da FPLA, Treinar as Selecções, Desenvolver e Planificar Acções de Formação, Apoiar nas Activi- dades do Plano de Desenvolvimento de Lutas Amadoras (desporto de massifica- ção a nível nacional) da DGD e Servir de elo de Ligação entre as duas entidades – este cargo não existia antes! Não foi uma tarefa deveras facilitada por motivos de várias ordens tais como: invejas pelo cargo, costumes enraizados e aversão a mudanças, falta de meios técnicos administrativos, humanos, logís- ticos, materiais desportivos e insuficiên- cia de verbas.


Apesar de todas as carências e dificul- dades conseguiu-se o seguinte: terminar com a participação de lutadores que não se encontravam inscritos pois foram abo- lidas as pesagens com o B.I ou passes escolares, foi extremamente difícil intro- duzir um novo cartão de lutador, terminar com as declarações médicas rasuradas e viciadas e deixar de lutar de pé des-


Maio 2011 72  calço.


A planificação de eventos passou a ter outra dinâmica e posteriormente os Cam- peonatos Nacionais passaram a ser or- ganizados na mesma data, embora com reconhecidas dificuldades, foram sem- pre sendo organizados.


Criaram-se Competições Individuais e de Equipas para os Escalões de Infantis com o acordo de todos os treinadores, Campeonatos Regionais, Nacionais e Taça de Portugal, aliás, também para os outros escalões.


As idades dos escalões etários foram alteradas no sentido de não se verifica- rem Vencedores Sem Competidores, sem prejuízo para os respectivos praticantes e criaram-se diferentes grupos etários para aos torneios com o mesmo objec- tivo.


Com frequência deslocava-me aos pontos geográficos onde existiam Clu- bes e Núcleos da DGD e ali ministrava Estágios Técnicos para Treinadores e de aperfeiçoamento para atletas, às vezes por oito dias. A descentralização também foi uma importante vertente pois foram realizados eventos regionais, nacionais e internacionais em várias regiões. Aproveitava os Protocolos da DGD com vários países, no sentido de partici- parmos nas Acções de Formação aquan- do da vinda de Técnicos Estrangeiros de elevado nível tais como: Romenos, Búl- garos, Russos e especial o DTN e Treina- dor Alemão Heinz Hostermann, que veio a Portugal pela ligação que tinha comigo. Mas o mais notável para mim como DTN, foi de ter sido o primeiro DTN e que vestia a sério o fato de trabalho, ter sido o que teve uma directa e substancial inter- venção no crescimento da modalidade e na sua qualidade, como por exemplo, quando iniciei havia 8 clubes e deixei em 1983 com 37, número nunca mais alcan- çado, ter tido o prazer de trabalhar no


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